quinta-feira, julho 31, 2014

Ibope: Dilma 35% x 15% Aécio no Rio

Ontem, o Ibope divulgou atravpes da Globo sua contratante, pesquisas regionais. Hoje, daqui a pouco haverá divulgação de nova rodada da pesquisa da eleição nacional.

Ontem, a emissora não divulgou os índices dos candidatos à Presidência neste estados. Não se sabe os motivos. Hoje, uma colunista da Globo News divulgou alguns destes números que servem de aperitivo à divulgação de daqui a pouco: 

No estado de São Paulo: Dilma 30% x 25% Aécio. No Rio de Janeiro: Dilma 35% x 15% Aécio. Em Minas Gerais: Aécio: 41% x 31% Dilma. No Distrito Federal Aécio 26% x 25% Dilma.

Prefeito de SJB e a Prumo

O jornal online Quotidiano do boa praça, jornalista, Bruno Costa, informa que o prefeito Neco e sua equipe se reuniram com executivos da Prumo Logística S.A. (ex-LLX) que controla o Porto do Açu, na última quarta-feira, 31 de julho de 2014.

A matéria informa (veja aqui e foto ao lado) que a empresa atualizou o município sobre o andamento do empreendimento, mas, nada se refere aos problemas socioambientais que tem sido presenciado na região.
Foto do Paulo Pinheiro - Perfil do Facebook

A mais recente é a avanço do mar sobre a cista litorânea que mesmo que seja uma constante em determinadas épocas do ano na região, no Açu tem fortes indicativos de influência direta da instalação dos dois terminais T1 e T2.

O blog já tratou do assunto diversas vezes. (Aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) Numa delas foi exposto trechos do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) de um dos empreendimentos do Açu, que já previa a possibilidade deste problema no litoral ao sul do quebra-mar com redução da faixa de areia que deveria ter um programa de monitoramento permanente deste movimento e das correntes marinhas.
Foto postada no blog em 25-07-2014

A região desconhece a existência deste programa. Aliás, depois da crise de 2013, das empresas do grupo EBX muitos dos programas existentes foram desmobilizados ou suspensos.

A prefeitura é autoridade maior sobre a regulação do uso do solo e do interesse da comunidade e tem por obrigação arbitrar questões deste tipo e não apenas agir do lado do interesse econômico. A comunidade local espera outro tipo de atitude.

O blog, assim como fez ao tratar do tema, abre espaço para que a prefeitura através de seus gestores possa se manifestar sobre o tema. A conferir!

Parte do Rima da Unidade de Construção Naval (UCN)
da OSX junto ao T2 do Porto do Açu

Primeiro debate da eleição estadual no Casa Grande

Numa eleição muito disputada a propaganda na televisão e os debates poderão ajudar a reduzir os atuais 33% de indecisos e de votos brancos e nulos. Para isto, o primeiro debate da eleição estadual será no Teatro Casa Grande, no Leblon, no Rio de Janeiro. Organizado pela Band o debate será no dia 14 de agosto, às 22h e terá como novidade na organização, o envio perguntas pelo WhatsApp, o aplicativo que junta SMS do celular com a internet das redes sociais.
Fonte: blog do Ancelmo.

O desemprego realmente está baixo...

O humor é indispensável... Assim vale conferir o que disse Zé Simão:

“O desemprego está tão baixo, que até o Dunga e o Felipão conseguiram emprego."

"Nenhuma potência pode ser hegemônica"

Esta é uma frase do Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de segurança nacional e sobre política externa de Carter, ex-presidente americano. “Sábio, ele descreve um mundo caótico, sem um único líder em uma semana difícil para Barack Obama”. Abaixo leia a entrevista feita pelo jornalista Marc Bassets, em Washington, há cerca de duas semanas, para o jornal espanhol El País. A entrevista original pode ser lida aqui.

O professor Theotonio dos Santos em seu blog deu como título à republicação desta entrevista:
Zbigniew Brzezinski e a lucidez da consciência conservadora

Abaixo republicamos a entrevista com uma rápida tradução. Os grifos em vermelho são do professor Theotonio que sugere ainda após a entrevista a leitura de seu artigo "Unipolaridade ou Hegemonia Compartilhada?" publicado na série de livros sobre hegemonia e contra-hegemonia em co-edição PUC, Loyla, REGGEN, em 2005:

"Nenhuma potência pode ser hegemônica"
Quando eu trabalhava com o presidente Jimmy Carter, Zbigniew Brzezinski recomendava um exercício incomum na política americana: levantar-se junto ao mapa do mundo e refletir sobre a visão para além do dia-a-dia, com a "visão estratégica" no título do seu último livro.

"Em meus dias parecia muito do mapa e, muitas vezes encorajados o presidente ao mapa e nós olhávamos juntos discutíamos", recorda Brzezinski em seu escritório no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um “think tank” em Washington, onde ele trabalha. No escritório, é claro, tem um mapa do mundo.

Brzezinski (Varsóvia, 1928) mantém a capacidade de observar a visão de olho no mapa do mundo com um pássaro. E o que você vê não gosta.

Na quinta-feira recebeu o El PAís apenas quando a notícia da derrubada de um avião de passageiros na Ucrânia e a algumas horas para Israel lançar uma operação terrestre em Gaza.

O ritmo acelerado de informações contínuo por alguns minutos o mundo parecia fora de controle e que o presidente dos EUA, Barack Obama, um bombeiro oprimido por incêndios florestais.

Sobre o conflito israelense-palestiniano, Brzezinski, que foi envolvido na negociação dos Acordos de Camp David entre Israel e Egito em 1978, disse: "Temos de encarar o fato de que um partido é muito fraco, os palestinos. E uma parte é muito forte, os israelenses, e, portanto, necessário ser mais persuasivo com os israelenses. "Definitivamente", ele acrescentou, "temos muito capacidade de influenciar a Israel, porque demos um monte de ajuda econômica e militar, e nós sentimos grande simpatia por seu povo."

"Em meus dias eu mirava muito o mapa e estimulava o presidente a olharmos juntos"

As conseqüências da queda do avião da Malaysia Airlines "pode ser enorme, especialmente se for verificado que os russos forneceram a arma ou que os atirou", disse Brzezinski. "Mas eu ainda não sei."

No dia seguinte, sexta-feira, quando Obama tinha apontado para o pró-russo rebelde e, indiretamente, seus patrocinadores na Rússia como o responsável pelo ataque, Brzezinski enviado um e-mail: "Os responsáveis ​​pelo ataque contra a companhia aérea deve ser julgado antes pelo Tribunal Penal Internacional, e seu patrocinador deve pagar pelas vítimas".

Com seu contemporâneo Henry Kissinger, Zbig- como eles chamam aqueles que o conhecem, é o último sábio da política externa americana. Como Kissinger nasceu na Europa e viveu o sonho americano. Com Kissinger, tem sido certamente o mais influente conselheiro de segurança nacional mais brilhante para a Casa Branca, que aconselha o presidente sobre a política externa e de defesa. Ele atuou entre 1977 e 1981.

Brzezinski está acostumado a choques: ele teve de lidar com a queda do Xá do Irã e com a invasão soviética do Afeganistão, num momento em que, como agora, havia uma conversa de declínio dos EUA e um presidente fraco convidando os adversários a se sentir forte. Então era Carter; Agora, Obama. Ambos democratas.

Zbig vê um mundo esfarrapado, sem líder: EUA devem tentar reduzir, em cooperação com outros países, os riscos decorrentes de novos desequilíbrios internacionais.

"O caos não é o produto de um único país. A ordem, tão pouco"

"O mundo é agora tão desperto, tão ativo politicamente, que nenhum poder pode ser hegemônico", diz. "A responsabilidade deste caos na América deve ser compartilhado com qualquer pessoa envolvida nele. Caos não é o produto de um único país. A ordem, tão pouco".

Diante da pergunta se os EUA devem ter como objetivo trazer a ordem, rebateu: "A maneira como você tem de pensar é muito tradicional: um poder que pode ditar as respostas, ou resolver problemas, ou impor o seu modelo. Meu argumento é simples: não vivemos em uma era em que a dominação imperial do mundo é uma opção realista ".

Conversar com Brzezinski é se submeter a uma batalha dialética. Jimmy Carter sempre disse que Zbig era seu vizinho de assento favorito em viagens de longa distância. "Talvez a gente discutisse, mas nunca me aborrecesse, escreveu ele.

EUA recuar? "Eu não acho que a América está se retirando do mundo. Se você olhar para as estatísticas, é provavelmente mais envolvido no mundo do que qualquer outro país. Economia e finanças, informação, turismo, seja o que for".

