sexta-feira, setembro 06, 2013

Ternium oficializa desistência em se instalar no DISJB no Açu

Em comunicado da LLX, enviado pela Assessoria de Imprensa ao blog, a empresa ítalo-argentina Techint informa ter desistido de instalação de sua planta siderúrgica junto ao Distrito Industrial de São João da Barra, junto ao Porto do Açu:

"Saída de projeto siderúrgico do Açu não impacta empreendimento, afirma LLX"
"O presidente do LLX, Marcus Berto, disse hoje que a decisão da Ternium em não instalar uma planta pelotizadora ou siderúrgica no Superporto do Açu não impacta o plano de negócios atual. “Com a retração do mercado siderúrgico nos últimos anos, o modelo de negócios da LLX está sendo revisto. Logo, a decisão da Ternium em não instalar uma usina siderúrgica no Superporto do Açu não altera o desenvolvimento do empreendimento”, afirmou Berto. A previsão é que o Superporto do Açu comece a operar neste ano.

A LLX divulgou hoje (6) ao mercado que recebeu comunicação oficial da Ternium informando que não prosseguirá com a implantação de planta pelotizadora ou siderúrgica no Superporto do Açu. A companhia também informou que será transferida a totalidade das ações da Siderúrgica Norte Fluminense S.A. (SNF) para a LLX – operação sujeita a aprovação de órgãos reguladores, bem como da celebração de documentos pertinentes pelas partes.

Berto também informou que a empresa já está buscando novas oportunidades de negócios para a utilização da área, com cerca de 13 km², já beneficiada por infraestrutura e com localização privilegiada perto do canal do TX2, que conta com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade atual de 10 metros.

Negociação
Em 14 de agosto, a LLX divulgou a assinatura de Termo de Compromisso com o Grupo EIG para investimento de R$ 1,3 bilhão, por meio de operação privada de aumento de capital.  Ainda sujeita a assinatura de documentos finais e ao cumprimento das condições precedentes, Fundos de investimentos administrados pelo EIG se tornarão em conjunto o novo acionista controlador da empresa. A LLX estima que a Companhia e os Fundos assinarão o contrato de investimento antes do final do mês.

Nesta semana, o presidente do Grupo EIG, Blair Thomas, esteve no Superporto do Açu com Marcus Berto e com o presidente do Conselho de Administração da empresa, Roberto Senna. Thomas está no Brasil para concluir as negociações para aquisição da LLX."

Observações do blog sobre o comunicado e o que ele representa:
1) É oportuno recordar que recentemente (início do mês de agosto) um TAC (Termo de justamento de Conduta) foi feito entre o Ministério Público (MP), a Ternium e a Siderúrgica do Norte Fluminense (SNF), sem a presença de entidades que na Justiça questionam o licenciamento e o uso da área, os empreendedores pediram o prosseguimento do licenciamento da siderúrgica e o início das atividades de aterro, terraplanagem e instalação do canteiro de obras para a construção da planta siderúrgica no Açu. Sobre o referido TAC, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, no último dia 29 de agosto entrou com recurso contra o mesmo.

2) Interessante ainda observar que a instalação da siderúrgica Ternium estava prevista para o DISJB. Este não é de propriedade do grupo EBX e sim, uma "parceria", um convênio entre a Codin, uma empresa do estado e a LLX que possuem responsabilidades comuns pela implantação do distrito e pela gestão daquela área. Assim, seria mais correto que a a informação oficial da desistência de instalação fosse num comunicado comum entre ambas. O fato reforça a "confusão" entre estas partes, inclusive nos processos de desapropriação das áreas, com a finalidade de implantação do distrito, onde o Estado desapropria, mas, quem paga é a LLX.

3) É possível ainda observar no comunicado que mesmo que a Ternium tenha desistido do projeto, "as ações da Siderúrgica do Norte Fluminense (SNF) estão sendo transferidas para a LLX". É ainda perceptível a preocupação da LLX em garantir a posse das áreas do DISJB, mesmo com a desistência de instalação do empreendimento, cujo projeto previa a ocupação de uma significativa área (seriam 13 km² para duas siderúrgicas, a Ternium e a chinesa Wisco da Whuan), como pode ser visto no mapa abaixo, parte integrante do EIA/Rima do mesmo.


4) Observem ainda que o comunicado oficial da LLX sobre a desistência da Ternium e sobre as negociações com o fundo americano EIG, estima que até o final do mês pode ser transferido o controle acionário da LLX, incluindo o Porto do Açu.

PS.: Atualizado às 13:04:
5) É oportuno recordar que o grupo Technint até o final de 2011 tinha em caixa US$ 5 bilhões para investir na planta siderúrgica no Açu cujo projeto estava em processo de licenciamento. No final daquele ano o grupo resolveu aportar todo este dinheiro na compra de 21% de capital da Usiminas, abandonando a ideia de construir uma planta nova que levaria cerca de 4 a 5 anos para ficar pronta. Assim, com participação na Usiminas a Tecchint poderia resolver o problema de sua laminadora no México que estava trabalhando a meia carga com falta de chapas de aço para laminar e vender para o setor automobilístico dos EUA.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não afeta em nada o Projeto do Açu.

Notícia velha, mais do que batida !

A notícia nova e boa é que a OGX exerceu o PUT de 1 bilhão. O controlador, Eike, terá que injetar 1 bilhão na empresa.

Abc

Anônimo disse...

Quantas famílias devem ter sido expulsas desses 13km²...

douglas da mata disse...

rsrsr, não se emendam...