domingo, maio 12, 2013

Os espanhóis na rodovia, no porto, etc.

A redução das atividades econômicas na Europa, e em especial na Espanha, está fazendo com que grupos econômicos migrem para os trópicos em busca de negócios. Assim, a Telefônica aqui aportou na área de telefonia que hoje tem o controle da Vivo.

O setor de capital líquido, o financeiro, recebeu ainda na década de 80 o Banco Santander. Mas, foi no final da década de 90, depois do socorro aos bancos de FHC que o Santander cresceu adquirindo diversos bancos como o Banespa, Meridional e outros. Em 2008, com a compra do ABN Amro, que controla o Banco Real, passou a ser o terceiro maior banco do país.

Na área de seguros, próxima do mercado financeiro, a Mapfre que é o maior grupo segurador espanhol iniciou suas atividades no Brasil em 1992, quando teve início o processo de incorporação do Grupo Segurador VERA CRUZ, operação concluída em 1996.

Na América Latina, a Mapfre ocupa a primeira posição no negócio de seguros patrimoniais com faturamento superior a 20 bilhões de euros em 2010. Neste mesmo ano a seguradora espanhola obteve lucro de R$ 522,1 milhões no Brasil com lucro de R$ 522,1 milhões antes dos impostos e faturamento de R$ 4,7 bilhões, onde tem 15 mil corretores ativos e mais de 20 milhões de segurados.

Na área de energia, os espanhóis compraram a CEG através da Gas Natural Fenosa que faz integração entre gás e geração de eletricidade e esta presente em 25 países e que no Estado do Rio de Janeiro atua na distribuição de gás na região metropolitana e no interior.

O setor de infraestrutura é outro que os espanhóis detém tecnologia e expertise. A área de portos marítimos é uma área de atuação secular com seu acesso ao Mediterrâneo e o Atlântico com atuação na África vizinha, na Ásia e nas Américas. Assim, oportunidades com o Brasil veio quase que "naturalmente".

Primeiro veio a Acciona. Agora e a vez da FCC ser contratada pelo grupo EBX para atuar na construção do Porto do Açu. Com uma Câmara de Comércio Espanha-Brasil e Brasil-Espanha bem atuantes não é difícil imaginar a ampliação da atuação, considerando a área de construção e operação de serviços de engenharia e infraestrutura como um nicho.

Assim, se pode ver em nossa região duas empresas também de origem espanhola atuando na concessão e operação de rodovia. A espanhola OHL Construções ganhou há cinco anos a licitação para operar a concessão da BR-101.

Já no final de 2012, a espanhola Abertis adquiriu o controle majoritário da OHL Brasil, em operação realizada durante o ano de 2012 e concluída no mês de dezembro. A operação foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), BNDES e agências reguladoras (ANTT e Artesp) brasileiras. Com a aquisição, a OHL Brasil passou a se chamar Arteris.

Além destas empresas há outras empresas espanholas prestando serviços no Brasil na área de consultoria, planejamento e gestão ambiental.

Estes fatos vêm demonstrar na prática como o capital europeu e espanhol vem descobrindo os trópicos interessados em negócios de infraestrutura em nosso país continental com a economia em desenvolvimento.

Desta forma, a chegada da FCC no Açu em acordo com a EBX está num pacote mais amplo de onde não é difícil imaginar sinergias entre projetos de logística rodoviária e portuária. Mas, esta é apenas uma hipótese a ser observada no cenário que envolve a região onde está sendo implantado o Complexo do Açu com os problemas e dificuldades que estão sendo enfrentadas pelo grupo EBX. A conferir!

3 comentários:

Anônimo disse...

Professor Roberto:
A Acciona, que por aqui carrega pedras, é a concessionária até 2033 da rodovia BR 393, ou Rodovia do Aço como é conhecida a Rodovia Lúcio Meira que vai da divisa MG/RJ ao entroncamento com a BR 116 - km 258 em Volta Redonda. São 200,4 quilômetros de concessão.
A estrada está muito ruim. Em pista simples, nada foi modificado no traçado. Uma obra perto de Vassouras (em uma ponte) obriga a um sistema "pare e siga" de 50 minutos no mínimo. Passei nela há uma semana.
Viva la España!

JOÃO CARLOS disse...

Capital, seja ele estrangeiro, ou nacional, que siga estritamente as normas legais vigentes no Brasil, sempre será benéfico,para o povo. pois trará empregos, divisas(dinheiro) e crescimento para o país.

Seu TR disse...

Olá Roberto ,talvez vc não saiba mas a COELBA..lá da Bahia foi adquirida pelo grupo Iberdrola ....tambem Espanhol ..bem como a Ampla tem em sua sociedade majoritária os mesmos espanhois do grupo da Bahia ....tudo isso graças a FHC....e ACM..........