quarta-feira, agosto 28, 2013

Água que virá no mineroduto não voltará

Uma das principais reclamações dos mineiros, além dos impactos das movimentação de terras para extração de minério nas minas, da construção de perigosas barragens de rejeitos é o uso da água para transportar o minério, sob a forma de pasta, nos minerodutos, até o litoral, onde a mesma é desidratada (e filtrada). Assim, o minério volta à forma de pó ou pelotas, para ser embarcado e exportado nos portos.

A água considerada cada vez mais como elemento estratégico para o desenvolvimento de qualquer comunidade é ainda mais importante para a atividade agrícola. Assim, as comunidades rurais são definitivamente impactadas, pela subtração dos recursos hídricos em grande quantidade.

Outra alternativa para o transporte do minério de ferro é a via ferroviária, como acontece nas minas de Carajás, no estado Pará. De lá o minério sai por trem até o litoral do Maranhão, para ser exportado, no Porto de Itaqui.

Segundo a Associação Brasileira de Mineração (ABM) a diferença de custos na logística de transporte de minério de ferro por tonelada, através de ferrovia é de R$ 25, enquanto no mineroduto é de apenas R$ 1,50.

Enquanto os custos de extração interessam aos empresários do setor extrativo, de outro, a população e as comunidades do entorno dos empreendimentos sofrem e sequer são ouvidas.

No último final de semana no Açu, no 2º Encontro de Resistências ao Projeto Minas-Rio, o problema do uso e do escasseamento da água foi um dos principais problemas citados por representantes da comunidade da região de Conceição de Mato Dentro, MG, município onde está a mina e local da saída do mineroduto de 525 quilômetros que chegará ao Porto do Açu.

Promotores, defensores públicos e deputados mineiros estão junto com as comunidades locais exercendo pressão contra a forma com que todo este processo vem sendo conduzido. Ainda sobre o assunto leia mais aquiaqui e aqui.

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