domingo, abril 21, 2013

Canabrava em SFI e a agroindústria canavieiria no Norte Fluminense

Para a maioria a destilaria Canabrava fica no município de São Francisco do Itabapoana e não em Campos dos Goytacazes. É certo que sua localização é no limite dos municípios, mas, não está clara a sua "naturalidade".

Foi considerada como sendo no município de Campos quando recebeu grande aporte de recursos do Fundecam para se instalar. O projeto depois de consumir grandes somas de recursos públicos parou.

Foi retomado, segundo terceiros, pela aquisição do projeto (de quem e a que custo?) teria sido saneada financeiramente com apoio do atual governo municipal de Campos e iniciado sua produção em 2010. Agora amplia ano a ano as suas atividades.

A presença no município de São Francisco do Itabapoana de qualquer forma, se pela área plantada, arrendada ou fornecedora de cana de açúcar para a destilaria. São Francisco do Itabapoana é o município segundo maior  produtor canavieiro do estado, cada vez mais próximo de Campos, que possui extensão territorial quatro vezes maior que SFI.

Dentro desta linha, o prefeito de SFI, Pedro Cherene patrocinou ontem, uma reunião com o diretor da usina Canabrava, Luiz Henrique Sanchs que garantiu pagamento pela cana entregue na fábrica em até uma semana.

Sanchs estimulou o produtor a preparar a plantação para a colheita mecanizada, o que exige espaçamento mínimo 1,40 metros dizendo que "com o uso das máquinas o produtor terá uma economia de aproximadamente 10 reais por tonelada, além da privação de mão-de-obra humana, que hoje se encontra carente em nossa região”.

A Canabrava tem capacidade para moer cerca de 300 toneladas por hora. No ano de 2012 moeu um total de 500 mil toneladas de cana. Para este ano a meta é de que alcance a marca de um milhão. O álcool produzido vai para o grupo Raízen (Ipiranga, Shell e a Ale).

Em setembro do ano passado, a Canabrava confirmou a compra, por R$ 65 milhões, da usina Santa Cruz, pertencente ao grupo J. Pessoa. A unidade, com sede em Campos dos Goytacazes (RJ), estava em recuperação judicial desde 2010, e há três safras não operava. Na ocasião a Canabrava disse que vai investir R$ 100 milhões na Santa Cruz para reabrir a usina em 2014, onde pretende produzir apenas açúcar.

A Canabrava chegou cogitar também a colocação em funcionamento da usina de Quissamã onde funcionaria a Canabrava-2, fazendo investimentos de R$ 300 milhões, para processar 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 120 milhões de litros de álcool, que assim como a planta de São Diogo também teria uma planta de cogeração de energia elétrica, com capacidade de 44 megawatts (MW).

No total o grupo falou em investimentos de R$ 600 milhões, contando com aportes de fundos das prefeituras locais e de investidores estrangeiros. Além dos investimentos já feitos na área industrial, também houve aporte em arrendamento de 20 mil hectares. A meta seria de produzir, por ano, 300 milhões de litros de etanol para atender o mercado fluminense.

Na região Norte Fluminense, a produção da agroindústria canavieira conta além da Canabrava (que assume o espaço que antes ocupou o grupo José Pessoa, que deixou marcas negativas em sua atuação regional), com duas unidades produtivas na Baixada Campista, a Usina Paraíso e a Coagro em Goitacases. 

Para completar o quadro, há que se saber o destino da Usina Sapucaia que foi adquirida pelo grupo MPE, através da MPE Participações em Agronegócios S.A. e se encontra em processo de recuperação depois de diversas assembleias e acordos não cumpridos. No final de março, trabalhadores se manifestaram exigindo o pagamento dos seus salários atrasados no valor de R$ 13 milhões que teriam sido depositados pelo novo proprietário. 

Este é o quadro resumido do cenário do setor que nas últimas três décadas foi ao fundo do poço, coincidentemente, quando os royalties do petróleo começou a jorrar nos cofres municipais. 

Vale observar as práticas e o que se desdobrará em termos econômicos e sociais desta nova realidade, que não muito diferentes de antes continua extremamente dependente do investimento público.

