sexta-feira, dezembro 18, 2015

A crise do petróleo é global: redução de US$ 500 bilhões em investimentos

De uma forma geral as pessoas relativamente informadas já sabem disso, mas sempre há oportunistas que pretendem se aproveitar da ocasião, para tentar entregar as riquezas minerais do país.

Todas as principais petroleiras do mundo tiveram variação negativa em seu valores entre os anos de 2014 e 2015. Quatro delas tiveram prejuízo nos nove primeiros meses. Aí é interessante observar que a Petrobras não faz parte deste grupo, mesmo que também sofra graves consequências, de certa forma pressionada, simultaneamente, pela Operação Lava Jato.

Muitos não gostam de divulgar, mas é fato que a Petrobras é a terceira grande petroleira que menos sofreu variação no lucro líquido acumulado nos 9 primeiros meses de 2015, comparados com o mesmo período de 2014. (Veja gráfico abaixo)

Outro dado interessante é o que aponta a redução dos investimentos no setor a nível global. Especialistas que estudam o assunto, entre eles Paul Horsnell, da Standard Chartered, ouvido, pelo insuspeito Financial Times, afirmou que foram feitos cortes de investimentos de US$ 300 bilhões.

Se forem somadas a redução de gastos, também em bens de capital, este valor deve chegar em 2016, a uma redução de US$ 500 bilhões, ou 1/2 trilhão de dólares.

Vou repetir US$ 500 bilhões (ou cerca de R$ 2 trilhões) de investimentos em projetos mundo afora foram suspensos. As grandes petroleiras mais atingidas foram Shell (que está mantendo todos os investimentos no Brasil), BP, Conoco Phillips, Statoil e Total que decidiram cortar gastos e suspender projetos novos para reduzir perdas e manter caixas.

A decisão de cortar custos e reduzir investimentos, em função do baixo preço do barril de petróleo deverá ter impactos no atraso de projetos e na redução de descobertas e reservas que, segundo especialistas, deverão ser sentidos só daqui a dois ou três anos, possivelmente, quando esta baixa de preços, já deve ter sido superada.

Conhecer esta realidade é nosso dever, antes de emitirmos as opiniões que temos direito de expressar.


8 comentários:

Anônimo disse...

Professor, lembrando que a Petrobras teve e tem muito roubo, será que estaria nesta lista sem os roubos?

Roberto Moraes disse...

Sim é preciso controlar, evitar, ou pelo menos conter parte destes desvios e punir os responsáveis. Porém, há que se reconhecer que o problema é comum nas demais players do petróleo que mexe sempre com muito dinheiro e numa área que obrigatoriamente tem relações com o poder político, sendo ou não estatal.

Pretyman disse...

Claro que precisamos aumentar o rigor das punições para corruptos, mas a privatização é a única solução para reduzir toda essa corrupção e roubalheira. Essa história de que o petróleo é nosso é conversa pra boi dormir. O que interesse é um setor de energia forte e dinâmico que oferte combustível de alta qualidade a preços baixos.

Roberto Moraes disse...

Conversa pra boi dormir é a que Serra teve com a Chevron para entregar os campos de petróleo da Petrobras e que foi flagrado e divulgado pelo Wikileaks. Junto também registrou as conversas do William Waack com a embaixada americana também colocando o seu boi para dormir nas sombra, pouco se importando com a nação.

O que se diz de setor de energia forte e dinâmico para quem? Assim, como na área química, farmacêutica e outras o que se quer é o oligopolização para dominar cadeias inteiras, como o povo pagando a conta.

Sim, investidor só quer saber de especular e ganhar com suas ações, pouco se importando com pessoas e nações.

Podem conseguir isto no Congresso, não precisam nem do executivo. É só convencer a nação, pagando aos congressistas e à mídia que todo o dia repete a mesma coisa, recebendo e bem para isto.

Pretyman disse...

Justamente pra evitar que políticos negociem poços de petróleo que as regras de concessão dos poços deve mudar e a Petrobras privatizada.

Quem paga a conta? Nós brasileiros é claro... Preço do diesel e da gasolina vendido nas postos lá nas alturas e o barril de petróleo negociado a US$ 36. Nos EUA (setor forte e dinâmico, entende?) o litro da gasolina hoje custa em torno de US$ 0,40 e você abastece um carro com US$ 18,00... Mas nada disso importa, o que importa é que a Petrobras é NOSSA.

douglas da mata disse...

Uai, e a corrupção tem um lado só? Se alguém vende (funcionário público) quem é que compra?

Putz, esse aí é daqueles que diz, orgulhoso de si mesmo, que homossexual é só quem dá o brioco...enquanto ele se imagina em algum polo "ativo"...

Roberto Moraes disse...

Veja a lógica. Incrível. Difícil de acreditar tamanha "inteligência". Para evitar que os políticos negociem, aí defende que seja tudo entregue, exatamente, pelo político. Assim, gratuitamente e fazendo crer que tudo vai melhorar. Para quem?

Novamente setor forte para quem? Para os oligopólios? Se dependesse desta visão não seríamos pioneiro na exploração de águas profundas. Não teríamos o pré-sal, e não teríamos recebidos tantos prêmios por tecnologia, etc.

O CEO da Shell elogia diariamente a Petrobras. Diz e reafirma que quer estar do lado dela para a produção no pré-sal. A Statoil fala o mesmo, assim como as petrolíferas chinesas e o sujeito quer vir aqui falar que tem que entregar tudo de graça?

Além de entreguista este pessoal precisa estudar um pouco mais. Pode assumir seu liberalismo, mas é preciso entender um pouco mais como a banda toca. Pelamordedeus

Anônimo disse...

Por favor me diga onde posso ler mais sobre isso.