domingo, setembro 29, 2013

A favor da auditoria da nossa dívida

Este é um problema que temos que enfrentar, mais cedo ou mais tarde. É preciso saber se procedem os contratos e os cálculos dos juros que redundam nesta fabulosa quantia. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto com a Maria Lucia Fattorelli. É certo que é necessário enfrentar aqueles que faturam com esta farra, mas, o problema não pode ser prorrogado indefinidamente.

Deve-se pagar tudo o que deve, mas, só o que se deve. Quem já enfrentou dívidas com o BNH, com a CEF, sobre créditos imobiliário sabe do que está sendo falado e dos descontos que são oferecidos por quem paga as contas.

Há casos (como o deste blogueiro) em que a dívida equivalia a 4 vezes o valor do imóvel, em que apenas a metade havia sido financiado. Depois de uma auditoria pela via Judicial (num processo que já corria há oito anos), o credor aceitou a quitação por um valor equivalente a 20% da dívida.

Nem um centavo a mais. Imagine o que não sobrará para colocar na saúde pública, na educação, transportes, etc. A redução (ou um desconto) de 20% no valor desta dívida significará R$ 200 bilhões. Mesmo sabendo que não é um bom gasto, mas, para facilitar o entendimento do tamanho do valor que se está questionando, como R$ 200 bilhões, você poderia fazer, apenas em um ano 200 maracanãs ou, num investimento melhor, 10.000 escolas técnicas como as federais.

Enfim, é chegado a hora de trazer para o debate a necessidade de se auditar a dívida. Bancos vão chiar, as mídias corporativas que são sustentadas por eles também, mas, a população precisa trazer o tema para o debate: Auditoria cidadã! (http://www.auditoriacidada.org.br/)





8 comentários:

Anônimo disse...

Como sempre muita grana para previdência e para pagamento de juros das dívidas! Sinceramente, quando o governo irá promover reformas para que esse rombo diminua? Essas contas não fecham! Um país rico, que vive precariamente. Faltou mostrar a parte que vai para corrupção!

Anônimo disse...

Dívidas em contratos em sua grande maioria fechados ou recontratados nos governos militares, Sarney e FHC.

Lula e Dilma mantiveram. Chegou a hora de auditar estes contratos e estas contas de juros.

Quem seria contra auditar estas contas?

Anônimo disse...

Ainda não vi governo ou sociedade que enfrente os bancos. Espero, antes de morrer, ter a felicidade de ver diminuída a usura praticada por estes que são os donos do mundo. Donos do dinheiro, da mídia, de hollywood, das armas, da tecnologia, dos remédios, do petróleo, da indústria de base, dos alimentos em escala, deste mundo todo enfim, cada vez mais concentrado.

Anônimo disse...

1,59% para a defesa nacional?
Queremos o quê?
Seremos eternos reféns espionados.

Matheus Crespo disse...

Caro Roberto, esse, para mim, é um dos, se não o principal limite do governo petista. É um governo que pretende promover avanços sociais, mas sempre sem que isso tenha que mexer com os pilares do capital. É um governo de conciliação de interesses e por isso mesmo insuficiente pra quem sonha com uma transformação mais profunda da sociedade que vivemos.

Ora, sabemos que é impossível e insustentável manter todo mundo satisfeito à longo prazo, alguém terá que perder em algum momento. Meu desejo é que perca essa minoria, aqueles que controlam o capital: os banqueiros, os especuladores, etc. Os avanços para a classe trabalhadora estarão rigidamente limitados enquanto não se mexer no capital, seja em termos de salários, serviços, o que for.

Infelizmente, sabemos que o PT não romperá com o capital, seja pelos acordos que sustentam sua governabilidade e até pela forma como se moldou a própria agenda do partido ao longo do tempo, mais centralizado, keynesiano, ou social democrata. E talvez a sociedade brasileira realmente não esteja, ainda, madura o suficiente pra sustentar um governo que enfrente esse poder econômico.

Realisticamente, mesmo sem esperança dessa transformação mais ampla, teremos que ir com o PT em um segundo turno, não tenho dúvida, porque é o símbolo preciso e amargo do menos pior, que é o que sempre sobra no cenário eleitoral brasileiro.

Ao menos é um governo que mantêm as pessoas empregadas (mesmo com a forte pressão para flexibilizar as leis trabalhistas e facilitar demissões), a renda do trabalhador acompanhando a inflação ou um pouco acima, protege um pouco mais a economia doméstica e adota uma política externa menos subserviente. É o que tem pra hoje, por mais frustrante que seja.

Roberto Moraes disse...

Matheus,

Muito boa a sua análise.

Pela via institucional temos problemas, porque há um reacionarismo (um adesismo e uma forma subjugada em que os capitalistas nacionais resistem à hipótese da formulação de um projeto nacional desenvolvimentista.

Preferem uma adesão subordinada aos países centrais. O PT é refém desta estrutura do capitalismo nacional, avança nas questões sociais, tenta ingressar na economia global, valendo-se da grande valorização das commodities, mas, corremos o risco de ver capturado os excedentes de nossa economia, pelos dutos já conhecidos e vinculados ao K financeiro.

Vivemos uma janela de oportunidades com o Banco dos Bric e outras hipóteses, mas, as pressões ligadas ao processo de disputa interna pelo poder estabelecem limites.

O caso das pressões geradas pela matéria da revista Economist produzida por encomenda é um exemplo deste jogo.

Há uma literatura interessante sobre o assunto ligado à teoria da dependência, sistema-mundo reinterpretada para o momento presente que merece ser refletida para imaginar possibilidades.

Há que se evitar o atraso e projetar o futuro avançando nas reformas.

A ampliação da pressão dos movimentos sociais são aliados neste processo que tem do outro lado, os interesses do capital e a mídia corporativa completamente parcial e desinteressada da constituição de um projeto nacional.

É um bom debate. A questão da auditoria da dívida se insere neste contexto.

Veja que as oposições só falam em mais e mais concessões como alternativa aos problemas do presente, como se a discussão fosse moralista (quando todos os partidos possuem seus calcanhares de aquiles baseados em formas "informais" de arrecadação e financiamento de campanhas) e na falso discurso da "eficiência" privada que nunca deixou de ser sustentada pelo Estado, o que lato-sensu, não é um problema em si, mas, a falta de um projeto nacional autônomo, isto sim, é um problema, ainda mais com o acirramento do debate político extremamente superficial, pouco denso.

Enfim, sigamos em frente!
Abs.

Fernando disse...

Dívida? O super Lula não tinha pago todas as nossas dívidas?


Li ainda outro dia nesse blog que o PT estava certo e que a America Latina iria triunfar com esse governo...

http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-o-pagamento-%E2%80%9Cantecipado%E2%80%9D-ao-fmi

http://www.cartacapital.com.br/economia/lula-dilma-e-o-pib-brasileiro

Roberto Moraes disse...

Oh, Fernando,

Até para discutir é preciso se informar, pelo menos um pouco.

O que foi pago foi a dívida com o FMI.

A auditoria da dívida que se defende é referente aos contratos da dívida interna.

O governo federal não está enfrentando a auditoria da dívida é isto que se está defendendo, meu caro.

A crítica reforça a necessidade de mudanças, mas, esta inflexão não virá nunca dos que defendem os bancos e agora foram buscar apoio da revista inglesa para dizer que vão ser mais "amigos" dos bancos e fundos abrindo mão de toda a regulação, como prometeram a Chevron.