quinta-feira, abril 04, 2013

Avaliação de outros impactos gerados pelo Complexo do Açu

O artigo abaixo é de autoria da Raquel Davis e foi encaminhada para publicação no Nicomex Notícias e republicado no site da APET (Associação dos Engenheiros da Petrobras):

"O impacto ambiental do Porto do Açu"
"O Superporto do Açu, como visto em reportagens anteriores, causará, após a sua implantação diversos tipos de impactos ambientais. Perigos atuais e que estão acontecendo neste exato momento, por outro lado, estão ligados às obras de sua construção.

Dentre estes, podemos citar a quantidade de areia sendo dragada para essas obras, que é visivelmente impressionante, e que traz consigo impactos ambientais de grande porte. Um exemplo disto são as modificações de certos compostos, por exemplo, metais, que podem estar presentes no fundo do corpo d’água de forma “inativa”, sem causar mal nenhum à fauna aquática local, mas que, após a dragagem, quando entram em contato com a coluna d’água e o oxigênio presentes ali, se tornam ativos novamente e podem entrar diretamente na cadeia alimentar do local.

Outro problema está ligado à construção de um quebra-mar gigantesco, com o objetivo de proteger os navios atracados no porto. Essa instalação terá 230 metros de extensão, sendo 1300 ao norte e 930 a oeste. Para se ter uma noção da enormidade deste projeto, o volume de rochas necessárias para a sua construção equivalem ao morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. A finalização da estrutura será feita com 21.400 peças de concreto com 10 toneladas cada. Obviamente, o despejo deste tipo de pedra acarreta em diversas consequências para a vida marinha do local, que ainda não foram bem estudadas. Uma das possíveis consequências, por exemplo, seria a destruição do habitat das espécies bentônicas – que vivem no fundo do corpo d’água – além de possíveis alterações na composição da água local, e características como pH, alcalinidade e dureza, dependendo do tipo de rocha que está sendo utilizada, afetam diretamente a vida marinha.

Outro ponto a se observar é a área chamada pelo empreendimento de “Empreiteirópolis”, onde a vegetação local foi retirada para se criar um canteiro de obras do estaleiro. O grupo responsável pelas obras diz que será feito o reflorestamento da área com espécies nativas, que estão sendo cultivadas em uma estufa, assim que a construção terminar. Porém, o simples fato de desmatar e utilizar solo como canteiro de obras já é uma agressão sem tamanho ao ecossistema local. O desmatamento em si já causa problemas como a acidificação dos solos e a diminuição de sua fertilidade, que levam a tantos outros problemas ambientais. De nada adianta replantar a vegetação se, ao desmatar a vegetação original, se destrói também o habitat e as fontes de alimento de animais nativos, que, com o tempo necessário para se concluir as obras, provavelmente terão de se adaptar às novas condições, ou perecer. Na opinião desta autora, a última opção, infelizmente, é a mais provável. Portanto, novamente entramos no quesito de um (des) equilíbrio entre a (não) necessidade de se explorar um ecossistema sem se pensar nas consequências ambientais."

13 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente, são consequências do desenvolvimento. Não dá para fazer o omelete sem quebrar os ovos. o que deve ser feito é tentear amenizar os impactos ambientais.

Se fosse para preservar tudo como está, como surgiu na natureza, nem as cidades poderiam ser construídas, muito menos virar metrópoles

A prioridade são os empregos. Empregos gera renda que gera investimento que gera empregos. Nossa região precisa de empregos.

Quem tem fome tem pressa, já dizia o Betinho. Quem está desempregado passa fome. A questão deve ser avaliada olhando o lado dos outros, dos desempregados.

E todos ganham com os empregos, pois isso representa menos problemas sociais, inclusive criminalidade.

douglas da mata disse...

Ótimo.

Então vamos a guerra com nossos vizinhos.

A indústria bélica gera muitos empregos, movimentam um PIB mundial astronômico, trazem um salto tecnológico considerável, e de quebra, ainda dão coesão moral para ciclos de desenvolvimento.

Aconteceu assim em todos os países ditos potência.

E se invadirmos o território alheio, nem haverá muito impacto ambiental por aqui.


Que tipo de argumento é este que tenta chantagear, trocando a necessidade de regulação, fiscalização e mitigação de danos por se tratar de dar empregos?

Empregos como os que a Acciona ofereceu?

Então é assim: damos dinheiro público para fazer(BNDES), deixamos a porteira escancarada, e depois, usamos mais dinheiro público para concertar os impactos sócio-ambientais?

