terça-feira, julho 15, 2014

Prumo (ex-LLX) recebe o maior crédito do BNDES em 2014

A matéria está no Valor Online. Este novo volume de recursos de R$ 1,8 bilhão foi contratado em fevereiro deste ano, volume dividido em R$ 900 milhões para renegociação de empréstimos e outros R$ 900 milhões em dívida nova. Ao todo a Primo (ex-LLX) fica com um c´redito contratado ao BNDES de R$ 2,3 bilhões.

Hoje, o fundo (banco) de investidores controla 52% do capital do Porto do Açu e, o empresário Eike batista, seu antigo controlador tem apenas 11,6% da empresa. A Prumo diz que até maio de 2015 os investimentos no Porto do Açu deverão estar concluídos.

Observem que a reportagem ainda trata projetos descartados ou adiados (sine-dia) como importação e movimentação de cargas de carvão (o projeto da Usina Termelétrica a carvão da ex-MPX, atual Eneva, teve sua licença ambiental caçada e o grupo alemão E.ON. controlador atual da Eneva, nada fala sobre o projeto da UTE à gás), e de produtos siderúrgicos (já que as duas siderúrgicas que forma desenhadas para o Distrito Industrial (DISJB), a Ternium e a Whuan desistiram dos seus projetos com a oferta em demasia de aço no mercado mundial.

Prumo tem maior contrato de crédito do BNDES 


no ano

Por Fábio Pupo | De São Paulo
A Prumo Logística (ex-LLX) figura no topo do ranking dos maiores empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) neste ano, de acordo com balanço divulgado nos últimos dias pela instituição. O montante de R$ 1,8 bilhão, contratado em fevereiro, reforça a política da instituição de dar prioridade a infraestrutura. Mas o mercado e o próprio banco veem o financiamento dos investimentos no setor como um desafio nos próximos anos.
A campeã Prumo faz as obras de implantação do porto de Açu, no município de São João da Barra (RJ), dedicado à movimentação de cargas gerais (carvão mineral, produtos siderúrgicos, granito e contêineres) e a serviços de logística para o setor de óleo e gás na Bacia de Campos.
O empréstimo do BNDES aprovado para a Prumo se divide entre R$ 900 milhões de dívida nova e outros R$ 900 milhões destinados a uma renegociação de empréstimo detido anteriormente por um banco privado.
Ao todo, a Prumo contratou com o BNDES R$ 2,3 bilhões de empréstimo-ponte com garantia dos bancos Bradesco e Santander. Além disso, emitiu R$ 750 milhões em debêntures, distribuídas pela Caixa Econômica Federal (CEF). Outros R$ 2 bilhões são capital próprio (chamado de "equity"). Segundo a Prumo, o montante de empréstimos se justifica pelo porto ser "um dos maiores empreendimentos de infraestrutura em execução no país atualmente".
O novo empréstimo do BNDES vem após mudança de controle. Antes, a empresa era comandada pelo empresário Eike Batista, cujo conglomerado (o EBX) recebeu vários empréstimos do banco de fomento nos últimos anos - o que chegou a ser alvo de críticas do mercado. Hoje, o grupo americano EIG controla a Prumo (com 52% do capital) e Batista tem uma fatia minoritária de 11,6% da companhia.
A expectativa da Prumo é que os investimentos sejam terminados em maio de 2015, mas a operação já está ocorrendo com autorizações pontuais. "Esperamos, dentro de algumas semanas, obter todas as autorizações necessárias para o início da operação", diz nota enviada pela assessoria de imprensa da Prumo. Nove empresas já assinaram contrato para instalação no Açu - entre elas, Anglo American, BP e GE.
Além da Prumo, outros exemplos contribuem para a força da infraestrutura na carteira do BNDES. Dos 15 maiores contratos do banco no ano (a análise se baseia no relatório mais recente disponível, sobre o primeiro trimestre), nove estão relacionados ao setor. Entre os responsáveis por influenciar os números, estão as recentes concessões em logística.
O segundo colocado no ranking do BNDES é o aeroporto de Viracopos, em Campinas. Foram dois contratos que somam R$ 1,5 bilhão. Outra concessionária, a do aeroporto de Brasília, obteve quase R$ 800 milhões para as obras de expansão. Ainda foram contempladas a concessionária da BR-101 no Espírito Santo e parte da Bahia (controlada pela EcoRodovias), que conseguiu R$ 267 milhões, e a concessionária de ferrovias MRS Logística (com R$ 114 milhões).
O peso maior da infraestrutura na carteira do banco no começo deste ano é uma tendência iniciada há cerca de três anos. Em 2010, por exemplo, a indústria tinha 47% de participação nos desembolsos, contra 31% da infraestrutura. Neste ano (dados até abril, os mais recentes), o cenário está invertido: a infraestrutura tem 37% de participação nos desembolsos, enquanto a indústria, 26%.
Claudio Frischtak, fundador da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, vê como um movimento natural o fato de a infraestrutura ocupar mais espaço no cenário do banco - o que pode ser explicado também por uma baixa demanda de crédito da indústria. "A indústria está indo mal e o setor de comercio e serviços também não está 'bombando'. O que está acontecendo de maneira mais significativa são as obras de infraestrutura, impulsionada também por conta da Copa", diz.
Apesar de ainda haver crescimento de desembolso neste ano em relação a um ano antes, a preocupação do mercado com a falta de fôlego do banco continua. "Eu sou um pouco cético no ritmo de o banco sustentar esse desembolso. A grande questão é se é sustentável. Acho que o problema maior será em 2015, por causa do progressivo deterioração da situação fiscal do país", diz Frischtak. O economista se refere à preocupação sobre as contas públicas do país, já que o Tesouro Nacional tem feito repasses ao BNDES para garantir a liquidez da instituição.
Recentemente, foram mais R$ 30 bilhões repassados. Segundo Claudio Leal, superintendente de planejamento do BNDES, o montante foi "fundamental" para dar tranquilidade ao banco frente aos investimentos.
Leal afirma que é um desafio o volume de investimentos exigido pelas obras de infraestrutura no país, impulsionado pelas concessões. "É um desafio inclusive para o país. É preciso mecanismos alternativos e o desenvolvimento do mercado de capitais", diz.
Apesar de haver prioridade ao setor de infraestrutura, Leal esclarece que essa política se refere a melhores condições de apoio, como em maiores níveis de participação no financiamento, mais prazo e menos custos. "Jamais haveria uma opção do banco de reduzir empréstimo para a indústria, que é algo tão importante", diz.
Para Leal, a redução dos desembolsos para indústria reflete o momento econômico da atividade privada. "Os projetos de infraestrutura são definidos muito pelo calendário de licitações. Então o ritmo parte de definições regulatórias, ao contrário da definição privada da indústria de investir."
PS.: Atualizado às 17:12 e 17:20.

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