65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quarta-feira, junho 13, 2007
Diretora do CCH da Uenf também repudia pressão
A professora, pesquisadora, chefe do LEEA e diretora eleita do Centro de Ciências do Homem (CCH) da Uenf, Teresa Peixoto Faria também se manifesta de forma serena, mas firme dizendo: "sugerir que a participação de uma Universidade, no caso específico, da UCAM a um programa de apoio ao ensino da Prefeitura deva estar condicionada ao apoio incondicional ao grupo político que está à sua frente, e até mesmo à omissão de dados de pesquisa e da análise científica dos mesmos, é autoritarismo, é mais do que ferir, é manipulação, é crime contra a independência da pesquisa científica e autonomia da Universidade."
Veja a íntegra de sua nota de Apoio à UcamCampos:
O artigo do senhor Roberto Barbosa, Secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, é uma ofensa à Universidade e á pesquisa científica, pois questiona, sem o menor embasamento, resultados de estudos sérios desenvolvidos por uma equipe de pesquisadores de alto gabarito da Universidade Cândido Mendes, parceiros em pesquisas e no Programa de Pós-graduação em Políticas Sociais da UENF, justamente porque são reconhecidos no meio acadêmico científico pelos seus trabalhos, inúmeros já publicados e apresentados em eventos nacionais e internacionais.
Além disso, o autor fere a autonomia universitária, quando tenta subjugar a pesquisa científica aos interesses do poder dominante e à política partidária mais vil que é a praticada aqui em Campos dos Goytacazes, onde os responsáveis pela gestão municipal utilizam os cargos mais em seu próprio benefício do que em prol da coletividade.
Ora, sugerir que a participação de uma Universidade, no caso específico, da UCAM a um programa de apoio ao ensino da Prefeitura deva estar condicionada ao apoio incondicional ao grupo político que está à sua frente, e até mesmo à omissão de dados de pesquisa e da análise científica dos mesmos, é autoritarismo, é mais do que ferir, é manipulação, é crime contra a independência da pesquisa científica e autonomia da Universidade.
Por fim, gostaria de saber de fato para onde mais, então, estão indo os recursos dos Royalties, pois eu, enquanto estudiosa do processo de urbanização e pesquisadora da cidade de Campos dos Goytacazes, só tenho constatado desigualdades no seu espaço urbano. Enquanto bairros centrais recebem obras de urbanização, inúmeras favelas vêem aumentar seus “barracos”, sem água, esgoto, os bairros periféricos continuam sem praças, sem arborização, sem ruas pavimentadas, sem saneamento básico, comprometendo a saúde pública. Além disso, o nosso patrimônio artístico, cultural e arquitetônico vem sendo destruído, entre inúmeros outros problemas, conhecidos não só por nós estudiosos da cidade e do urbano, mas por toda a população, sobretudo a mais carente.
Se os royalties estivessem sendo aplicados devidamente, esta nossa cidade seria um exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo e ainda estaria estruturada para abrigar as gerações futuras!
Todo apoio à UCAM que muito tem contribuído para o avanço da pesquisa e do debate – democrático, claro - acadêmico-científico e também político.
Teresa Peixoto Faria
Professora da UENF
Chefe do LEEA
Diretora eleita do CCH.
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Um comentário:
Meu caro amigo,
Apesar de ainda não ter participado do debate nessa nossa "tribuna eletônica" que vc mantém com seu reconhecido espírito democrático, acompanho atento a repercussão da infeliz manifestação do jornalista Roberto Barbosa desde a semana passada.
Entre as diversas ponderações que fiz na última reunião do Diretório municipal do PT, questionando a ansiedade de muitos em compor este governo, a principal foi a preocupação com tal manifestação de arrogância e autoritarismo.
Sobre o absurdo da postura do governo, manifestada por seu secretário de comunicação, acho que tudo já foi dito. Quanto ao debate sobre a má gestão dos recursos dos royalties, continuarei atento, pois acho que muito ainda há de se esclarecer à opinião pública.
Toda solidariedade a UCAM e ao Prof. Rorigo Serra. Parabéns a vc mais uma vez pelo blog e pelo papel relevante que ele representa para o debate de idéias de interesse público em Campos e na região, reafirmado neste lamentável episódio. Parabéns aos professores Tetê Peixoto, Zé Luis Vianna e Aristides Soffiati pela manifestação firme e sensata sobre a questão. Pela autonimia da Universidade, pela Democracia e pela uso criterioso e tranparente dos recursos públicos dos royalties!
Fábio Siqueira.
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