"É uma nova era é diferente", diz ele em outro momento. "Napoleão poderia sonhar de dominação global. E então, com a revolução industrial, com a ascensão dos poderes modernos, alguns líderes tinham planos de dominação global. E então, com a ascensão do comunismo, algumas pessoas pensaram em um domínio global ideológica e militar. E então a América, quando ele conseguiu ser dominante, teve a idéia de democracia brotando em todo lugar".

"Devemos lutar contra [a ascensão chinesa]? Devemos evitar China tivesse mais sucesso?"

Tudo isso acabou. Vivemos na era da complexidade, claro/escuro, e não há respostas claras.

O referendo sobre a independência da Escócia em setembro próximo, e a iniciativa de realizar um referendo sobre a secessão na Catalunha são, de acordo com Brzezinski, uma prova a mais de uma realidade "fragmentada, turbulenta, contraditória, sem um padrão consistente em qualquer direção".

"De um lado, temos a necessidade da Europa: muitas pessoas reconhecem que a Europa é necessária ao mundo. Por outro lado, temos os movimentos na Europa estão a prosseguir as suas aspirações étnicas ou nacionalistas, o que é contraditório. "

"Temos possibilidade de problemas com a secessão escocesa, diminuir o papel construtivo que a Grã-Bretanha", continua. "Nós não sabemos como a questão catalã será resolvida, mas certamente complicara os problemas da Espanha e seus problemas financeiros."

A escalada da violência no Iraque não poderia ser atribuída a uma única causa. "Se quisermos medir de quem é a culpa, eram talvez os britânicos e franceses em 1918", diz ele. Ele, que se opôs à invasão de 2003 pelos EUA, concorda que a violência atual é "parcialmente" uma consequência do ataque. "Mas eles não podem ser reduzidos a eventos históricos isolados causados porque gostamos deles ou não".

Conter a ascensão da China na Ásia? "O que significa a palavra conter?" replica.
"Você acredita que a China tem a intenção de dominar outros países?" Dispara.
"A China está em ascensão. Este é um fato”.
- Os EUA deve aceitar?
- Deveríamos lutar contra isso? Responde. Deveríamos impedir que a China tivesse mais êxito?

Brzezinski elogia Obama por ser "consciente" de que seus três antecessores, George Bush, Bill Clinton e George Bush Jr., os três presidentes do pós-guerra fria – e dos limites do poder do presidente dos EUA.

"Atuar de uma forma que é divorciada das realidades complexas que dominam o mundo provavelmente significará agir de uma maneira muito mais perigos", alerta. "Você quer uma repetição de 2003, com os EUA atacando o Iraque? Por que evitar, por exemplo, o domínio da China? Onde é que nos levaria? Esta é a chave".

Barack Obama não será o primeiro presidente dos EUA, que não lidera o mundo, mas o primeiro ciente disso.

Ibope RJ: indecisos (+ brancos e nulos) ainda lidera com 33%

A liderança entre os candidatos é de Garotinho com 21% seguido de Crivella com 16% e Pezão com 15%. Lindbergh tem 11%. Aqui não há nada de empate entre os três primeiros como tenta fazer ver O Globo.

Porém, o destaque é a soma entre intenções de voto branco e nulos com 21% (empatado com o primeiro Garotinho) e indecisos com 12% que totaliza 33%. Ou seja, 50% a mais que o primeiro colocado nas intenções de voto.

Assim, segue indecisa a eleição no estado. Os dois primeiros colocados possuem o menor tempo de propaganda no rádio e na televisão o que pode favorecer ao surgimento de um quadro ainda mais embolado no pouco mais de dois meses que se tem até a realização do primeiro turno.

A grande quantidade de brancos/nulos e indecisos reflete a rejeição geral às principais candidaturas. na medição de rejeição por cada candidato o índice maior é de Garotinho, mas, ele tem razão em parte, ao desqualificar a medida quando ela é feita de forma múltipla, que soma todas as rejeições e passa de 100%. Porém, apesar disto, a rejeição ao ex-governador é a maior entre os candidatos.

Aguardemos o início da propaganda eleitoral e os debates na televisão para ver se o quadro mostra alguma definição, nesta que já é a eleição uma das mais disputadas para o governo estadual, com traições dos candidatos em seus apoios nacionais. A conferir!
PS. : Atualizado à 11:48 para corrigir o % de intenção de votos em Lindbergh que saiu digitado com 1% quando ele possui 11%.

Atividade industrial do Noroeste segundo a Firjan

A produção ficou abaixo da média histórica, mas perspectivas para os próximos seis meses são positivas, segundo Sondagem Econômica das empresas dos 13 municípios atendidos pela Representação Regional FIRJAN/CIRJ em Itaperuna: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá, Varre-Sai.

As indústrias do Noroeste Fluminense apresentaram retração do nível de atividade no segundo trimestre deste ano. De acordo com a Sondagem Econômica Regional, divulgada nesta quarta-feira, dia 30, pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), o “Volume de Produção” fechou em 43 pontos, acompanhado pelo “Volume de Empregos” com 48 pontos. Os dois indicadores ficaram abaixo de suas médias históricas – 46,5 e 48,9, respectivamente.

A pesquisa da FIRJAN varia de zero a cem. Os valores abaixo de 50 pontos indicam piora ou redução; e acima de 50 representam melhora ou aumento. Apesar da redução do nível de atividade, os “Estoques” caíram e fecharam o período abaixo do planejado, indicando que os empresários entrevistados superestimaram o recuo da demanda no trimestre.

Perspectivas são positivas para os próximos seis meses
Apesar do quadro desfavorável no nível de atividade e nas condições financeiras, os industriais da região Noroeste apresentaram boas perspectivas para os próximos seis meses. Esperam que a “Demanda por Produtos” aumente - expectativa que se deve, em parte, ao indicador de “Exportações”, que manteve o otimismo do trimestre anterior. Os empresários planejam ainda aumentar o “Número de Empregados” e a “Compra de Matéria-prima” nos próximos seis meses.
Fonte: Firjan Noroeste.

quarta-feira, julho 30, 2014

Nº de eleitores por zona em Campos

Veja a forma que estão distribuídos pelas sete zonas eleitorais no município de Campos dos Goytacazes, os seu 354.723 eleitores aptos a votar segundo o Tribuna Superior Eleitoral (TSE):






Campos tem aptos a votar neste ano de 2014 o total de 354.723 eleitores que possui 10.357 eleitores a mais que nas últimas eleições municipais, em 2012, quando o município possuía 344.366 eleitores.

Na eleição de 2012, no primeiro turno o número de votos válidos na eleição foi de 239,5 mil, equivalentes a 82,4% dos eleitores aptos a votar. A eleição municipal tende a ter maior mobilização do que as estadual e nacional. Assim, se tomarmos os 82% como referência, poderemos estimar um total entre 280 e 290 mil votos válidos.

terça-feira, julho 29, 2014

Campos possui 354,7 mil eleitores aptos a votar

Os números do eleitorado brasileiro aptos a vota em outubro próximo foram divulgados hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O município de Campos dos Goytacazes possui exatos 354.732 eleitores em condições de votar nas eleições deste ano.

Norte Fluminense tem 671 mil eleitores
A região Norte Fluminense atingiu um total de 671.321 eleitores aptos a votar nas eleições deste ano, distribuídos da seguinte forma pelos nove municípios:


















PS.: Atualizado às 18:12 e 00:32: Abaixo relação do número de eleitores de todos os 92 municípios fluminenses aptos a votar nas eleições de 2014. O estado do Rio de Janeiro está com um total de 12,141 mil eleitores. Segunda atualização para corrigir digitação do número de eleitores de Campos na tabela. No texto estava correta a informação anterior.


Série de reportagens sobre impactos da instalação do mineroduto é finalista de prêmio internacional

A informação foi repassada ao blog pela Patrícia Generoso, lá do município de Conceição de Mato Dentro, MG, onde se situa a mina e o início do mineroduto.

Eu conheci Patrícia, quando da realização do 2º Encontro de Resistência dos Atingidos do Projeto Minas-Rio e Porto do Açu, em, 24 de agosto de 2013. (Veja aqui). Na ocasião fui convidado para falar sobre minhas pesquisas e sobre as articulações políticos empresariais que viabilizavam o empreendimento. 

Como sempre acontece nestas ocasiões, as trocas de informações aconteceram nas duas direções durante todo o final de semana, e possibilitou adiante a produção de um relatório produzido pelo   Ibase/AGB (Instituto Brasileiro de Análises Sociais em associação com a Associação dos Geógrafos do Brasil), do qual este blogueiro é um dos colaboradores, cujo título é: "O projeto Minas-Rio e seus impactos ambientais - Olhares desde a perspectiva dos atingidos". O documento pode ser lido e/ou copiado aqui. Todos compreendemos que um fato acabou contribuindo para outro.

