sábado, julho 19, 2014

Mar avança no Açu sobre beira-mar no acesso ao porto

Não há como não identificar relação entre o avanço do mar (o estreitamento da faixa de areia no balneário) e a instalação dos píeres e quebra-mar do porto no Açu. O avanço acontece em área próxima onde está instalada a área urbana da localidade e possivelmente estes impactos são decorrentes da instalação dos terminais portuários naquela área.

Os EIAs/Rimas dos empreendimentos do complexo X previam este avanço entre o local das instalações do porto e a comunidade em direção ao Farol. Nas audiências públicas a comunidade exigiu ações de prevenção para o problema. Nada até agora teria sido feito e o avanço do mar prossegue com consequências que podem ser vistos nas duas últimas fotos abaixo.

Veja a primeira imagem que mostra o efeito deste avanço. As demais imagens mostram uma parte deste avanço nesta sexta-feira (19/07) que derrubou a estrada beira-mar e postes e se aproxima de casas ali instalada na avenida Litorânea.

O blog espera que a empresa Prumo Logística S.A. possa se manifestar sobre a questão.




 


6 comentários:

Anônimo disse...

A PREFEITURA PODERIA TER SOLICITADO AINDA QUE JUDICIALMENTE ALGUM TIPO DE MEDIDA QUE VISE DIMINUIR O EFEITO DESSA EROSÃO MARINHA. AQUELAS MILHARES DE ESTRUTURAS DE CONCRETO QUE O GRUPO ESTÁ DESTRUINDO PODERIA SER USADO EM ALGUNS TRECHOS PARA DIMINUIR O PROCESSO DE ARRASTAMENTO DESSA AREIA EM DIREÇÃO AO FAROL DE SÃO TOMÉ.
MAS A PREFEITURA AO QUE PARECE APENAS É MAIS UM EMPREGADO DO PORTO.

Anônimo disse...

Publicação de quando o Porto do Açu nem estava no papel:

Na foz do rio Paraíba do Sul vem ocorrendo um processo de erosão marinha, desde a década de 1960, que já destruiu parte significativa do litoral de Atafona, distrito de São João da Barra. Diversas hipóteses são levantadas para explicar o fenômeno, atribuídas tanto a condições naturais (dinâmica morfológica do delta, transgressões marinhas, etc.) como artificiais (influências antrópicas). Dentre as possíveis causas de origem antrópica, destacam-se as obras de saneamento na baixada campista (drenagem, dragagem, diques, espigões, guias-correntes, etc) e a construção de barragens no rio Paraíba do Sul e afluentes, que diminuiram as vazões líquidas e sólidas para a embocadura do rio. Entre as barragens, a de Santa Cecília é apontada como de maior importância – situada no rio Paraíba do Sul, 6 km a montante da cidade de Barra do Piraí, retira 160 m³/s de água para o sistema LIGHT-CEDAE que abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro; após sua construção, em 1953, a vazão a jusante foi drasticamente reduzida. Com a redução de vazão, o rio teve reduzida também a sua capacidade de transportar os sedimentos produzidos por erosão na bacia e na própria calha, resultando em assoreamento em diversos trechos de baixa circulação da água (Costa, 1994).

Se o rio perde força por barragens, obviamente a água do mar que vinha em direção contrária tende a avançar sobre o continente ao longo do tempo. O fenômeno passou por Atafona e vai aos poucos descendo para o sul.

Estamos falando de centímetros ao longo dos anos que se transformam em dezenas de metros ao longo das décadas. Por outro lado, como o delta tem movimentação natural à milhares de anos, temos a progressão e regressão da faixa com o passar dos anos.

Não é um canalzinho de 330 metros que vai mudar isto!

Anônimo disse...

Incluindo uma observação no comentário anterior:
"As prefeituras poderiam ter solicitado..." principalmente a de São João da Barra , a de Campos e possivelmente a de Quissamã! Mas o dinheiro fala mais alto!

Roberto Moraes disse...

Sobre o comentário das 11:08 PM:

O avanço do mar no litoral, especialmente, em algumas partes do seus 635 km de litoral é sim fenômeno antigo e ligado a diversos fatores segundo especialistas. Porém, a interferência no litoral como através da implantação de projetos portuários geram outras alterações e interações. Até onde sei o projeto do Açu em seus diversos EIAs/Rimas citavam estes riscos e impactos. O assunto chegou a ser debatido em audiências com as comunidades. Medidas preventivas e corretivas foram previstas. Porém, nada se sabe sobre elas, num silêncio para ver o que acontece. Mesmo como leigo é difícil acreditar que uma ponte de 2,5 km mar adentro e um canal de 300 metros de largura e quase 3 km de comprimento, ambos protegidos por quebra-mares, não tenham produzido alterações nas correntes marinhas que antes circulavam nas águas de um mar aberto sem barreiras. Com este raciocínio é que, a priori, se identifica que os problemas da erosão marinha pode ser intensificada e que medidas que poderiam (deveriam) ser tomadas para mitigar estas consequências, com engorda das áreas de areia suprimidas, parecem esquecidas.

Anônimo disse...

