sexta-feira, maio 24, 2013

A situação do mercado imobiliário em Campos depois das dispensas da OSX

O blog recebeu do Alex San Carlos o texto que suscita reflexão e debates:

"Roberto,
Com as crescentes demissões no Porto do Açu, encerramento de contratos etc, um novo cenário começa a surgir em Campos - RJ.

Inicialmente, milhares de trabalhadores com formação média, técnica e operários foram demitidos. Com isso, eram milhares de trabalhadores que deixavam de receber. Deixando de receber, deixavam de gastar. Com isso, o dinheiro parece que desapareceu no comércio de Campos nos últimos 3 meses.

Conversando com empresários de diferentes ramos, as declarações eram unânimes: " O dinheiro não circula". Consultei alguns amigos empresários do ramo de farmácia, serviço, imobiliária, restaurante e comércio.

Porém, agora começaram a ser demitidos e/ou transferidos, funcionários do alto escalão das empresas X.

Aquela bolha imobiliária que havia sido formada parece estar diminuindo, mas não sabemos até quando. Isso porque dezenas de imóveis que haviam sido alugados pelas empresas X para seus gerentes etc, estão sendo devolvidos. Daí a oferta fica maior do que a procura.

Um exemplo que podemos citar é um famoso empreendimento localizado na entrada da cidade, onde possui várias torres. A procura inicial para alugar um apto lá por parte de trabalhadores do Porto estava tão alta, que já estavam cobrando R$ 2.500,00 pela locação de um apto de 60m². 

Hoje, a realidade já é outra. Dezenas de aptos que haviam sido alugados foram devolvidos. E isso se repete em vários outros prédios da cidade, sobretudo em área nobre, como Pelinca, Tamandaré e Flamboyant.

Caro Roberto, qual seria sua avaliação quanto ao impacto negativo que o Porto tem causado na economia regional?
Att
Alex San Carlos."

11 comentários:

Anônimo disse...

Eike inicia resgate de sua credibilidade com plano para OSX; ação sobe 40% - InfoMoney
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/osxbrasil/noticia/2791656/eike-inicia-resgate-sua-credibilidade-com-plano-para-osx-acao

Anônimo disse...

Também trabalho como corretor, e a situação de vendas do inicio do ano para cá ficou meio complicada, da pra perceber claramente que a procura diminuiu muito. Se por um lado é bom para o consumidor pois a tendencia é os preços retornar ao compatível com o que realmente vale, pois é um absurdo sabermos que pequenos construtores e grandes estavam ganhando mais de 100% por suas obras que eram vendidas pela caixa e a procura era tão grande que qualquer preço mesmo que fosse fora da realidade era aceito.Por outro lado ate as coisas se ajeitarem vamos ficar numa situação complicada como o comercio de maneira geral. francisco

Anônimo disse...

Eu e outros engenheiros fomos contratados pela empresa Acciona para trabalhar no porto do açu. Ficamos em casa e antes do fim do contrato de experiência ...alguns até mesmo sem pisar no porto tiveram suas dispensas sem ao menos um reaproveitamento. Eles tiram você de seu emprego, prometem, e mandam embora sem ao menos você ter chances de mostrar ao que veio. Não recomendo a ninguém aceitar qualquer proposta que venha do porto.

Anônimo disse...

O que não podemos é fazer como fizeram com o bolsa família, ou seja, espalhar o boato de que não haverá mais o porto. O que percebo é que, como todo grande empreendimento, o perfil da mão de obra em atuação irá variar constantemente. Adilson (o Pessanha).

Dantas disse...

O problema dos imoveis não é exclusivo de Campos, trata-se de uma bolha que está aos poucos esvaziando em todo Brasil.

Se voce for buscar no google, vai ver noticias como essas:

- Venda, preço e locação de imóveis usados despencam em SP. http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1276973-venda-preco-e-locacao-de-imoveis-usados-despencam-em-sp.shtml

- Preço dos imóveis cai 25% em São José em dois anos, revela Creci
http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

- Construção civil dispensa 104 mil pessoas e 'surpreende', diz IBGE
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/05/1283509-construcao-civil-dispensa-104-mil-pessoas-e-surpreende-diz-ibge.shtml

- Prejuízo da Brookfield quase triplica no 1º tri, para R$ 47,71 milhões

http://www.valor.com.br/empresas/3116814/prejuizo-da-brookfield-quase-triplica-no-1#ixzz2UJoRdNAD

Ou seja, não é um fenômeno local, ocorre em todo pais a desaceleração do setor. Tirando é claro um ou outro nicho (como a zona sul e alguns outros bairros do Rio), ja está clara a situação: tudo não passa de uma grande especulação, onde investidores passaram a perna nos investitrouxas, que compraram achando que imóvel sobre pra sempre. Grande bobagem, assim como em qualquer setor os imoveis vivem de ciclos.