Voltando ao motivo desta nota, sobre a seleção ao prêmio internacional pela matéria do jornal mineiro "O Tempo", a sua série de reportagens “Um mineroduto que passou em minha vida”, produzida pelas repórteres Ana Paula Pedrosa, Queila Ariadne e Mariela Guimarães, é uma das únicas três reportagens do Brasil entre os 20 finalistas da categoria imprensa diária do Prêmio de Jornalismo Iberoamericano do IE Business School.

Alguma delas foram repercutidas e republicadas aqui neste blog. Uma delas aqui 23 de março de 2014. Publicada pelo O TEMPO de 22 a 29 de março de 2014, a série retrata um rastro de destruição deixado pelos 525 km do maior mineroduto do mundo, que a britânica Anglo American está construindo dentro de Conceição do Mato Dentro, região Central de Minas, até o São João da Barra, no Rio de Janeiro, onde está se sendo instalado o Porto de Açu. O projeto está em fase de licenciamento e, apesar dos problemas ambientais e sociais, a empresa mantém o cronograma do primeiro embarque de minério para o fim deste ano.]

Concorreram ao prêmio ao todo 224 reportagens inscritas de 135 veículos de comunicação de países como Colômbia, Guatemala, Panamá, Chile, México, Argentina, Peru e Uruguai. Os vencedores serão conhecidos em setembro e receberão o prêmio no dia 6 de outubro, em Madri, Espanha.

A premiação é organizada em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e com apoio da CMN em Espanhol e Casa de América, a premiação tem o objetivo de reconhecer os melhores trabalhos jornalísticos publicados ou divulgados por meios de comunicação (imprensa escrita, revistas, blogs, webs, rádio ou televisão) da América Latina, com foco na divulgação da cultura econômica na sociedade.

O fato ajuda a mostrar que há, mesmo que pequenos, espaços na mídia comercial para se matérias de boa qualidade, independente das pressões. Clique aqui e veja mais detalhes.


Brasil recebe autorização para pesquisar fundo do mar - medida dá direito do país proteger 1,5 mil km

Já há quem chame a "Elevação do Rio Grande" como uma espécie de "pré-sal de minério". No sul, distante 3 mil quilômetros da costa brasileira já se constatou que nela há grande quantidade de diversos tipos de minério de extremo valor. A autorização para sua pesquisa dependia da análise de uma espécie de "Agência Internacional" ligada à ONU, chamada Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (IBSA).

A decisão de pesquisa e posterior exploração pode ser dada a qualquer país que apresente dados e projeto de exploração e não apenas aos que estão no litoral mais próximo, porque se situa além das 200 milhas náuticas (370 km). No caso específico da Elevação do Rio grande, já existia pesquisas e interesses dos EUA, Rússia e Alemanha.

A autorização da IBSA acaba dando outra garantia que se relaciona às nossas reservas do pré-sal do petróleo que a maioria dos técnicos prevê que vá além das 200 milhas. Com a autorização da IBSA, o país fica autorizado também a proteger os limites do litoral a uma distância de 1,5 mil quilômetros com uso de suas forças de defesa nacional.

Todos sabem que o mar é um espaço ainda pouco explorado pelo homem e pelo sistema capitalista que comanda a humanidade. O seu uso deve ser cuidadoso sob o ponto de vista ambiental. O Brasil que extrai há 40 anos petróleo em seu litoral sabe disto.

Agora, com as possibilidades se ampliando, os cuidados devem ser maiores e será preciso a formação de um contingente significativo de técnicos e órgãos de pesquisa para acompanhar este processo daqui para a frente.

O fato se juntado à questão do pré-sal do petróleo se transforma numa importante questão geopolítica que explica porque o Brasil é cada vez mais importante no tabuleiro da política mundial, neste momento de realinhamento pós mundo unipolar.

Enfim, confiram abaixo a matéria do Valor Online ontem (28/07) com detalhes sobre o assunto:

segunda-feira, julho 28, 2014

"Salinização" fez Cedae suspender captação e distribuição de água em SJB ontem

O avanço do mar também sobre a foz do Rio Paraíba do Sul fez a Cedae suspender por um dia a captação e o abastecimento de água em São João da Barra .A informação foi veiculada aqui pelo site de notícias de SJB, OZK News:

"A CEDAE informa que suspendeu o abastecimento de água por conta da salinização, em todo o município, mas que voltou com o serviço às 13h desta segunda-feira (28)."

O fato mostra a gravidade da situação atual com a redução do volume de água do Rio Paraíba do Sul na atualidade. Imaginem com a transposição desejada pelo estado de São Paulo.

Mar continua avançando e preocupando no Açu

O blog já fez três postagens recentes tratando do assunto (aqui, aqui e aqui). O problema continua sem que as autoridades e os gestores do empreendimento se manifestem. Hoje o blog voltou a procurado por moradores como o Souza:

"Prezado Roberto Moraes, estive neste Domingo, 27.07 na Praia do Açu e por volta das 15h00, o cenário era assustador com ondas muito fortes atingindo e destruindo grande parte da via litorânea em toda a sua extensão. Certamente a construção do dique no porto está ocasionando alterações nas correntes marinhas. Os moradores estão assustados com o avanço do mar."

Também chegou ao blog um pequeno filme e duas fotos mostrando que o problema e a preocupação só aumentam:






ANP autoriza a construção de 7 Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Comperj

A ANP autorizou na semana que passou a construção das sete unidades que farão parte da UPGN do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) que está sendo instalado pela Petrobras no município de Itaboraí, RJ.

A UPGN terá capacidade de processamento de 14 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (m³/d), conforme publicação no Diário Oficial da União. O polo de processamento vai tratar o gás natural associado à produção do pré-sal da Bacia de Santos, que será transportado até o Comperj pelo gasoduto Rota 3.
Mapa de localização do Comperj

As unidades que receberam a aprovação são: Unidade de Processamento de Gás Natural I (U-1231), com capacidade de 7,0 milhões m³/d, Unidade de Processamento de Gás Natural II (U-21231), com capacidade de 7,0 milhões m³/d, Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural I (U-1237), com capacidade de 4.000 m³/d, Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural II (U-21237), com capacidade de 4.000 m³/d, Unidade de Tratamento de Gás Natural I (U-2323), com capacidade de 7,0 milhões m³/d, Unidade de Tratamento de Gás Natural II (U-22323 ), com capacidade de 7,0 milhões m³/d, e Unidade de Tratamento Cáustico de GLP (U-2321), com capacidade de 8.196 m³/d.

Além disso, a ANP também autorizou a construção dos sistemas auxiliares e interligações com os demais sistemas existentes, bem como dois coletores de condensado, cinco esferas de armazenagem de GLP, com 3.180 m³ de capacidade nominal, sistema de armazenagem de fluido refrigerante, estações de carregamento rodoviário de GLP e C5+, e dois tanques de armazenagem de C5+, com 2.561 m³ de capacidade nominal.
Fonte: PetroNotícias e.arquivos do blog.


Mapa com detalhes das linhas (dutos) de gás dos campos do pré-sal para Unidade em Caraguatatuba-SP (Rota-1), Comperj, em Itaboraí, RJ (Rota 3) e Macaé, base da Bacia de Campos, no Norte Fluminense (Rota-2).



Esquema técnico geral entre extração, compressão e transporte de gás até as Unidades de Processamento em terra.
































Filme vencedor do 6º Festival de Paulínia

O 6º Paulínia Film Festival chegou ao fim na noite de ontem (27) e o grande vencedor foi o longa-metragem “A História da Eternidade". O flime conta três histórias de amor em um vilarejo do sertão nordestino. A cerimônia de encerramento foi realizada no Theatro Municipal Paulo Gracindo, em Paulínia (SP), e reuniu pelo menos 23 mil pessoas durante os seis dias de atrações.

Dirigido pelo pernambucano Camilo Cavalcante, o longa é uma homenagem ao cineasta Cacá Diegues e levou para casa cinco prêmios, que somam R$ 410 mil. São eles: melhor filme, diretor, ator (Irandhir Santos) e atriz (Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid). O longa levou ainda o prêmio da crítica (Júri Abraccine).

Entre as histórias do longa, um artista, interpretado por Irandhir Santos, ajuda a sobrinha, vivida por Debora Ingrid, a ver o mar pela primeira vez. A segunda história revela a trajetória de uma viúva, interpretada por Marcélia Cartaxo, que abre o coração para o cego do vilarejo. Já a terceira e última narrativa mostra uma avó, vivida por Zezita Matos, que recebe o neto após um passado turbulento em São Paulo. Abaixo o trailer do filme:



Segundo os que acompanham com mais afinco o setor, os festivais de cinema estão se espalhando pelo com a ampliação de políticas culturais e do campo do audiovisual apoiadas pelo governo federal.