Prezado Roberto, mais uma excelente postagem sua que mostra os problemas inter-relacionados com os processos de sedimentação e erosão na faixa costeira do delta do Rio Paraíba do Sul. O internauta que postou as informações do trabalho de Costa (1994) está usando informação sobre o rio que de fato diminui a vazão por retirada e transposições no alto, médio e baixo curso daquele rio e diminui a contribuição de sedimentos grossos. Com isso aumenta a invasão marinha e erosão tipo Atafona que já tenderia a se deslocar em sentido litoral Sul. Ocorre que temos correntes costeiras que superpões forças e sedimentação. As formações geológicas do delta e da parte Sul é uma das maiores deposições de cordões de areia e desde os estudos de Lamego e dos trabalhos de saneamento de Saturnino Brito e trabalhos mais atuais de sedimentologia e geomorfologia mostram que esta área de restingas é de equilíbrio frágil. Há inclusive as dunas que são feições superficiais móveis ou nômades que estão migrando em direção aos terrenos ocupados pela retroárea do Porto Açu. Então, se aquela região da costa está na zona de influência de ciclo alternados de erosão-deposição é preciso estudar toda e qualquer interferência antrópica do tipo da construção da ponte de três quilômetros para os berços de atracação, o(s) quebra-mar que antes havia sido projetado em fragmentos de rocha eram estruturas permeáveis e agora com os trechos em caixão de concreto cheios de areia que são impermeáveis – e, não consta que foi feito novo EIA-Rima –, acompanhados de dragagem de mais de 25 km para rebaixar o canal de acesso ao TS1 de 18 metros de calado para 26 metros e TS2 de zero metros para calado da ordem de 18 metros é certo que os anteparos e as cavas dos canais deslocam e aumentam a direção e velocidade de sedimentação. As obras afoitas levadas a cabo sem fim pela megalomania do empresário Eike Batista com a LLX e Anglo e agora Prumo propalaram que já haviam feito a dragagem do canal de acesso de 25km e não temos informação de como está sendo o acompanhamento do assoreamento daquele canal, nem no trecho que entra no continente. O fato é que pelas fotos deste post e das anteriores da localidade de Açu o mar está erodindo perigosamente a costa daquela região do Açu, além de outros problemas ambientais como salinização de aquífero e movimentação de dunas, o que fazer com a água doce do mineroduto, etc. Portanto Roberto Moraes é preciso estudar e discutir técnica e livremente, sem paixão, mais este caso de erosão deposição no vaivém das ondas do mar que ora dá ora tira sedimento. Parabéns e um abraço, geólogo Everaldo Gonçalves.

Anônimo disse...

Prezado Roberto, mais uma excelente postagem sua que mostra os problemas inter-relacionados com os processos de sedimentação e erosão na faixa costeira do delta do Rio Paraíba do Sul. O internauta que postou as informações do trabalho de Costa (1994) está usando informação sobre o rio que de fato diminui a vazão por retirada e transposições no alto, médio e baixo curso daquele rio e diminui a contribuição de sedimentos grossos. Com isso aumenta a invasão marinha e erosão tipo Atafona que já tenderia a se deslocar em sentido litoral Sul. Ocorre que temos correntes costeiras que superpões forças e sedimentação. As formações geológicas do delta e da parte Sul é uma das maiores deposições de cordões de areia e desde os estudos de Lamego e dos trabalhos de saneamento de Saturnino Brito e trabalhos mais atuais de sedimentologia e geomorfologia mostram que esta área de restingas é de equilíbrio frágil. Há inclusive as dunas que são feições superficiais móveis ou nômades que estão migrando em direção aos terrenos ocupados pela retroárea do Porto Açu. Então, se aquela região da costa está na zona de influência de ciclo alternados de erosão-deposição é preciso estudar toda e qualquer interferência antrópica do tipo da construção da ponte de três quilômetros para os berços de atracação, o(s) quebra-mar que antes havia sido projetado em fragmentos de rocha eram estruturas permeáveis e agora com os trechos em caixão de concreto cheios de areia que são impermeáveis – e, não consta que foi feito novo EIA-Rima –, acompanhados de dragagem de mais de 25 km para rebaixar o canal de acesso ao TS1 de 18 metros de calado para 26 metros e TS2 de zero metros para calado da ordem de 18 metros é certo que os anteparos e as cavas dos canais deslocam e aumentam a direção e velocidade de sedimentação. As obras afoitas levadas a cabo sem fim pela megalomania do empresário Eike Batista com a LLX e Anglo e agora Prumo propalaram que já haviam feito a dragagem do canal de acesso de 25km e não temos informação de como está sendo o acompanhamento do assoreamento daquele canal, nem no trecho que entra no continente. O fato é que pelas fotos deste post e das anteriores da localidade de Açu o mar está erodindo perigosamente a costa daquela região do Açu, além de outros problemas ambientais como salinização de aquífero e movimentação de dunas, o que fazer com a água doce do mineroduto, etc. Portanto Roberto Moraes é preciso estudar e discutir técnica e livremente, sem paixão, mais este caso de erosão deposição no vaivém das ondas do mar que ora dá ora tira sedimento. Parabéns e um abraço, geólogo Everaldo Gonçalves.