sexta-feira, julho 10, 2015

Mais sobre a Audiência pública da ANTT sobre a Ferrovia Vitória-Rio (EF-118)

Acontece nesta sexta-feira (10/07), entre 9 e 13 horas na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) a segunda audiência realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a concessão da Ferrovia Vitória-Rio (EF-118). A primeira foi realizada no dia 3 de julho, em Vitória, ES. 

Trata-se segundo os organizadores de uma audiência pública que tem o objetivo de colher subsídios, com vistas ao aprimoramento dos Estudos Técnicos que se prestarão a disciplinar as condições em que se dará a concessão, à iniciativa privada, do trecho ferroviário compreendido entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, projeto integrante da segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal. O investimento previsto para execução do projeto é de R$ 7,8 bilhões.
Segundo a ANTT, a ferrovia que interliga os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo é integrante da segunda etapa do PIL Ferrovias. Os estudos técnicos ora apresentados foram desenvolvidos pelos Governos dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e ofertados ao Governo Federal, propondo traçado referencial. 

O traçado referencial atravessa 25 municípios e visa proporcionar o acesso ferroviário aos portos localizados nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A ferrovia proposta se conecta com a malha concedida à MRS Logísitica S.A, no município de Nova Iguaçu/RJ e à Estada de Ferro Vitória MInas, concedida à Vale S.A, no município de Cariacica/ES.

O traçado proposto tem extensão de aproximadamente 580 km e foi concebido em bitola larga e mista. É um traçado moderno, com rampa máxima de 1% em ambos os sentidos que teve como diretriz evitar conflitos ambientais com as Unidades de Conservação Rebio União e Poço das Antas e minimizar conflitos socioeconômicos. 

Prumo e Porto Central bancaram estudo
Segundo informações obtidas pelo blog, os controladores do Porto do Açu (Primo Logística Global S.A.) e os empreendedores do Porto Central, ES, no município de Presidente Kennedy bancaram a elaboração do projeto, coordenado por equipes das secretarias estaduais de Transporte dos dois estados. 

A intenção foi a de garantir que os ramais entre o trecho principal da ferrovia e ligação com os dois terminais portuários fossem incluídos no projeto, garantindo acesso à modal ferroviária sem dispêndio de recursos próprios. No caso da ligação entre o município de Campos e o Porto do Açu, este trecho fazia parte do projeto do conhecido "Corredor Logístico". 

Há ainda dúvidas sobre os traçados da rodovia e das linhas de água e gás que acompanharia a ferrovia neste corredor inicialmente projetado pela LLX. Agora os projetos foram desmembrados e os financiadores alterados.

O estudo de engenharia para implantação da Ferrovia EF 118 (Rio de Janeiro – Vitória) foi desenvolvido pela empresa de consultoria Sysfer, que atua em projetos para o setor de logística de transportes e incluiu análise de viabilidade técnica e econômica, estudo de demanda, custos de transportes, etc.

O estudo foi inciado no segundo semestre de 2014 e concluído em março deste ano. Ele teve como diretriz a maximização do uso da malha da FCA existente entre o Rio e Campos. Segundo a Sysfe, foram aproveitados aproximadamente 100 Km desta faixa de domínio, além do Projeto Básico desenvolvido pela Vale e cedido aos dois Estados para o trecho no território do Espirito Santo (Ferrovia Litorânea Sul). Nos trechos Green Field, foram realizados estudos geológicos/geotécnicos de campo detalhados, visando garantir a produção de um CAPEX/OPEX (inclusive operacional) o mais consistente possível.

Audiência em Campos
Uma outra audiência está prevista sobre o tema para o dia 17 de julho de 2015 Horário, também 9h às 13h, na Universidade Candido Mendes, Rua Anita Peçanha nº 100, Parque São Caetano –  Campos dos Goytacazes – RJ.