Abaixo a lista completa de vencedores do Festival de Paulínia:

Filmes de longa-metragem
Melhor Filme (R$ 300 mil): “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante
Melhor Direção (R$ 50 mil): Camilo Cavalcante, por “A História da Eternidade”
Melhor Ator (R$ 30 mil): Irandhir Santos, por “A História da Eternidade”
Melhor Atriz (R$ 30 mil): Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid, por “A História da Eternidade”
Melhor Ator Coadjuvante (R$ 15 mil): Marcello Novaes, por “Casa Grande”
Melhor Atriz Coadjuvante (R$ 15 mil): Clarissa Pinheiro, por “Casa Grande”
Melhor Roteiro (R$ 15 mil): Fellipe Barbosa e Karen Sztajnberg, por “Casa Grande”
Melhor Fotografia: (R$ 15 mil): Mauro Pinheiro Júnior, por “Sangue Azul”
Melhor Montagem (R$ 15 mil): Eva Randolph, por “Aprendi a Jogar com Você”
Melhor Som (R$ 15 mil): Thiago Bello, por “Castanha”
Melhor Direção de Arte (R$ 15 mil): Claudio Amaral Peixoto, por “Boa Sorte”
Melhor Trilha Sonora (R$ 15 mil): Juliana Rojas, Marco Dutra e Ramiro Murilo, por “Sinfonia da Necrópole”
Melhor Figurino (R$ 15 mil): Juliana Prysthon, por “Sangue Azul”
Especial Júri (R$ 100 mil): Fellipe Barbosa, por “Casa Grande”

Filmes de curta-metragem
Melhor filme (R$ 30mil): “O Clube”, de Allan Ribeiro
Melhor Direção (R$ 20 mil): Allan Ribeiro, por “O Clube”
Melhor Roteiro (R$ 15mil): Carolina Markowicz e Fernanda Salloum, por “Edifício Tatuapé Mahal”
Especial Júri (R$ 20 mil): “O Bom Comportamento”, de Eva Randolph
Prêmio do Público
Melhor longa-metragem (R$ 50 mil): “Boa Sorte”, de Carolina Jabor
Melhor curta-metragem (R$ 20 mil): “O Clube”, de Allan Ribeiro
Júri Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema
Melhor longa-metragem: “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante
Melhor curta-metragem: “O Clube”, de Allan Ribeiro.
Fonte: Muda Mais.

DNA África, uma série que promete!

"DNA África é uma série de cinco documentários de 52 minutos cada um que se propõe a investigar a origem dos afrodescendentes e a importância dos africanos na construção do Brasil. O projeto está baseado em três eixos: o histórico, o cultural e o científico.

Ao identificar os principais portos de saída e de chegada usados pelos colonizadores europeus na África e no Brasil, temos os dados históricos sobre o tráfico negreiro e o número de africanos trazidos como escravos, estimado em pelo menos 4,8 milhões de pessoas entre os séculos 16 e 19. Esse processo de quase 400 anos representou uma ruptura histórica para os descendentes dos povos africanos.

A série irá mostrar como a chegada de milhões de africanos ao longo dos séculos teve forte influência nas artes, na religião, na culinária e na formação do povo brasileiro.

A partir de testes de DNA feitos em 150 afrodescendentes dos cinco estados brasileiros que mais receberam africanos, o projeto pretende ajudar no resgate de uma história que se perdeu com o tráfico ao identificar a ascendência étnica desses brasileiros, apontando os locais de origem de seus antepassados.

A direção e o roteiro desta série é do jornalista campista Carlos Alberto Jr. pela Promo Brasil da Cine Group. Abaixo a ficha técnica da série e um trailler de pouco mais de 2 minutos que vale você conferir.

FICHA TÉCNICA
Produção Executiva: Monica Monteiro
Direção e Roteiro: Carlos Alberto Jr.
Direção de Fotografia: André Miranda
Produção Executiva: Luciana Pires
Direção de Arte: Rhamay Lima
Montagem: Daniel Prado
Produção: Patricia Monteiro
Consultor: Zulu Araújo
Trilha Sonora: Estúdio Muzak."

domingo, julho 27, 2014

Presença da China na América Latina e seus significados

A China aprovou crédito adicional de US$ 4 bilhões para projetos de desenvolvimento da Venezuela em troca de pagamento em petróleo. Consta que a Venezuela já deve US$ 50 bi à China em créditos semelhantes. Hoje a Venezuela envia à China 500 mil barris/dia e deve chegar à 1 bilhão de barris nos próximos anos.

Na Argentina, a China acertou uma troca de moeda entre os dois países no valor de US$ 11 bilhões e foi feito um empréstimo ao governo argentino de US$ 2,7 bilhões para a compra de equipamentos ferroviários, além de outros US$ 4,7 bilhões para a construção de hidrelétricas.

No Peru, o grupo China Minmetals acertou a compra do projeto Las Bambas que pertence à trading suíça Glencore Xstrada, por US$ 5,8 bilhões. A mina deverá iniciar a produção em 2015 e será uma das maiores produtoras de cobre do mundo. A China é atualmente o maior consumidor de cobre do mundo. O grupo chinês deve ficar com cerca de 62% do projeto.

O total de investimentos acertados só nestes três países da América do Sul quando da vinda do seu presidente Xi Jiping para assinar o acordo dos Brics no Brasil e visita a mais alguns países sul-americanos somam mais de US$ 17 bilhões. São na maioria, investimentos em energia e recursos minerais. Se juntar este valor ao canal da Nicarágua que a China (de 278 km) quer bancar para concorrer com o Canal do Panamá ligando o Atlântico ao Pacífico, cujo projeto está orçado em US$ 40 bilhões, o valor total se ampliaria para US$ 57 bilhões. (O Globo, 27/07/2014, veja aqui)

Em Cuba, a China tem uma série de parcerias que envolve desde parcerias para a participação na zona de desenvolvimento especial do Porto de Mariel, construído pelo Brasil ao apoio à exploração de petróleo no mar. No final de 2011, a China concluiu a construção da plataforma de exploração de petróleo offshore Scarabeo-9, ao custo de US$ 750 milhões. Desde 2012, a plataforma-sonda atua em perfurações em águas profundas, na área exclusiva de Cuba, no Golfo do México, onde este país e os EUA já exploram petróleo.

No Brasil, quatro petrolíferas chinesas já produzem quase 80 mil barris por dia e a Petrobrás paga um empréstimo de US$ 1 bi feito em 2009 à estatal com a entrega de 100 mil barris por dia de petróleo produzido em nosso litoral.

A empresa de engenharia brasileira Camargo Corrêa, uma das cinco maiores construtoras do Brasil, com atuação também em projetos de outros continentes, neste processo fechou acordo com a estatal ferroviária russa Russian Railways International (RZD) de olho nos leilões para construção e concessão de sete lotes de ferrovias no Brasil.

O embaixador Sergio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), em reportagem neste domingo ao O Globo destacou os investimentos agora promovidos pela China mundo afora, principalmente na América Latina: "eles tem uma preocupação com a preservação do ambiente local, diferentemente de investimentos feitos no passado pelo país na África, que não deixaram retornos econômicos e socioambientais significativos para os moradores afetados. O que é impressionante no caso da China é a visão estratégica e a capacidade de realização. Estão criando alternativas para chegarem aos seus objetivos sem fazer ruídos".

Observando todo este cenário e mesmo identificando investimentos em energia e infraestrutura e não apenas, em exploração mineral e agricultura, se vê que há risco sim de um avanço da primarização da economia brasileira e dependência mineral na América Latina.

De outro lado, há sim, uma aposta baseada na valorização de nossas commodities minerais e agropecuária. Mas, foi desta forma que o Canadá, a Austrália, e de certa forma, os EUA se desenvolveram, enquanto economia e povo.

Eu tenho chamado este fenômeno como apostar em surfar sobre a onda de uma inserção global, mesmo correndo o risco do “caixote” produzido pelas forças econômicas e dos players globais, interessados na captura dos excedentes econômicos gerados pelas receitas deste comércio internacional e também pela dinâmica produzida pela inserção social da base da pirâmide da realidade social brasileira.

À América Latina está colocada um desafio de organização e valorização permanente destas suas riquezas minerais, estruturado, por exemplo, uma espécie de Opep, que criada há cerca de meio século pelos países produtores de petróleo.

Seria uma Opemin (Organização dos países exportadores de minério) com braços também no continente africano, evitando a dilapidação destas riquezas sem uma contrapartida que possa garantir a superação da dependência e daquilo que ficou conhecido como desenvolvimento desigual e combinado em favor das economias centrais em relação às periféricas.