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Que tipo de gente é esta relaciona emprego com criminalidade?

Então violência é coisa de desempregado?

Santo deus, quanta asneira, meu amigo Roberto.

É bom dizer a ele que o Nordeste é a região do país que mais cresceu no PIB, investimentos, empregos e...violência.


Como a gente vem dizendo há tempos, o nível da blogosfera está cada vez pior, cada vez pior...uma pena.

Anônimo disse...

Guerra é matança! Não tem nada a ver com a história.

Impactos ambientais, é óbvio que existem. Em tudo. Até mesmo na construção de uma estrada. Vai querer que a construção de um porto não cause dano algum?

É muito fácil falar quando se tem o seu emprego garantido, não é mesmo? Sobrando tempo até para falar qualquer coisa na Internet. Neste momento, o ferrado está procurando o que comer!

O ferrado que se dane? O Brasil ainda é subdesenvolvido! Uma grande M! Precisa de desenvolvimento, de empregos, custe o que custar!

Existe sim, vínculo entre desemprego e criminalidade. Quando não se tem o que comer, nada para dar aos seus filhos, pensa-se em besteiras.

Não seja egoísta. Pense no ferrado,que está desempregado. Se coloque no lugar dele.

Anônimo disse...

Desconhecimento: O ecossistema sacrificado ali em São João corresponde a um "naco" perto do que se desmata na Amazônia à cada semana... Por lá se desmata para que mesmo? E os especialistas por que não vão brigar por lá? Li aqui mesmo que há uma reserva criada pelos empreendedores e que a fauna da área suprimida fora transferida para a dita reserva -.pergunto: Será que há este tipo de atitude na Amazônia?

Anônimo disse...

E por falar em emprego, a agricultura já desempregou bastante filhos daquela terra, por causa das desapropriações ilegais, pela contaminação do solo e da água, também por falta de perspectiva do futuro da agricultura, que não ha incentivos. Estou sem receber salários a mais de 2 anos(causas judiciais), mas prefiro viver na minha terra como antes, onde éramos respeitados em nossos direitos, agora querem nos expulsar para trazer pessoas de fora numa suposta oferta de empregos? Que se empreguem em suas cidades, ou faça como eu fiz, fui trabalhar no Rio de Janeiro, de lá fui morar em Itaguaí levei minha mulher e meus filhos. Hoje voltei, minha mulher está aposentada, meu filho trabalha em Macaé(plataforma), e minha filha se prepara para concurso em qualquer lugar do país! Portanto, emprego pra quem quer trabalhar, existem em todo lugar! Sou portuário há 28 anos(formado em gestão portuária), e esse empreendimento tem tudo pra não dar certo, começou errado não respeitando moradores locais, agride ao meio ambiente sem tentar minimizar consequências, mentem e especulam para obterem vantagens, vendem o que não podem cumprir, e o seu dono ainda nem sabemos quem vai ser!!!

douglas da mata disse...

Caro midiota, a alusão a guerra é apenas uma forma de dizer a midiotas como você que não se pode querer justificar o lucro pela suposta criação de empregos.

Este tipo de chantagem não cola, até porque, emprego a qualquer custo tem um custo enorme para todos.

Crime é ação econômica marginal. O crime que você fala é do tipo famélico(furtar por comida), que nem tem punição(o juiz pode deixar de aplicar a pena). E é um traço estatístico, inclusive em comunidades mais pobres.

Sua lógica é imbecil: o nordeste da seca, da pobreza quase não tinha crime, e agora, como riqueza, empregos e dinheiro circulando, explodiu nas estatísticas criminais.

Não fale do que você não tem a menor noção, poupe-se de fazer papel de ridículo, ainda que sob o anonimato.

Ninguém disse aqui que não há impactos ambientais. A Humanidade é um impacto ambiental ambulante.

A questão é definir que impactos são toleráveis, quanto custará cada emprego gerado, quem lucrará mais com estes danos, e quem sofrerá.

Isto é fundamental em qualquer ação humana, ó imbecil.

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Quanto ao conhecedor do ecossistema amazônico.

Desde o início do governo Lula um novo paradigma foi implantado, e boa parte das cadeias produtivas da Amazônia Legal começaram a rever seus processos e o uso da terra, e claro, o desmatamento começou a diminuir sensivelmente.

Inclusive desmontando a tese de que o aumento do consumo eleva o desmatamento: entre 2009 e 2011 tivemos a maior média de crescimento do PIB e o desmatamento foi na contramão.