Em Campos o motivo que os corvos (apelido carinhoso para os corretores) utilizaram foi o Porto do Açu; Em Jaguará do Sul, acredite, foi o UFC. Resultado: contruiram mais do que a demanda, vendem para investitrouxas que ficam com o pepino na mão. Até o dia que cansarem de pagar IPTU, condominio, etc, e verem que não terão a liquidez tão facil.

Claro, agora vão culpar a OSX, nada mais facil que uma boa desculpa pra enganar mais otarios. O discurso em qualquer lugar do Brasil é o mesmo: comprem pq vai aumentar!

Ai voce pode dizer: Campos tem 500mil habitantes, o que não falta é demanda!
Será? Alguém ai sabe a média salarial de Campos? Sabe quanto é preciso de renda salarial para se financiar por 35 anos 90% de um imovel de 2 quartos de 350k (considerando o mínimo de 10% de entrada)? Acreditem, muito mais do que a média salarial desta cidade. Então me explique: até onde vai essa demanda de consumidores reais (proprietários) e investidores especuladores?

Alias, para mim quem só investe em imóveis é um trouxa e merece se dar mal mesmo. Só tenho pena dos proprietarios que por desconhecimento entram em financiamentos de 35 anos, no final vão pagar muito mais por um imovel que não vai valer 50% do valor pago. Duvidas? Converse com um americano, ou um espanhol, o modelo utilizado foi muito parecido.

Sobre o Rio, acho que é um animal totalmente a parte, e talvez se livre da bolha apenas pelo potencial turistico, tal qual ocorreu em algumas cidades americanas. Ontem conversando com um Americano que está trabalhando comigo ele disse estar impressionado com os valores dos alugueis em Ipanema. Disse que preços assim nos EUA ele só viu em NY, e olha que nos melhores bairros. Ah, e o mesmo me disse que comprou o imovel dele lá (em outra cidade) logo após o Crash de 2007, e que o Brasileiro que estiver ligado vai fazer o mesmo aqui.

Anônimo disse...

Matéria muito oportuna. Realmente, no Fit Vivai já foram entregues 27 aptos. No Maximus,35 e só no Flamboyant foram devolvidos 52 aptos.

Realmente a coisa ficou feia para quem investiu em imóvel para alugar.

Dantas disse...

Anonimo das 1:28: assim como a bolsa, investir em imoveis não é para amadores. É um investimento como qualquer outro sujeito a riscos. Ja ouvi casos de pessoas com mais de 20 imoveis, sempre recorrentes da tese "imovel nunca desvaloriza". Sim, sei, o que dizer então desse caso do tal fit?

Não estou dizendo que é um mal investimento, estou dizendo é que com os preços praticados no mercado brasileiro, no momento é um péssimo investimento. Se tem duvidas, faça uma conta rapida: 350k na poupança rende mais ao mes do que um imovel desse valor alugado. E voce ainda tem liquidez na poupança.

Se interessar mais o tema, aqui tem uma boa análise sobre o mercado do Rio: http://opequenoinvestidor.com.br/2013/05/estudo-sobre-bolha-imobiliaria-no-rio-de-janeiro/

Anônimo disse...

Boa tarde Professor Roberto, não poderia deixar de mostrar a nova classe de sem teto que havia surgido em nossa Cidade " Campos dos Goytacazes". Chove no molhado a tese de que o povo estava comprando para fins de moradia, quando na realidade estavam comprando para fins de locação. Neste sentido, como a Prefeitura de nossa Cidade, não dá uma casa para aqueles que ganham 2 salários mínimos, pior para os que ganham até 4 mil reais, tendo em vista o fato notório que uma pessoa com uma renda dessa não colocaria jamais o seu filho em quaisquer escolas do sitema municipal de ensino. Vamos as contas:
Uma família formada por 04 pessoas.
1- Despesa escolar = R$ 800,00/mês
2- Despesas médicas = R$ 550,00/mês
3- Alimentação = 800,00 / mês
4- Transporte e combustível = R$ 350,00
5- Luz e água = R$ 200,00
não preciso nem continuar a conta.