Ao Brasil, em especial, há que trabalhar por um bom resultado oriundo da disputa entre a aposta da onda e o risco do caixote depende da construção de um projeto de nação que se coloca num patamar muito acima de um eventual crescimento econômico.

Mas, de tudo isto que acabam parecendo detalhes diante de tantas e variadas informações de natureza política e econômica que ronda o tema, não se pode deixar chamar a atenção para a mudança na geopolítica mundial com novos alinhamentos não mais unicamente centrados na Europa a na América do Norte.
PS.: Atualizado às 23:38.

Vendas por metro quadrado

Veja como os indicadores de produtividade vão se sofisticando na sociedade capitalista em que vivemos. Dias destes eu tive a oportunidade de ler uma matéria que comparava dados de vendas em shoppings centers nos EUA.

A reportagem citava um shopping em Miami (Bal Harbour Shops) que seria preferido dos "endinheirados brasileiros". Os seus donos bradavam que ele possuía vendas de US$ 30 mil por metro quadrado ao longo de um ano, sendo considerado o mais produtivo do mundo.

Eu fiquei a pensar... vendas por metro quadrado. Um shopping grande deve possuir uns 3 mil metros quadrados. Aí fiz a conta e cheguei a US$ 90 milhões, cerca de R$ 200 milhões.

Porém, mesmo vendo os números extraordinários, ligados ao comércio e não à produção, que parece cada vez remunerar menos os investidores, em detrimento do comércio e dos bancos e juros, o que me chamou mais a atenção foi o uso deste indicador comparativo de vendas por metro quadrado.

A comemoração dos gestores do shopping americano dizia que era bom vender para os ricaços e marcas de luxos nos EUA, num momento em que vários shoppings estavam fechando as portas naquele país.

Também me chamou a atenção o poder das marcas na sociedade capitalista.

Enfim, apenas observação sobre os movimentos da economia no mundo contemporâneo que continuo a considerar muito estranho.

A percepção da população sobre a importância das três escalas de poder

O artigo da Marta Arrethe da USP traz de volta um debate que o blog já tratou neste espaço, sobre a percepção que a população tem sobre os três níveis de governo no Brasil. Como disse antes é impressionante como se atribui ao governo central um poder demasiado que não tem, num país continental como o nosso.

A maioria dos entrevistados 54% diz que é o governo federal que toma as decisões mais importantes. Só 16% atribui isto ao governo estadual. Além disso, 61% considera a eleição de presidente de República como a mais importante, enquanto a municipal 18% e a estadual 11%.

Os governos estaduais como já diagnosticamentos, está espremido entre os dois outros poderes com atribuições não muito claras para a população, como exceção da segurança pública, onde reside muitos e sérios problemas.

Eu acredito que o fato da eleição estadual ser casada com a federal e anda junto do legislativo aumenta o problema, embora não seja a sua maior causa. Na verdade, no debate do dia-a-dia é comum ver as pessoas atribuindo à União problemas que só terá solução mais próximo do cidadão.

É fato que o debate nacional é importante e é aquele em que se pode mais debater ideias e ideologias, mas, é impossível que esta instância tenha condições, mesmo sendo gestora, hoje, da maioria dos programas sociais que atendem à população que se avance sem uma repactuação e uma melhor compreensão da população sobre esta realidade.

Está aí um bom debate. É com este propósito que o blog traz o artigo "Os Estados e a Federação" publicado nesta sexta no Valor: O texto traz bons elementos para um aprofundamento do tema que dialoga com a questão eleitoral, mas, também com a gestão governamental. Confiram:

Os Estados e a Federação

Por Marta Arretche
Os Estados brasileiros perderam espaço na Federação! O diagnóstico não diz respeito apenas à questão fiscal. Nem mesmo ao poder dos governadores na política nacional. Diz respeito ao papel dos Estados nas funções de governo.
O modelo de Federação que adotamos desde 1988 consolidou uma divisão vertical de funções na qual a União executa as políticas de renda - previdência, seguro-desemprego, programa Bolsa Família, valores do salário mínimo - ao passo que os municípios prestam os principais serviços essenciais: saúde básica, educação fundamental, coleta de lixo, infraestrutura urbana, transporte, habitação social. Aos Estados, cabe apoiá-los no exercício destas funções. Mas também são responsáveis pelas políticas que têm apresentado pior desempenho: segurança pública e gestão metropolitana. A União também regula e supervisiona a execução das políticas compartilhadas, além de reduzir desigualdades de gasto pela via dos fundos de participação e das transferências condicionadas.

O eleitor percebe e aprova este arranjo! Financiados pela Fapesp e pelo CNPq, juntamente com Rogério Schlegel e Diogo Ferrari, realizamos no Centro de Estudos da Metrópole um "survey" sobre as percepções de uma amostra nacional representativa, com 2.285 eleitores, sobre a Federação brasileira (em março de 2013, para evitar que a proximidade das campanhas eleitorais afetasse a avaliação dos entrevistados). Pequena amostra dos resultados está nos gráficos abaixo.
Para a esmagadora maioria, o coração da política brasileira é a União: as eleições federais são as mais importantes e é nesta esfera que as decisões mais importantes são tomadas. A política municipal é vista como mais importante que a política estadual: um quinto da amostra considera que as eleições e decisões mais importantes ocorrem no município.
Não há sinais de descontentamento com este arranjo! Um quarto dos entrevistados manteria este arranjo (grupo pró-status quo). Se fosse para mudar algo, cerca de um quinto fortaleceria o governo central ou os municípios. Se examinamos o que o grupo pro-status quo quer manter (quarto disco abaixo), aumenta para 30,6% a parcela dos defensores da União e para 23,8% a preferência pelo municipalismo.
Apenas uma pequena minoria vê os Estados como mais importantes e defende que estes tenham sua autoridade ampliada.
Não é o Nordeste - usual suspeito de apoiar o governo federal - que explica esta ordenação de preferências. Em todas as regiões, a preferência pela "federalização" supera a preferência pelo municipalismo e é pelo menos duas vezes superior àquela favorável ao fortalecimento dos Estados. A única exceção é a região Sul, em que a preferência pelo municipalismo supera o apoio ao fortalecimento da União. Ainda assim, mesmo na região Sul, 24% consideram que a União deve ter seu poder ampliado.
Esta distribuição de preferências está fortemente associada à renda. O apoio à "federalização" é majoritário entre os mais pobres. À medida que aumenta a renda, diminui a preferência pelo fortalecimento da União e aumenta o apoio ao municipalismo.
Estas evidências confirmam parte do que já sabíamos. Das eleições que ocorrerão em poucos meses, as eleições para presidente são as mais importantes. Mas esclarecem algo que não sabíamos. A preferência do eleitor está em desacordo com o prognóstico que considera urgente e necessária uma reforma profunda de nossa Federação. Se nossa pesquisa está certa, reformas nesta direção não contarão com forte apoio no eleitorado, em particular dos mais pobres. Na melhor das hipóteses, estão em linha com as preferências dos eleitores mais ricos.
Quais são as origens desta perda de importância dos Estados? Argumento influente sustenta que tudo começou no Plano Real e nas medidas de estabilização do governo FHC, que privaram os Estados de fontes mais fáceis de receita, como o imposto inflacionário, os bancos estaduais e o endividamento. Mas, se os Estados eram tão poderosos até ali, como foi possível a aprovação destas medidas? Seria o eleitor tão volátil a ponto de abandonar seu apoio a um nível de governo em tão pouco tempo?
Na verdade, os Estados já perderam na Constituição Federal de 1988. Perderam receita para os municípios e autoridade sobre políticas para a União. As políticas da União e dos municípios são muito mais visíveis para o eleitor do que as políticas estaduais. Na história brasileira, desde Getúlio Vargas, é o governo federal que está associado às políticas que melhoraram a vida dos mais pobres. Esta trajetória vem de longe.
Marta Arretche é professora titular do Departamento de Ciência Política na USP, diretora do Centro de Estudos da Metrópole e colunista convidada do "Valor". E-mail: arretche@usp.br.

sábado, julho 26, 2014

"Oposição aposta contra o Brasil e apregoa fracasso da economia"

Abaixo o blog republica o texto originalmente publicado como editorial pelo site "Vermelho" com avaliação da conjuntura do quadro político e eleitoral brasileiro.

"Oposição aposta contra o Brasil e apregoa fracasso da economia"
"A oposição capitaneada pelo candidato Aécio Neves até aqui tem adotado a seguinte tática eleitoral: despreza o debate de ideias acerca de soluções aos problemas do país e alardeia catástrofes que estariam por acontecer e, obviamente, acusa a presidenta Dilma de ser a responsável pela suposta tragédia.