Comparar ecossistemas complexos e distintos, tanto biológica como geograficamente é quase um zurrar de asno.

Então se temos aqui um "naco" de um ecossistema que já está em vias de extinção(como é o caso da restinga e dos sistemas hídricos locais), vamos aniquilar tudo?

Santo deus, Roberto, você deveria colocar uma tarja de aviso quando acessamos o blog:

PROIBIDO A IDIOTAS!

Olha, eu nem sou um eco-militante, e tenho sérias restrições a luta ambiental, mas defender salinização da água, ou defender que devemos arriar as calças para o senhor x por causa de meia dúzia de empregos, aceitando tudo como efeito colateral suportável é coisa de quem come capim.

Não dá para levar a sério um pessoal destes.

Anônimo disse...

Se proibir idiotas, o litle idiot Eremildo de lupinha na mão não poderá mais se manifestar. Faz bem o blogueiro publicando tudo.
É impossivel contruir um porto sem impactos ambientais. Não percebe isso e diz que os idiotas são os outros. É facil falar, tentar atrapalhar o desenvolvimento, a geração de empregos para os ferrados quando se tem empreguinho publico garantido, não é mesmo?
Quanto a criminalidade,é claro, obvio que a falta de emprego gera mais criminalidade.
Litle idiot Eremildo: quem tem fome tem pressa!!!!!

Anônimo disse...

nem com uma lupa na mão ele não consegue enxergar o óbvio. Tente com um microscópio.

douglas da mata disse...

Microscópio atômico ou lupa só se formos tentar achar o cérebro de vocês.

Nova aposta: compare os índice de crimes patrimoniais (roubos e furtos) no Nordeste na década de 80, 90 com os números do Nordeste com os atuais investimentos e o crescimento de empregos.

Acho que o Roberto tem este texto(você me enviou há uns quatro meses, não foi?), onde o jornal Valor diz claramente: Desafio no Nordeste, pobreza cai e violência aumenta, dogma da criminalidade associada a causas econômica cai por terra.

Pago cem reais.

Vai continuar se expondo ao ridículo meu filho?

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Quanto a empregos, empreendimentos e ambiente:

Vou repetir bem devagar: são a POLÍTICA e a SOCIEDADE que DETERMINAM quais impactos são aceitáveis, quais prejuízos e efeitos são plausíveis, e quais não são!

Não é VOCÊ ou sua suposta "fome". Muito menos o capital financeiro.

CSN, CSA, Thyssen Krüpp, e outras já revelaram onde nos leva esta "pressa"!

Quem está nesta situação, procure a proteção social, coma um pouco, alimente seus filhos, e então, com a barriga mais cheia, quem sabe consiga pensar, e estudar para ter um emprego garantido, seja ele público ou privado.

Só idiotas para tentar empulhar a audiência de que serão os "pobres famintos" que ocuparão empregos em empreendimentos de escala.


Roberto, meu filho, coloque um botãozinho aí do lado: ALFAFA VIRTUAL, este pessoal tá com fome!

Anônimo disse...

Liltle idiot,

Índice de criminalidade é inversamente proporcional ao poder aquisitivo da população.

Quanto menor for o poder aquisitivo, maior tende a ser índice de criminalidade. E isso se aflora mais onde os apelos de uma sociedade de consumo se manifestam com mais intensidade.

Quem não tem emprego, possui poder aquisitivo zero. Tendência maior à criminalidade.

É por essas e outras que a grande maioria dos criminosos moram em periferias. Onde existem mais traficantes e ladrões? Nas favelas.

É claro que não são maioria, mas são nessas comunidades que se apresentam com maior índice de criminosos.

Qual a polícia mais corrupta? A Civil ou a Federal? A Civil. Por que? Porque seu poder aquisitivo é menor ( a Civil não ganha o suficiente para o que faz). É obvio que existem as honrosas exceções, mas a tendencia é quando menor o poder aquisitivo maior ser a criminalidade. E quando o poder aquisitivo é ZERO (DESEMPREGO), maior a tendência.

Essa lupa na sua mão está atrapalhando você enxergar.

douglas da mata disse...

Pobre imbecil, vamos por partes:

Sua tese sobre criminalização da pobreza não encontra mais eco nem em quem a mais explorou, a Alba Zalhuar, lá nos idos de 80, 90.

Não adianta tentar espernear para torcer os dados, e tentar vesti-los naquilo que você acredita.

Primeiro, criminalidade e criminalidade violenta não são fenômenos únicos, homogêneos.

