segunda-feira, setembro 22, 2014

Ainda sobre o mar no Açu

Mesmo com a tentativa de se tentar dizer que o problema do avanço do mar e a redução da faixa de areia nada tem a ver com as intervenções no litoral com a construção dos terminais do Porto do Açu, o problema permanece e amedronta os moradores.


A foto acima e o breve filme abaixo mostra imagens desta tarde, às 14 horas, na avenida Atlântica bem no meio da área urbana do litoral. Há vento sul, mas, não há ondas e nem lua cheia. Uma ressaca juntando estas três variáveis tende a agravar o problema.

A Defesa Civil está em alerta. O Ministério Público Federal analisa os relatórios e as opiniões citadas na nota abaixo. A Prumo Logística Global S.A. se comprometeu a ir no próximo dia 1 de outubro à Câmara Municipal discutir o assunto. Continuamos acompanhando.

5 comentários:

Anônimo disse...

enquanto isso a Prumo segue trajetória de queda voltando a ser cotada em centavos a R$ 0,97, queda de 3%.

já OSX desabou com queda de 10,81%, cotada a R$ 0,33.

Roberto Moraes disse...

O investidor do porto continua batendo na mesma tecla tentando isentar as obras de implantação do Porto no Açu, como fator contributivo do avanço do mar, apesar das evidências.

Seu interesse é unicamente de investidor que pretende gastar menos e lucrar mais, a despeito de discursos técnico científicos, onde tenta desqualificar tudo que não compactua com seus interesses econômicos.

As análises diversas que o blog divulgou contempla todas as possibilidades. O Ministério Público Federal e a Justiça arbitrarão, ouvindo os pareceres técnicos, quem está com a razão.

A redução da vazão do Paraíba é fato. O que os pareceres técnicos estão informando é que as correntes que levam sedimento ao mar, não atingem o Açu e como tal, teria pouca ou nenhuma influência na ocorrência no Açu, diferentemente do que ocorre em Atafona.

Não se trata de fomentar notícias contra o porto. Ao contrário, se trata de dar voz e espaço ao debate que não é feito pela mídia comercial que, bancando neutralidade, só divulga o que aquilo que interessa ao poder econômico que lhe paga, sob a forma de propaganda, publicidade e outras.

Investidores e funcionários do empreendimento fariam melhor se considerassem como parte do empreendimento e sua chamada "sustentabilidade" tudo o que se relaciona ao mesmo.

Assim como acontece em outras partes do mundo. Como os leitores sabem estou há quase um mês na Espanha. Debruçado em livros e pesquisas de experiências reais sobre instalações portuárias aqui pela Europa.

É parte de quase todas as instalações portuárias e de suas ampliações, a movimentação e engordas com areia de áreas costeiras vizinhas aos diques. Tenho visto aqui casos deste tipo de trabalho ser feito com movimentação e adução de milhares de m³ de areia por dois, três,quatro anos consecutivos.

Negar esta realidade é tentar ludibriar os que possuem capacidade de reação limitada, desvalorizando suas atividades e considerando que sua locomoção pode ser feita a qualquer dia e hora, conforme interesses de quem possui o dinheiro.

Repito e encerro de mina parte este tipo de debate: o blog e o blogueiro não são contra o empreendimento. Quem lê o blog e avalia todo o seu acervo sabe muito bem do que estou dizendo.

Porém, não estou a serviços exclusivo dos interesses de seus investidores. A região e sua população está adiante disto. Portanto, há que se fazer as coisas que precisam ser feitas com o menor impacto, com mitigação e eventualmente com compensações. Fora disto, não há sentido.

É de espantar a limitação e mesquinhez do empreendimento em situações como esta, quando ainda tentam vender ares de modernidade.

Seus técnicos circulam pela região e falam constantemente de suas preocupações com a comunidade e com os impactos, ao inverso dos investidores e daqueles que cegamente obedecem ordens.

O blog segue seu caminho. Em frente!

Anônimo disse...

Desculpe, professor, mas parece sim que você é contra o empreendimento e está fazendo uma campanha neste sentido. É minha impressão pessoal.

Parece que não quer buscar os verdadeiros motivos para a erosão da praia do Açu.

Aqui vão alguns esclarecimentos.

Primeiro, o Rio Paraíba do Sul vive a pior seca em quase um século e o blog praticamente ignora seus efeitos sobre a erosão das praias de São João da Barra (Atafona, Grussaí e Açu). Todas próximas uma das outras. A seca já dura algum tempo e seu início coincide com o agravamento da erosão. Mas o senhor segue ignorando os fatos.

Segundo, você tem não nenhuma comprovação irrefutável que possa ligar o porto com o que está acontecendo no Açu. O relatório do professor Marcos Pedlowski declara com todas as letras (explicitamente) que não tem como apontar a causa da erosão. Sendo assim, não se pode falar que a culpa é do empreendimento. Fazê-lo é ser leviano.