Qual imóvel essa família vai conseguir adquirir em nossa Cidade?
Porque a Prefeitura de campos não cria uma linha de subsídio para essas famílias?
Os imóveis vendidos em Campos são literalmente um Golpe contra o trabalhador, uma vez que ao contactar os corretores eles falam do Minha Casa Minha Vida, como se uma família com uma renda dessas pudesse adquirir uma casa de R$ 200 mil, cujo o terreno é menor que o de muitas casas da Prefeitura de Campos que sai ao custo de R$ 100 mil. Em fim, para adquirir uma casa dessas a família terá que apanhar empréstimo, vender o carro para tentar che ao patamar que a Caixa Econômica vai financiar para ele. Isso é um absurdo, pois se o Banco do Governo avalia o imóvel em R$ 110 mil, como os inúmeros construtores conseguem fechar esses financiamentos junto ao Banco.
O certo é Polícia Federal neles.
Não quero pedir benção para políticos.

Anônimo disse...

Boa tarde Professor Roberto, não poderia deixar de mostrar a nova classe de sem teto que havia surgido em nossa Cidade " Campos dos Goytacazes". Chove no molhado a tese de que o povo estava comprando para fins de moradia, quando na realidade estavam comprando para fins de locação. Neste sentido, como a Prefeitura de nossa Cidade, não dá uma casa para aqueles que ganham 2 salários mínimos, pior para os que ganham até 4 mil reais, tendo em vista o fato notório que uma pessoa com uma renda dessa não colocaria jamais o seu filho em quaisquer escolas do sitema municipal de ensino. Vamos as contas:
Uma família formada por 04 pessoas.
1- Despesa escolar = R$ 800,00/mês
2- Despesas médicas = R$ 550,00/mês
3- Alimentação = 800,00 / mês
4- Transporte e combustível = R$ 350,00
5- Luz e água = R$ 200,00
não preciso nem continuar a conta.

Qual imóvel essa família vai conseguir adquirir em nossa Cidade?
Porque a Prefeitura de campos não cria uma linha de subsídio para essas famílias?
Os imóveis vendidos em Campos são literalmente um Golpe contra o trabalhador, uma vez que ao contactar os corretores eles falam do Minha Casa Minha Vida, como se uma família com uma renda dessas pudesse adquirir uma casa de R$ 200 mil, cujo o terreno é menor que o de muitas casas da Prefeitura de Campos que sai ao custo de R$ 100 mil. Em fim, para adquirir uma casa dessas a família terá que apanhar empréstimo, vender o carro para tentar che ao patamar que a Caixa Econômica vai financiar para ele. Isso é um absurdo, pois se o Banco do Governo avalia o imóvel em R$ 110 mil, como os inúmeros construtores conseguem fechar esses financiamentos junto ao Banco.
O certo é Polícia Federal neles.
Não quero pedir benção para políticos.

Anônimo disse...

O anonimo das 5:15 tem razão. Como um jovem que está se formando e iniciando a carreira profissional, constituindo família... consegue adquirir um imóvel em campos? São impraticáveis os preços dos imóveis, qualquer casinha com um terreno de (5x20) abaixo do padrão da lei de uso e do solo custa 150 mil reais. A única saída é financiar pela caixa, que no somatório final do financiamento tem juros exorbitantes! Professor, o senhor poderia fazer um post sobre essa questão e principalmente sobre a jogada das construtoras e corretores em campos: estão financiando imóveis pela caixa com terreno abaixo da metragem mínima estabelecia pela lei de uso e ocupação do solo do município. É só olhar nos classificados. Praticamente todos os imóveis construídos não atendem aos padrões mínimos da lei. Os engenheiros e arquitetos da prefeitura e da caixa estão fazendo vista grossa com relação a isso! Virou uma máfia na cidade! Na verdade, pode-se dizer que há um cartel no setor imobiliário de campos. Isso é caso de polícia!

Anônimo disse...

Continuando o meu comentário anterior, nota-se que esse cartel de construtoras, imobiliárias e corretores vem cada vez mais irradiando a especulação para as áreas periféricas. É só observar os preços proibitivos no classificados e acima do valor de mercado em bairros muito distantes da área central, como o Vivenda dos Coqueiros, o Parque Tropical e o Parque Baronesa. Bairros que estão em média há 7 km da área central da cidade, e pode observar: praticamente todos os imóveis anunciados não cumprem os requisitos mínimos da lei de uso e ocupação de solo do município. Os terrenos em que são construídas as residências parecem corredores (5x20) (5x23)... As casas são geminadas... A lei diz que a metragem mínima do lote é 7x20. Cadê a fiscalização? Cadê a fiscalização? Ou será que tem fiscalização e tem rolado vista grossa e algumas notas cinquentinhas por tras dessa putaria? Está evidente a irregularidade nos classificados dos jornais. É evidente o inflacionamento e o cartel na cidade. O adensamento populacional é agravante nesses bairros. Os preços são proibitivos. Como comprar uma casa nessas condições?A unica saída é o financiamento perpetuo da caixa. É só comparar os preços dos imóveis com São Francisco do Itabapoana... É visível o cartel...