sexta-feira, março 01, 2013

Análise do quadro atual do grupo EBX pelo Valor

Em matéria no Valor de hoje, de autoria de quatro jornalistas, Ana Paula Ragazzi, Vera Saavedra Durão, Cláudia Schüffner e Francisco Góes, conclui que o grupo EBX depende cada vez mais do BNDES para os seus negócios, especialmente do Complexo do Açu.

 As cinco empresas de capital aberto da holding EBX (MMX, OGX, MPX, LLX e OSX) tinham dívida líquida consolidada de R$ 15,8 bilhões, pelos balanços do terceiro e do quarto trimestres de 2012, segundo o Valor Data. A posição do caixa no fim de 2012 era de R$ 8,3 bilhões. O valor de todas essas ações está abaixo de quando estrearam em bolsa. Uma preocupação no mercado é que o empresário teria contraído empréstimos como pessoa física nos bancos privados e dado ações de suas empresas em garantia. Diante das quedas de sua blue chip - só em 2012 a OGX desvalorizou 67,84% -, ele teria renegociado as garantias, mas estaria difícil conseguir novas linhas.

Procurado, Eike Batista não se manifestou. Por e-mail, o grupo EBX informou estar "capitalizado, com recursos suficientes para garantir a execução dos projetos desenvolvidos" e com "funding substancialmente equacionado para os próximos anos". Fonte do BNDES diz que o empresário tem ativos para vender e pagar seus empréstimos, o que já começou a fazer.

PS.: Atualizado às 12:30: Com dados de outra matéria do Valor sobre o mesmo assunto:

"O BNDES tem sido fonte permanente de dinheiro para sustentar os projetos da EBX, em especial a partir da crise financeira de 2008, quando houve restrição de linhas de crédito privadas e as bolsas fecharam as portas para novos IPOs (ofertas públicas iniciais de ações). Desde que Batista listou a sua primeira empresa na bolsa brasileira, a mineradora MMX, em 2006, até o estaleiro OSX, em 2010, o empresário levantou, via IPOs, R$ 13,6 bilhões, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Batista captou no BNDES quase R$ 10 bilhões desde 2005. Os maiores aportes do banco ao grupo, de R$ 4,1 bilhões e de R$ 2,7 bilhões, ocorreram em anos de crise, 2009 e 2012, respectivamente. Em 2009, foram feitas as maiores operações do empresário com o banco, com destaque para financiamento de R$ 1,3 bilhão para a LLX no porto do Açu (RJ) e de R$ 1,4 bilhão para a termelétrica de Pecém (CE). Em 2012, a maior operação aprovada pelo banco para o grupo foi de R$ 1,3 bilhão para a OSX".




3 comentários:

Anônimo disse...

So que a materia tem um erro fundamental: a LLX nunca teve IPO, ela foi um desmembramento da MMX.

Tácio R. de Moura disse...

Caro Roberto,
Uma leitura mais aguçada desta e de toda recente conjuntura do grupo EBX certamente nos leva a conclusões preocupantes.
Ao cotejar o nível de endividamento (inclusive aqueles ainda não contabilizados, tal como a recente multa de quase R$ 4 Bilhões em face da MMX e do grupo EBX), o baixo volume de capital de giro circulante e ainda atual baixo valor de mercado da LLX, da MMX e da MPX, muito me preocupou como é frágil e muito exposta a riscos a saúde financeira do grupo responsável pelo maior projeto estruturante do Norte Fluminense.
Torço muito pela revitalização da região, mas a depender desse quadro altamente especulativo, somado a toda margem de ações políticas populistas que rondam a região, tenho dúvidas de como ou quando a mesma se efetivará.
De certa forma, parte da culpa está no próprio empreendedor que levou prematuramente sociedades e projetos pré-operacionais ao mercado, sem oferecer suficientes dados fundamentalistas e garantias da execução de seus planos.
Por outro lado, a região tentou se agarrar ao projeto como uma tábua de salvação, como justificativa para especulações em diversos campos. E assim a bendita especulação tomou conta do mercado imobiliário, de algumas opções políticas, da preguiça, fadiga ou omissão em fomentar outros projetos estruturantes. A resposta e justificativa para quase tudo está no Porto.
Afinal, precisamos lucrar muito com nossos imóveis. E não precisamos melhorar nossos serviços para lucrar. E também não precisamos de políticas públicas efetivas. Ora, temos o Porto. E, ademais, ainda temos os royalties .
Com a crise, a mudança de paradigmas e a aversão ao risco, o quadro mudou um pouco e todos investidores querem lucros e dados concretos, os quais, passados quase cinco anos, ainda não existem ou são nebulosos.
Em boa medida, penso que esses embaraços e vicissitudes nos convidam a analisar e repensar o modelo de econômico regional. Talvez, o maior Complexo Portuário das Américas não seja suficiente para equacionar os nódulos econômicos e sociais regionais, até pq esse não é o objetivo do grupo econômico.
Recuperar a credibilidade da Região e do Empreendimento não acontecerá com discursos e bravatas, mas sim com uma forte re-engenharia , com ações e com resultados. Como costuma dizer o nobre bloguista: “a conferir”.

Att.,
Tácio R. Rolim de Moura

Anônimo disse...

A situação inspira cuidados e ações de apoio ao GRUPO EBX. As obras em questão, tem como base um projeto de desenvolvimento interno muito importante para o Brasil! A visão do EIKE não é só gerar desenvolvimento de suas empresas é também gerar melhores condições de nos estados, cidades, localidades e comunidades pelo Brasil a fora. Sendo assim, o grupo EBX precisa de apoio do governo para que a normalidade e saúde financeira do GRUPO EBX se recupere. O GRUPO EBX e o EIKE merecem respeito e credibilidade pela experiência,tempo e honestidade com visão empreendedora.
Alexandro Vieira Gomes