Faço uma confissão pessoal: chocou-me a superficialidade do relatório do professor Pedlowski. Percebe-se que não houve pesquisa alguma, não houve estudo de campo e tão pouco levantamento de dados científicos. O que fizeram foi se agarrar ao EIA/RIMA como se no documento apresentado pela própria empresa estivesse a declaração de culpa. Tudo no relatório gira em torno do EIA/RIMA, até mesmo a conclusão que é uma reescritura (com outras palavras) do que aconselha o EIA/RIMA. Resumindo, ele (o relatório) não aponta causa e nem tem conclusão. Para quem espera um trabalho científico, é chocante se deparar com um trabalho amador.

Terceiro, o senhor ignora completamente o único documento científico produzido a respeito do assunto. A Coppe/UFRJ fez pesquisa de campo medindo o equilíbrio sedimentar na região adjacente aos molhes do empreendimento

A Coppe/UFRJ concluiu que não há relação entre a erosão da praia do Açu e porto. O documento aponta ainda que a erosão do Açu pode ter causa similares a observada em Atafona (“rotação de condões arenosos por conta de alteração na direção de incidência de ondas”).

O documento descarta explicitamente as previsões que foram feitas no EIA/RIMA e de quebra invalida o relatório do professor Pedlowski. São estas as palavras usadas pela Coppe/UFRJ : “embora o estudo de impacto ambiental (leia-se EIA/RIMA) relativo ao empreendimento tenha previsto a possibilidade de ocorrência de interferências no processo de sedimentação e erosão da Praia do Açu; tal impacto potencial ainda não se materializou, como demonstram as conclusões apresentadas pelo estudo da Fundação COPPETEC”.

Por tudo isso acho que deveria dar mais atenção à seca do Rio Paraíba do Sul e sua relação com o avanço e recuo do mar. A respostas que procuramos possivelmente estão ali.

Roberto Moraes disse...

Mais do mesmo.

O blog em nenhum momento disse ou garantiu que o problema é do empreendimento.

O que o blog disse, reafirmou diversas vezes é que há elementos fortes neste sentido.

As análises mostram as evidências. O blog não precisa que concordem com ele. Tanto que mostrou as diferentes análises.

O que o comentarista quer como já se provou é fazer propaganda do empreendimento. Assim, nega e desqualifica os relatórios e as análises que não lhe interessam.

Não me importo que se julgue que sou contra o favor do que quer que seja.

O blog não existe para ser aplaudido. Ele existe para ter opinião. Para levantar questões que não são veiculadas na mídia comercial. Para estimular o debate, mas não para fazer propaganda.

Não conheço do tema especifico, mas, conheço das artimanhas e os interesses que circulam o tema.

É o bastante para compreender porque se intenta desviar do tema.

Os corelocs foram quebrados quando poderiam ser usados para ajudar a proteger uma parte do litoral atingido, por quaisquer das causas.

Gasto tempo a repetir que vejo aqui na Europa que a quase totalidade das intervenções que venho pesquisando dos portos aqui instalados, em mar mais calmo e de menores ventos, pela construção de diques e pieres, levam à necessidade de aporte de areia e engorda do lado da praia atingido. Isto faz parte do projeto de implantação e ampliação dos terminais portuários. Cito inicialmente dois que vi, além de ler, o próprio porto de BArcelona e o de Tarragona.

Observem que os dois portos citados se dão em enseadas e com certa proteção natural e não em mar aberto mais sujeito às correntes marinhas e à força dos ventos e das ondas.

Interessante observar como quando convém os investidores falam em modernidade e se sustentam na visão euro-centrista, mas, quando não convém e quando a população e a comunidade não merece ser considerada, a visão centro-européia é deixada de lado, afinal, na periferia o que tende a prevalecer é o vale tudo.

Repito, que pouco importa a sua opinião, mas, como o caso acaba sendo didático para que nossos leitores, colaboradores e o próprio Ministério Público possam perceber como age o empreendedor (controlador ou minoritário), o blog usa o espaço para este diálogo didático com o público, inclusive com os moradores da comunidade, que diante do que vê aqui, ele percebe que precisa estar cada vez mais atento.

Eu sinceramente, imaginava que haveria por parte dos técnicos e destes pequenos investidores (chamados de minoritários) gente com um pouco mais de visão, mas, percebo que o capitalismo selvagem continua imperando e necessitando de uma forte regulação.

Anônimo disse...

Enquanto os Ricos empresários da Prumo logística se isentam da culpa que é deles, e continuam enriquecendo na nossa terra, os pobres moradores do Açu estão bem perto de perder tudo, onde esta a responsabilidade ambiental e social desses empresários, e os governos, e os órgãos ambientais para fiscalizarem, e o Ministério Publico.
O Açu e os moradores estão condenados a desaparecer?