Mas, para alívio do povo brasileiro, o oráculo da oposição falhou em todas as suas tenebrosas previsões e o caos, como se pode ver, não se instaurou. Muito ao contrário, apesar do pio agourento dos tucanos, o Brasil, sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff, tem enfrentado com êxito os efeitos negativos da grande crise mundial do capitalismo sobre o conjunto dos países em desenvolvimento, além do que a presidenta tem descortinado saídas para que a economia nacional acelere o crescimento.

Eis algumas das profecias tão bombásticas quanto falsas de Aécio e da grande mídia que o apoia. Apregoaram que o Brasil seria um fracasso como país-sede da Copa Mundial de Futebol. Realidade: a Copa foi realizada vitoriosamente graças à competência do governo brasileiro e às virtudes do povo. Na esfera da economia, previram uma crise cambial que não houve; um “descontrole inflacionário” que não se efetivou; um apagão elétrico que é desmentido pelo abastecimento normal de energia (a ameaça real de apagão que há no país é a do abastecimento de água da capital paulista e de outras cidades do estado por incompetência de governos tucanos). Por sua vez, a propagandeada “falência” da Petrobras se revelou um disparate. Mesmo agências internacionais indicam a estatal como merecedora privilegiada de investimentos na América Latina.

Agora, a grande mídia soa suas trombetas com o vaticínio de que o país está “na iminência” de entrar em recessão. Alguns até afirmam que a economia brasileira já padece de estagflação (inflação alta e crescimento diminuto.) Todavia, estes diagnósticos não encontram respaldo na realidade. O governo, através do Ministério da Fazenda, sustenta a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB), mesmo que a taxa modesta, crescerá, descartando o perigo de recessão. E mesmo parcela das consultorias do “mercado” refuta o diagnóstico de estagflação, afirmando que este tipo análise está “contaminado pela disputa eleitoral”.

Sobre o desempenho da economia nos últimos três anos e meio se ocultam as circunstâncias, se omitem as virtudes das ações do governo da presidenta Dilma e, sobretudo, tenta-se apagar as conquistas.

Na sua atual etapa, a crise global capitalista atinge com mais força os ditos países emergentes, como é caso de Índia, África do Sul, Turquia e Brasil. Mesmo a China desacelera, fenômeno que no seu conjunto impacta negativamente o próprio crescimento do PIB mundial. O governo Dilma teve início em 2011, justamente com esta virada negativa dos efeitos da crise sobre os países em desenvolvimento. E, diante disto, nesses três anos e meio se desdobrou e se desdobra para o país enfrentar as adversidades.

Ao oposto dos dogmas neoliberais, ante a retração do investimento privado temeroso de perdas em consequência da crise, o setor público, sob o governo Dilma, através das estatais e dos bancos públicos, elevou o financiamento de modo significativo a partir de 2008, suprindo dois terços do total de investimentos.

Noutro plano, o governo tem sido persistente para atrair os investimentos privados através de concessões e parcerias público-privadas nos setores de infraestrutura e energia. A oposição ataca com o libelo de que o atraso das concessões adveio da tentativa do governo “de querer tabelar os lucros”. O que na verdade aconteceu é que o governo atuou para preservar o interesse público, em termos de qualidade e preço dos serviços.

As conquistas são irrefutáveis. O país rompeu com um antigo dogma neoliberal: a um só tempo proporciona aumento real de salários e assegura mais empregos. A inflação está sob controle, melhorou a cotação do câmbio, as reservas somam US$ 375 bilhões. As concessões, com o resguardo dos interesses nacionais e do povo, vão ganhando celeridade. Os investimentos contratados para se realizarem no curso deste ano e no futuro, mais os previstos para o campo petrolífero de Libra, somam R$ 140 bilhões. O combate às desigualdades sociais, os avanços na distribuição de renda, mais investimentos em educação, saúde, mobilidade urbana, tudo isto foi preservado e até ampliado, mesmo com o mundo em crise.

Já a oposição, além de torcer e atuar para que ocorra o pior, quando instada a apresentar alternativas saca do bolso o receituário neoliberal que fracassou no Brasil e no mundo: austeridade, corte das conquistas sociais, a começar do aumento real do salário mínimo, e, novamente, a proposição de submeter o Estado nacional aos interesses do capital financeiro. Por oportunismo, o candidato Aécio Neves não assume claramente este programa. Gagueja, tergiversa, não especifica suas propostas e demagogicamente diz que vai manter os programas sociais dos governos Lula e Dilma.

É claro que se reconhece que o Brasil precisa crescer mais. Somente um crescimento robusto e continuado pode criar as condições para uma política ainda mais arrojada de redução das desigualdades sociais e regionais. Para tal, é necessário democratizar e modernizar o Estado brasileiro, com a realização das reformas estruturais democráticas, para que crescentemente ele exerça o papel de indutor do desenvolvimento. Na esfera da economia, se destaca a necessidade de se elevar a taxa de investimentos e a produtividade, bem como de se redesenhar a política macroeconômica para que seja impulsionadora do crescimento econômico. É preciso também fortalecer e modernizar o parque industrial brasileiro, com uma política de investimento, com adoção de um câmbio competitivo e, ainda, como ressalta a presidenta Dilma, empreendendo uma verdadeira “revolução tecnológica”.

Grupo MPE com prejuízo de R$ 21 milhões e dívidas de R$ 90 milhões busca reestruturação

A empresa de engenharia MPE foi criada há 26 anos, por um grupo de engenheiros que saíram da americana GE para montar sua própria empresa.

Desde então, a MPE é presidida por Renato Abreu, oriundo da vizinha São Fidélis, que por aqui chegou a montar a indústria de sucos Bela Joana, na estada que liga sua cidade natal à Campos.

A MPE hoje possui uma carteira de projetos de R$ 4 bilhões. No ano passado a empresa teve 55% dos seus negócios ligados à Petrobras, de onde originou o "prejuízo consolidado de R$ 21,3 milhões".

Para fazer face a este prejuízo e renegociar dívidas de R$ 90 milhões com fornecedores, o grupo vendeu terras do braço agroindustrial do grupo.

Segundo estima o presidente do grupo, Renato Abreu cerca de R$ 200 milhões foi perdido com três projetos da Petrobras: a construção de módulos para as plataformas P-58 e P-62, que já foram entregues; a construção de unidade de recuperação de enxofre na Refinaria de Paulínia, SP (Replan); e a implantação de tubovias para o Comperj em Itaboraí, RJ.

Este último contrato, a MPE passou adiante o controle do mesmo, ficando com apenas 20%. Assim, o grupo passou a fazer um rearranjo em sua carteira de projetos com o objetivo de não participar com mais de 25% de nenhum projeto.

O grupo agora espera retornar às áreas de atuação original ligado à manutenção e ampliação de aeroporto, onde atua nas obras do Galeão, no Rio de Janeiro, para conclusão até as Olimpíadas do Rio. Participa também do consórcio para a construção da usina nuclear Angra 3 e pretende atuar em projetos de mobilidade urbana em parceria com a empresa da Malásia Scomi em ferrovia e monotrilhos.Mais detalhes sobre a atuação da MPE você pode ver aqui.
Fonte: Valor Online.

PS.: Atualizado às 18:08: Reformulado o título da nota  para incluir grupo MPE para não confundir com Ministério Público Estadual;

sexta-feira, julho 25, 2014

Pré-sal com potencial de 28 a 35 bilhões de barris de petróleo

A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo presidente da Pré-sal Petróleo S.A. em palestra na Câmara Americana do Rio de Janeiro (Amcham) em debate sobre a área do campo de Libra.

No mesmo evento informou que apenas 1/3 do polígono do pré-sal está contratado, por meio de acordos de concessão de partilha (como é o caso da área de Libra) e da cessão onerosa. A Pré-sal S.A. está cuidando das áreas de Gato do Mato, Lula, Sapinhoá e Tartaruga-Mestiça.


Gasoduto em Macaé-Bacia de Santos para o pré-sal

O Ibama concedeu à Petrobrás a Licença Ambiental de Instalação para execução das obras do trecho terrestre do Projeto de Escoamento de Gás para Cabiúnas – Rota Cabiúnas, nas bacias de Santos e Campos. O Rota Cabiúnas levará o gás produzido no pólo pré-sal da Bacia de Santos para o Terminal de Cabiúnas (Tecab), instalado em Macaé (RJ).

Ao todo, o projeto terá 394 quilômetros de extensão e capacidade nominal de escoamento de 13 milhões m³ por dia. O novo duto possibilitará a ampliação do processamento de gás do sistema Tecab-Reduc de 23 para 28 milhões m³ diários.
Fonte: PetroNotícias.