Outro detalhe: não é porque as cadeias estejam cheias de pobres, pretos e favelados que sejam eles os únicos a cometer crimes. Eles só estão mais expostos aos rigores da lei, enquanto aos mais ricos, sobra o direito e a boa defesa dos caros advogados, e quem sabe, até a compreensão dos seus pares: "ah, fulano cometeu um desliza, mas não é bandido"!

Santo deus, por que perco meu tempo explicando isto?

Ela (a criminalidade) se manifesta de várias formas, como crimes contra vida, patrimoniais, contra liberdade sexual, contra honra, contra administração púbica, etc.

Nada impede que estas modalidades se conectem, como latrocínio: roubo e morte, ou o roubo, uma grave ameaça com uma subtração patrimonial.

Não há em nenhuma estatística um único dado que comprove que níveis de desemprego, per si, ou a pobreza, sejam responsáveis pelo aumento da criminalidade.

Ao contrário.

E a realidade prova isto: Os estados da federação mais ricos, são os mais violentos, enquanto os mais pobres são os menos violentos.

Esta lógica está impressa, principalmente, nos crimes patrimoniais.

As comunidades mais pobres têm índices relacionados ao resultado da desigualdade e mais: de uma política extra-oficial de extermínio, onde os pobres, pretos e favelados são os alvos de sempre, elevando, aí sim, os níveis de mortes por homicídio nos locais mais pobres, onde a vida parece ter menos valor.

Mas como eu disse, e repito, não se trata de uma causa associada a ter ou não emprego, mas a pertencer antes a uma determinada classe, ou ter uma determinada cor(preta).

Me responda, porque eu pergunto novamente: Por que o Nordeste tem explodido em crimes se a riqueza (investimentos, portos, empregos) migra para lá?

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Continua:

douglas da mata disse...

continuação:

Quanto à corrupção:

Primeiro é bom separar corrupção, e a sensação ou percebimento da corrupção.

Afinal, o judiciário é mais ou menos corrupto que a polícia?

Bom, só se tivéssemos um olhar igual da imprensa e da sociedade sobre as duas instituições, ou uma pesquisa acadêmica para determinar esta variável.

Daí a enorme dificuldade em dar sentenças do tipo: tal instituição é mais ou menos corrupta que outra.

Mas concordemos com seu chute, e aceitemos a tese de que a PC são mais corruptas que a PF.

São corrupções diferentes, meu caro beócio, porque tratam com clientelas distintas.

E a corrupção, ao contrário do que midiotas como você propagam, não é um mal da polícia apenas, mas está diretamente ligada a sociedade na qual ela está inserida, ou você acredita em corrupto sem corruptor?

Logo, se a PF trata apenas dos crimes residuais e subsidiários de interesse da União (a minoria), e cabe às polícias estaduais o tratamento do grosso dos crimes e, por isto mesmo, trata com muito mais gente, é claro que a percepção quantitativa penderá em desfavor da PC.

Mas são de qualidade diferente. Um "arrego"(suborno) na PF pode causar mais estragos que dois mil caminhões de "cervejinhas" pagas a um policial estadual.

A questão do salário é uma premissa falsa.

Se fosse assim, não teríamos juízes corruptos.

A tese levantada por você, néscio, coloca como subordinante que todos os policiais sejam honestos ou mais honestos para ganharem dignamente.

Reconhecer a importância de uma função e remunerá-la como se deve não tem nada a ver com punir desvios, ou colocar uma como condicionante da outra.

Pagar bem é condição para um bom serviço.

Punir é obrigação, mas punir a todos e com exemplo de cima. Não adianta falar para o policial que não deve misturar assuntos privados com públicos(corrupção)enquanto o governador anda de helicóptero com empreiteiro.

Enfim, você pode continuar a espernear, mas uma olhadinha nos dados da SENASP, ou do ISP(aqui do RJ), poderá lhe mostrar que as cidades mais ricas do Estado(Macaé, Campos, Rio das Ostras, a capital, etc) são as que detêm níveis crescentes de criminalidade nos últimos tempos.

Enquanto isto, Lage do Muriaé, Carmo, etc, cidades muito mais pobres e com péssimos níveis de geração de emprego, são paraísos de paz e boa convivência social.

catwish Carol Mazieri disse...

Apenas a ignorância faz alguém defender essa construção desastrosa ao meio ambiente. Triste ainda é que as licenças ambientais normalmente não preveem sequer 1/3 da necessidade da preservação.