Comentário e sugestão do blog
Transporte de passageiros por trem

Seria interessante cobrar a inclusão do transporte de pessoas, considerando o enorme de fluxos de pessoas que o IBGE confirmou em estudo divulgado no início deste ano, que diariamente se deslocam para trabalho e/ou estudo entre diversos municípios cortados pela ferrovia. 

Todo têm o conhecimento que o interesse é com o transporte de cargas e com a interligação modal entre portos capixabas e fluminenses, mas a inclusão da opção nos horário de maior fluxo para o transporte de passageiros poderia ser avaliada. 

É sabido ainda que haverá resistências desde a empresa de transporte rodoviário que tem o monopólio há décadas, como da concessionária da rodovia que fatura com o deslocamento diário de quase 10 mil pessoas entre Campos e Macaé e Macaé e Rio de Janeiro. Porém, espera-se que os representantes do povo não ajam apenas como despachantes dos interesses dos empresários.

5 comentários:

Márcio Abreu disse...

Será que pretendem usar traçado da linha que corta toda cidade para esta movimentação de cargas, aproveitando dentre outros a ponte? A cidade almeja o contorno da BR-101 e teria se submeter a isto?

Anônimo disse...

Estava lendo no jornal o diário que o MPRJ chegou ao entendimento "óbvio" que as desapropriações do porto do açu são nulas e isso e algo que qualquer pessoa que leia a CF88 vai entender que não foi desapropriação para o público mas para o privado.
pelo certo deveria ter sido anulada de ofício assim que ingressasse em qualquer instância.

douglas da mata disse...

Roberto, eu desconfio que a questão do transporte vai enfrentar o poderoso lobby da 1001 e Itapemerim.

O modal ferroviário tem vantagens óbvias: a mesma composição leva carga e gente, sem mencionar o aspecto segurança.

No campo dos investimentos, o transporte de gente teria boa chance de funcionar como um agregador de valor aos investidores na amortização dos investimentos em tempo mais curto, na relação peso/valor transportado.

Mas o capitalismo tem razões que a própria razão desconhece, embora alguns idiotas continuem a acreditar nos tótens do mercado.

Como por exemplo: não é difícil (como sempre acontece) que o dinheiro público (incentivos fiscais e subsídios) banquem esta diferença, e cubram o que ganhariam as ferrovias com o transporte de gente, apenas para ceder ao lobby rodoviário.

Eu aposto que atá as prostitutas da mídia vão ganhar algum para noticiarem que o trem quebraria empresas de ônibus que empregam tanta e tanta gente.

Roberto Moraes disse...

Há outro interesses contra o transporte de passageiros pela via ferroviária, para além da Itapemirim e 1001. A concessionária da BR-101 é outra. Imagine que o IBGE mediu um movimento diário entre Campos e Macaé de quase 9 mil pessoas e de Macaé-Rio de 13,5 mil pessoas.

Porém, sem algum tipo de pressão das comunidades esta solução jamais será implementada. Como sempre apenas os interesses das corporações.

Vou adiante aprofundar o tema.

Abs.

Anônimo disse...

Bom dia!
Poderiam me informar a melhor forma de fazer uma denuncia relativa a empresa aguia branca, que tem uma garagem aqui no Municipio de Paraiba do sul - RJ. na rodovia Lúcio Meira km 178 em Barão de Angra.
1º) Já fiz várias denuncias há mais de 2 anos e até agora nada acontece, apesar de ter uma unidade aqui há menos de 3km da garagem.
2º) A empresa aguia branca acima referida, faz abastecimento de combustivel na referida garagem, com o ônibus cheio de passageiros e com o motorista tambem, algo que sabemos ser proibido por Lei, e nunca foram incomodados pelas autoridades responsáveis, muito estranho!!!!
3º) Vários motoristas gravaram o acontecido e entraram na justiça, mas pelo que estamos vendo, nada é feito no sentido de fazer a empresa cumprir a legislação.