PS.: Por curiosidade publicamos abaixo a relação de usinas e destilarias que o Estado do Rio de Janeiro  possuiu desde 1965. Ela foi elaborada pelo Cláudio Afonso Ribeiro de Castro e consta do seu interessante blog "Clarc":


5 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Roberto, mais uma vez chega um grupo com muito blá, blá, blá. Falando coisas que a realidade desmente. Querer moer 1 milhão de toneladas de cana na safra 2013-2014 só vai ficar na vontade. Na safra 2012-2013 a produção no RJ foi de cerca de 1 milhão e 900 mil toneladas de cana (15% a menos que a safra anterior - veja em:http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_04_09_10_30_34_boletim_cana_portugues_abril_2013_4o_lev.pdf). Estimular os produtores a plantar cana para colheita mecanizada e desconhecer a topografia da região para saber se existe condição para este tipo de colheita (a inclinação máxima do terreno para colheita mecanizada e de no máximo 12º) e os canaviais devem ter um tamanho mínimo para que a colheitadeira possa ser utilizada de forma econômica. Tô achando que é mais um que quer se beneficiar de algum incentivo público e depois se mandar. Cadê o grande empresário J Pessoa(que foi tão babado por uma imprensa local) e deu no que deu. Inclusive trabalho escravo de trabalhadores rurais. Se lembra?
Um abraço.

Pedro Paulo disse...

Verdade é, que os usineiros de outrora, da nossa região, entre os 70 e 80, receberam vultosos empréstimos do governo federal, à época governos militares, via Banco do Brasil.
A finalidade de tais empréstimos eram para modernização da industria, investimentos em tecnologia e na ampliação da produtividade, do parque agrícola. Porém,tais usineiros, desviaram , o empréstimo para outras áreas e pouco, investiram nas suas usinas.Caso específico, a usina de Tócos, que erradamente na época, construiu uma destilaria chamada de AGRISA, em Cabo Frio, ou Casimiro de Abreu, "e deu com os burros n"água" . O proprietário da usina São José de Goitacazes, hoje chamada de COAGRO, á época dos empréstimos, investia forte, numa atividade paralela,ou melhor, em redes de hospitais, em São Paulo.
Enfim por esse motivo, quando os empréstimos começaram a vencer, não tiveram como pagá-los e a conta,mais uma vez, sobrou para os milionários, ou seja, nós contribuintes.

Anônimo disse...

A Canabrava vem adotando uma postura demasiadamente agressiva nesta safra. Verdadeiro desespero atrás de cana. É fato que a região terá uma redução de ao redor de 15% na oferta de cana. Isso como conseqüência da falta de renovação de canaviais. As 4 empresas contarão esta safra com no máximo 1 milhão e 900 mil toneladas de cana.
Voltemos à Canabrava. Ultimamente investiu pesado na produção de cana, tendo arrendado área substancial. Equipou-se com maquinário para colheita de última geração. Importou quadro gerencial sem medir custos. Precisa moer redondo para que a co -geração, menina dos olhos, seja viável. Faz verdadeira loucura na busca por matéria prima. No desespero chegou a invadir por 6 vezes nos últimos 10 dias, propriedade próxima à Usina Santa Cruz, cujos donos a rejeitam por inadimplências passadas.
No afan de adquirir a Usina Santa Cruz, o que acabou conseguindo por 65 milhões, foi obrigada a assumir por decisão judicial a sucessão da CBAA Campos. Ficou de reformar a industria para possibilitá-la a moer mas até o momento nada fez.
Assumiu dívida pesada com investidores que devem estar preocupados pois os resultados financeiros da empresa desde sua fundação são decepcionantes. Prejuizo em cima de prejuízo.
Em conseqüência, os produtores de cana não investem pois o quadro é de muita insegurança.

Roberto Moraes disse...

Se o(a) comentarista das 11:50 quiser se identificar o texto será postado como nota na página principal do blog.

Anônimo disse...

eu sei q o pagamento esta atrasado era pra sair dia 5 d fevereiro e hj já são 19 e nada ainda e ninquem da uma posição certa para os trabalhadores de quando vai sair o pagamento. e tem mais funcionários q entrou para trabalhar na safra 2014/2015 não receberam seu primeiro vale alimentação e no mês d dezembro de 2014 o vale q entra todo o dia 20 não saiu foi sair dia 15 de janeiro e o de janeiro q seria dia 20 não saiu ainda e hj já são 19 de fevereiro e amanha já vence dois vales alimentação sem contar com o primeiro quando os funcionários q foi contratado para safra não receberam so alguns q foram dispensados no final da safra receberam o vale alimentação atrasado!!!!