sexta-feira, julho 17, 2015

Audiência Pública sobre ferrovia Vitória-Rio (EF 188) hoje em Campos: mais informações

Não houve muita novidade na Audiência Pública da ANTT realizada hoje em Campos, com relação à anterior realizada semana passada no Rio de Janeiro e já amplamente comentada aqui no blog. (Veja aqui, aqui, aquiaqui e aqui)

Um ponto importante foi ter se ampliado enormemente a compreensão sobre a importância de se agregar ao projeto de transportes de cargas, o transporte de passageiros, entre as cidades polos da região, nos horários de maior demanda de deslocamento, considerando o movimento pendular diário da população destas cidades, especialmente (Campos, Macaé, Itaboraí e Região Metropolitana).

Os municípios de Macaé e SFI através de gestores e representantes das prefeituras arguiram o traçado da ferrovia nas passagens próximas às áreas de expansão urbana. Tanguá

Sindicatos de trabalhadores (Sindipetro-NF e Sindicato Metalúrgicos de Campos) e representações comunitárias (moradores e de interesses ferroviários) questionaram sobre os interesses dos trabalhadores que irão construir o percurso de 577,8 quilômetros, sobre os impactos socioambientais e sobre a preservação das vias de circulação e do aproveitamento das produções agrícolas locais. Lembraram ainda que os interesses econômicos não podem ser os únicos a balizarem as definições do traçado.
Traçado da Ferrovia Vitória-Rio ao longo de SJB e Campos

Este blogueiro levantou a preocupação de que uma tentativa de "barateamento" do projeto, venha como já chegou a ser ventilado na audiência do Rio de Janeiro, eliminar a implantação de viadutos, voltando aos arriscados cruzamentos de vias, onde os conflitos e os riscos de acidentes para a população são enormes.

Mais uma audiência publica ( a quarta) está prevista para tratar do assunto. Em seguida os pontos apresentados serão tabulados para em seguida um relatório ser debatido nas comissões de transporte da Câmara e do Senado e posterior envio para análise do TCU (Tribunal de Contas da União).

Em paralelo deverá ser feito a modelagem para o processo de concessão. Este deverá tratar e resolver a questão do contrato com a concessionária atua (FCA) ainda em vigência e abrir as condições para a escolha da concessionária através do processo licitatório para a escolha entre os interessados.

Após a licitação e escolha do concessionário, da assinatura do contrato, o processo de licenciamento ambiental (EIA/Rima) deverá ser realizado com novas audiências coordenadas pelo Ibama.

O blog aproveita e disponibiliza abaixo a localização das estações ferroviárias previstas no projeto.

Localização das Estações segundo o Estudo da Sysfer - ANTT - Distância aproximada entr as estações 25 quilômetros
Considerando que o "Corredor Logístico" apresentado e defendido pela LLX (atual Prumo) para ligar o Porto do Açu à Campos e à BR-101 "caducou", o novo desenho do traçado da ferrovia, passou a ser independente do traçado da rodovia e que está sendo objeto destas audiências públicas.

A rodovia Porto do Açu-Campos passou a ser outro projeto e de autorização a nível do estado, por interligar áreas de dois municípios do mesmo estado. Não se sabe se a sua execução será privada, pelo interesse maior do empreendimento do Porto do Açu, ou um investimento público (ou estatal).

Mesmo que seja um outro projeto, ele é próximo à discussão do traçado da ferrovia. Além disso, os traçados vão ser lado-a-lado, na maior parte do percurso desde à entrada do Porto do Açu, até sua chegada no entrocamento com a BR-101, em Campos, próximo da localidade de Ibitioca.

Abaixo um mapa que mostra este traçado e que foi apresentado pelo engenheiro José Julio Gomes, consultor da Sysfer que atuou na elaboração do projeto da rodovia, por contratação da Prumo, assim como também foi o coordenador do estudo do traçado da ferrovia Vitória-Rio (EF-118).

De forma breve, a presentação do traçado da rodovia Porto do Açu-Campos, foi feito ao final da Audiência Pública desta manhã na UcamCampos. O traçado final da rodovia negociado com a PMCG é a que está em vermelho no mapa abaixo. Mais abaixo um breve vídeo com a explicação do engenheiro sobre o novo traçado:





Um comentário:

Souza disse...

Não sou contra o progresso más apelo para o bom senso.
Mais uma obra faraônica que levará o nada a lugar nenhum. Já existe a ferrovia e não é utilizada.
Simples: mais dinheiro público será sugado para o ralo que leva aos bolsos dos gananciosos e inescrupulosos.
Desapropriações e degradação ambiental para atender ao particular e não ao público. O certo está errado e o errado está certo.
Quantos outros sete bilhões também serão gastos?
Infelizmente não serão recursos dos administradores do porto. Como sempre, os recursos públicos serão utilizados para favorecer a um particular.
Progresso ao contrário.
O estado ( sem moral, falido, corrompido, ausente, conivente e inoperante ) deveria colocar o seu dedo, leia-se recursos, em ações e necessidades urgentes e inadiáveis: S E G U R A N Ç A, S A Ú D E, entre outros.
Engraçado: O minério está sendo exportado através do porto, gerando recursos para o Município de SJB, no entanto o município não tem recursos para diversas atividades e programas. Para onde vão os recursos gerados?
Não se vê nenhuma obra que justifique essa escassez de recursos, exceto as que oferecem pão e circo para o povo durante os verões.
Campos dos Goytacazes não fica de fora.
As prefeituras dizem que estão falidas. Será que estão mesmo?
Até quando os pobres munícipes aguardarão as contrapartidas geradas por esse falso progresso?
Antes da construção dessa ferrovia, é preciso colocar o TREM NOS TRILHOS.
Esse maldito porto já causou devastação no sentido leste/oeste e vice versa, agora será em sentido norte/sul e vice versa.
Mais desapropriações injustas e truculentas.
Mais natureza devastada.
Basta.