PS.: Atualizado às 17:02: Veja aqui nota do blog em 24 de abril de 2014 informando sobre autorização da ANP para o início da construção do gasoduto.

Empreendimento já previa avanço do mar no Açu, apesar disto se desconhece o programa de monitoramento previsto no EIA/Rima

O blog publicou aqui no último dia 19 de julho, fotos mostrando o avanço do mar no balneário do Açu bem próximo onde estão sendo instalados os dois terminais do porto que leva o nome da localidade.

Comentários foram feitos na nota do blog e também na repercussão do mesmo em meu perfil no facebook. Algumas pessoas preocupadas com o risco o problema se ampliar e se tornar crônico como acontece há anos em Atafona. Uns atribuem o problema a um processo similar ao de outras comunidades no litoral fluminense ou brasileiro.

Há ainda outros que identificam (e este blogueiro mesmo não sendo especialistas, está entre eles) que mesmo sabendo do problema mais geral do avanço do mar no litoral brasileiro, identifica que a mudança e intervenção na costa, seja em mar aberto mexendo e sendo mexido pelas correntes  marinhas, seja, na intervenção maior da costa recortada para construção de um canal. O primeiro caso se vê no terminal 1 e o segundo no terminal 2 do Porto do Açu.

O geólogo mineiro Everaldo Gonçalves que frequentemente comenta no blog questões referentes à implantação do Porto do Açu, chamando a atenção para alguns problemas e impactos, fez um comentário na nota que resolvemos trazer para este espaço:

"Prezado Roberto, mais uma excelente postagem sua que mostra os problemas inter-relacionados com os processos de sedimentação e erosão na faixa costeira do delta do Rio Paraíba do Sul. O internauta que postou as informações do trabalho de Costa (1994) está usando informação sobre o rio que de fato diminui a vazão por retirada e transposições no alto, médio e baixo curso daquele rio e diminui a contribuição de sedimentos grossos. Com isso aumenta a invasão marinha e erosão tipo Atafona que já tenderia a se deslocar em sentido litoral Sul. Ocorre que temos correntes costeiras que superpões forças e sedimentação.

As formações geológicas do delta e da parte Sul é uma das maiores deposições de cordões de areia e desde os estudos de Lamego e dos trabalhos de saneamento de Saturnino Brito e trabalhos mais atuais de sedimentologia e geomorfologia mostram que esta área de restingas é de equilíbrio frágil. Há inclusive as dunas que são feições superficiais móveis ou nômades que estão migrando em direção aos terrenos ocupados pela retroárea do Porto Açu. Então, se aquela região da costa está na zona de influência de ciclo alternados de erosão-deposição é preciso estudar toda e qualquer interferência antrópica do tipo da construção da ponte de três quilômetros para os berços de atracação, o(s) quebra-mar que antes havia sido projetado em fragmentos de rocha eram estruturas permeáveis e agora com os trechos em caixão de concreto cheios de areia que são impermeáveis – e, não consta que foi feito novo EIA-Rima –, acompanhados de dragagem de mais de 25 km para rebaixar o canal de acesso ao TS1 de 18 metros de calado para 26 metros e TS2 de zero metros para calado da ordem de 18 metros é certo que os anteparos e as cavas dos canais deslocam e aumentam a direção e velocidade de sedimentação.

As obras afoitas levadas a cabo sem fim pela megalomania do empresário Eike Batista com a LLX e Anglo e agora Prumo propalaram que já haviam feito a dragagem do canal de acesso de 25km e não temos informação de como está sendo o acompanhamento do assoreamento daquele canal, nem no trecho que entra no continente.

O fato é que pelas fotos deste post e das anteriores da localidade de Açu o mar está erodindo perigosamente a costa daquela região do Açu, além de outros problemas ambientais como salinização de aquífero e movimentação de dunas, o que fazer com a água doce do mineroduto, etc. Portanto Roberto Moraes é preciso estudar e discutir técnica e livremente, sem paixão, mais este caso de erosão deposição no vaivém das ondas do mar que ora dá ora tira sedimento. Parabéns e um abraço, geólogo Everaldo Gonçalves."

Além do comentário do Everaldo Gonçalves, o blog recebeu por email (como sempre acontece) informações e questionamentos de pessoas que acompanham todo o processo de implantação do Açu.

Gente que não se posiciona contra o empreendimento, mas, que não aceita o pouco caso com a região, relevando impactos graves e não cumprindo as obrigações e compensações ambientais e sociais que os empreendedores assumiram em fazer e que não estaria cumprindo, sem que as autoridades responsáveis pela fiscalização cumpram a sua parte.

Foi assim que o blog teve a informação que durante as audiências públicas que debateu a implantação do estaleiro (Unidade de Construção Naval - UCN) da OSX, no dia 11 de janeiro de 2011, em São João da Barra e 12 de janeiro de 2011 em Campos, questionamentos foram feitos sobre os riscos desta erosão no litoral.

Riscos aliás, que constam claramente do Relatório de Impacto Ambiental (veja abaixo com os grifos) da UCN da OSX no Açu. Desta forma, tanto do Rima quanto o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) da UCN previam um "Programa de Monitoramento Costeiro" que pudesse não apenas identificar os problemas (previsto, é bom repetir), mas, executar medidas que possa impedir o problema se agrave com a significativa redução da faixa de areia, em tão curto espaço de tempo de existência das instalações do porto.

A comunidade se mostra muito preocupada. A Defesa Civil do município já visitou as moradias das duas ruas paralelas ao mar fazendo um levantamento da estruturas das casas, se reportando ao problema do riscos deles terem que mais adiante abandonar o local.

É injusto que o problema prossiga sem que o empreendedor do porto e as autoridades conversem abertamente com a comunidade, apresentem os estudos que não se conhece e nem se sabe se estão sendo realizados e identifiquem soluções para a proteção e eventual engorda da faixa de areia daquele balneário que possui cerca de 800 domicílios.

Abaixo o blog vai postar duas fotos da última semana mostrando o avanço do mar. Logo abaixo segue duas páginas do Rima da Unidade de Construção Naval da OSX, com grifos mostrando que já se sabia dos riscos, com a previsão do programa de monitoramento, assim como de soluções para sanar os impactos.

Como sempre faz, o blog abre espaço para que tanto os implantadores do Porto do Açu, quanto as autoridades possam se manifestar sobre as questões aqui descritas.





































PS.: Atualizado às 16:30: O blog foi informado que durante esta semana o prefeito de São João da Barra, Neco esteve com assessores visitando e vistoriando o avanço do mar no Açu. Na ocasião viu de perto, os problemas do avanço do litoral na localidade em que morou até ser eleito prefeito do município. Não se sabe os encaminhamentos que pretende adotar como gestor maior do município. O blog volta a abrir espaço para manifestação das autoridades, do executivo e legislativo local e estadual.

quinta-feira, julho 24, 2014

Mais duas sobre o Açu

Além da antecipação da expectativa de exportação de minério de ferro pela FerroPort (Prumo + Anglo) em outubro, ao invés de dezembro deste ano, o blog traz mais duas novas informações:

1) A Prumo Logística S.A. está concluindo negociações para assumir a conclusão de uma primeira etapa das instalações do estaleiro (Unidade de Construção Naval - UCN) da OSX. A previsão é de que em setembro, as obras sejam retomadas. 
Localização da antena
da TIM no Açu

A mais provável é que estas instalações seja depois arrendadas para o Consórcio Integra (Mendes Jr. + OSX) com a segunda bancando sua parte na parceria com a disponibilização da área. Porém, há outras possibilidades em estudos, separadas, ou de forma conjunta.

O blog informou aqui, na última terça-feira (24/07), sobre a atuação na área de construção naval, com a construção e montagem de módulos de plataformas que o Consórcio Integra realiza junto ao canal do terminal 2 do Porto do Açu. Por cota disto é estaria demandando a ampliação da área de cais, com requisição à Prumo e OSX da disponibilização de uma maior área para o desenvolvimento de outros contratos.

2) Começou a funcionar ontem, a antena da operadora de telefonia celular TIM na comunidade do Açu na área do porto, que até então era atendida exclusivamente pela Vivo.

Expectativa de exportação de minério pelo Porto do Açu é antecipada para outubro

Antes prevista para o final do ano, em dezembro, agora, as empresas Anglo American e a Prumo Logística S.A. já trabalham com a possibilidade, de recebidas as licenças ambientais, poder, já em outubro, realizar exportação de minério de ferro, através do terminal 1 do Porto do Açu.

Os testes de operação na produção da polpa em Conceição de Mato Dentro, MG e do funcionamento do mineroduto estão dando bons resultados. A equipe operacional do Sistema Minas-Rio está em fase de adiantado treinamento. Ainda faltam, os testes finais do sistema de filtragem para a polpa ser transformada em minério junto ao porto do Açu. Junto a Anglo aguarda as licenças de operação já solicitada ao Ibama.

A Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) já enquadrou, através de contrato de adesão, o terminal 1 e o Sistema Minas-Rio, denominado no contrato como Ferroport nas regras da Nova Lei dos Portos (Lei 12.815).

Com a assinatura do contrato, a LLX fica autorizada a explorar a instalação portuária Terminal de Uso Privado Porto do Açu – Terminal de Minério, localizada em São João da Barra (RJ). A autorização compreende a movimentação e armazenagem de granéis sólidos (minério de ferro), destinados ou provenientes de transporte aquaviário. A área autorizada para exploração da instalação portuária corresponde a 1.893.406,10 metros quadrados.

O termo de adesão foi assinado no último dia 17 de junho na sede da Antaq, em Brasília. Participaram da solenidade o diretor-geral da Agência, Mário Povia, e os diretores Fernando Fonseca e Adalberto Tokarski. Os diretores da empresa, Alberto da Fonseca Guimarães, Luiz Fernando Nogueira e José Castanon, estiveram presentes. (foto ao lado).  

A antecipação da expectativa de operação e exportação de minério de ferro pelo terminal 1 do Porto do Açu é do diretor-presidente da LLX Minas-Rio, Alberto Guimarães: “Essa é nossa expectativa”, afirmou o executivo, informando que a instalação portuária poderá movimentar até 26 milhões de toneladas de minério de ferro por ano", disse quando da assinatura do termo de adesão na Antaq, em Brasília.

A Ferroport é uma joint venture formada pela Prumo Logística (que sucedeu a LLX, do empresário Eike Batista) ) e pela Anglo American. O termo de adesão da Ferroport à Antaq prevê um prazo de 25 anos, prorrogável, para operação do terminal junto ao Porto do Açu.

A antecipação da expectativa de exportação de dezembro para outubro leva em consideração a possibilidade de realizar as operações, por um dos píeres, mesmo tendo os demais píeres e o quebra-mar, completamente construído. Veja na foto abaixo o píer onde se planeja esta exportação.




quarta-feira, julho 23, 2014

Reflexão sobre a participação cidadã e a civilização em que vivemos

Espanta-me a proliferação de conselhos comunitários de segurança, enquanto outros conselhos no âmbito dos municípios e do estado estejam esvaziados de interesses e decisões.

Parece haver dificuldade em compreender que a causa de más políticas públicas setoriais entopem de problemas outras áreas.

Participação comunitária sempre é bem-vinda. É também evidente que a Segurança Pública é um direito nosso de cidadão, mas, o esvaziamento no debate, fiscalização, e planejamento de boas políticas em outros setores pode ajudar tanto quanto intervenções policiais e de repressão.

Neste processo é bom pensar que sociedade estamos criando.

Que civilização é esta em que estamos envolvidos?

Macaé já tem mais de 100 mil veículos licenciados

Depois de divulgar e comentar as estatísticas do número de veículos licenciados no município de Campos, agora o blog traz estas mesmas estatísticas no município de Macaé, RJ. Em junho de 2014, Macaé possuía um total de 107.146 veículos licenciados, assim distribuídos:

Automóveis – 60.653
Moto – 19.870
Motoneta - 3.989
Ciclomotor – 1.945
Triciclo – 105
Ônibus – 1.000
Microônibus – 1.126
Caminhonete – 5.874
Caminhoneta – 5.261
Caminhão – 3.131
Caminhão Trator – 847
Trator de rodas - 62
Trator de Esteira – 2
Trator Misto – 19
Reboque – 1.440
Semi-reboque – 962
Side car – 7
Utilitário – 853
Total – 107.146 veículos

Proporcionalmente o número de veículos em Macaé cresceu mais do que em Campos. Em 2001, Macaé possuía 80 mil veículos licenciados. Em 2007, 59 mil veículos, já em 2014, um total de 107 mil, ou seja, um crescimento desde 2001 de 3,3 vezes (ou 230%) no número de veículos licenciados. Enquanto isto em Campos, entre 2001 e 2014, o crescimento de 80 mil para 201 mil veículos licenciados significou um crescimento de 2,5 vezes (ou 150%).

A relação entre número de veículos licenciados e a população em Macaé é também maior do que em Campos com aproximadamente um veículo para cada dois habitantes, considerando a população de 224 mil habitantes. Em Campos, esta relação é de um veículo licenciado para cada 2,3 pessoas.

Esta diferença nem tão acentuada, se explica pelo maior poder aquisitivo médio da população macaense, em relação ao número de moradores em Campos, além de ser a sede da base da Petrobras na região e de toda uma cadeia de empresas do setor de óleo e gás.

Considerando a pouca extensa área central urbana de Macaé, esta densidade de veículos licenciados explica as dificuldades do trânsito e também da mobilidade no vizinho município.

O fato também não diverge muito de outras cidades de médio porte brasileiro, quando se trata do transporte público que afeta tanto aos trabalhadores e comunidades, quanto ao próprio crescimento econômico do município.

Enfim, problemas muito similares que mereceriam estudos e ações compartilhadas. A Ompetro (organização dos municípios produtores de petróleo) poderia estar incentivando o debate e a busca consorciada de soluções para a questão da mobilidade urbana entra tantas outras políticas públicas, ao invés de continuar quase exclusivamente voltada à defesa da receita dos royalties do petróleo. 

Alguns avanços de busca de pensar a região de forma integrada foi dada na reunião da última segunda feira, em Rio das Ostras, mas, é preciso ir muito para além do discurso em período pré-eleitoral.

Campos possui 201 mil veículos licenciados no Detran

Em maio, o município de Campos dos Goytacazes ultrapassou o número de 200 mil veículos licenciados. Na estatística do mês de junho de 2014, a última disponibilizada pelo Detran, RJ, a quantidade exata é de 201.526 veículos, assim distribuídos:

Automóveis – 122.424
Moto – 34.577
Motoneta – 10.622
Ciclomotor – 61
Triciclo – 63
Ônibus – 1.488
Microônibus – 1.018
Caminhonete – 8.607
Caminhoneta – 8.105
Caminhão – 7.259
Caminhão Trator – 784
Trator de rodas - 162
Trator de Esteira – 1
Trator Misto – 10
Reboque – 4.587
Semi-reboque – 1007
Side car – 12
Utilitário – 699
Total – 201.526 veículos.

Alguns números chamam a atenção. É oportuno recordar que os milhares de veículos licenciados no estado vizinho do Espírito Santo, de proprietários locais, não estão nesta contabilidade. Há quem estime que este número seja da ordem de 10 a 15 mil veículos. Há uma década gerentes de concessionária afiançaram a este blogueiro que sete em cada dez carros novos eram emplacados no Espírito Santo.

Desta forma, pegando o número por baixo significa que temos cerca de 150 mil veículos circulando na cidade, entre carros de passeio e caminhonetes. Um número que ajuda a explicar o problema no trânsito que agora não se dá mais apenas na hora do rush.

Outro número que chama a atenção é o de motos e motonetas de 45 mil circulando na cidade e que é responsável por um grande número de acidentes, inclusive fatais.

Também chama a atenção o número de ônibus (e microônibus) de 2,5 mil, licenciados no município diante da ausência dos mesmos nas linhas urbanas e distritais da cidade. 

Estes números deveriam servir para nosso gestores planejarem nossa cidade. 

Há quase quinze anos, em 2000, eu pela primeira vez levantei estes dados oficiais sobre número de veículos licenciados na cidade que já crescia na razão de aproximadamente 5 mil veículos a cada ano. 

Para se ter uma ideia, por esta mesma base de dados, em 2001 Campos tinha 80 mil veículos licenciados. No início de 2007, 114 mil veículos licenciados e agora, em 2014, um total de 201,5 mil veículos licenciados.

Na ocasião, em alguns estudos que divulguei e em debates, eu disse que o município teria que urgentemente atuar em duas principais frentes: o transporte público para desafogar e impedir que nossas ruas (estreitas) se entupissem diariamente de carros; a segunda, urgentemente construir as perimetrais que permitissem que as pessoas que moram num extremo não precisassem circular na área central para chegar ao seu destino. 

Foi preciso quase uma década para que a avenida Artur Bernardes projetada há quatro décadas saísse do papel e virasse realidade. Outras perimetrais ainda continuam no papel. O transporte público continua sendo problema e soluções também continuam no papel.

Enfim, na ocasião não olhamos para frente, será que agora continuaremos não olhando a realidade para projetar a logística e a mobilidade urbana diante da realidade que potencializa a cada dia os problemas? Sei não, parece que o município e a região continuam vendo a banda passar, independente do nosso orçamento bilionário.