Águas do Paraíba teve lucro líquido de R$ 10 milhões só em 2007 e 2008

A empresa concessionária de água e esgoto no município de Campos dos Goytacazes, Águas do Paraíba, teve um lucro líquido no último ano (2008) de R$ 5,4 milhões(*). Em 2007, o lucor líquido foi de extatos R$ 4,5 milhões. A informação foi passada ao blog, por Fabiano Rangel, diretor do Sindicato de Trabalhadores em Saneamento do Norte Fluminense. Segundo Fabiano, a obtenção dos dados foi consequência da cláusula que dá direito de participação dos trabalhadores neste resultado. Para acompanhar este processo a direção do sindicato foi buscar a assessoria do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). A partir deste estudo, o Sindicato está questionando o repasse aos trabalhadores de apenas 2,13% deste lucro líquido, o que daria apenas 40% do salário básico de cada trabalhador. O sindicato contrapropôs 60% para os trabalhadores que ganham até R$ 1.200,00, que representaria 86% da categoria. Observando ainda outros dados contábeis da empresa: a receita líquida passou de R$ 50,5 milhões em 2007 para R$ 53,7 milhões em 2008, um aumento de 6,4%. Ainda entre 2007 e 2008, houve uma redução de 14,7% no total dos custos dos serviços prestados, o que contribuiu para o aumento do lucro líquido. Por estes dados é possível avaliar a importância que teria para a sociedade a instalação, diversas vezes defendida por este blog, de um Conselho de Usuários. Bom lembrar que trata-se de um serviço público objeto de concessão. E de forma mais especial, de um serviço especial como o fornecimento de água tão importante na qualidade vida e saúde da população. Um conselho como este poderia avaliar as receitas, as despesas, os projetos, as metas, as prioridades de ação, etc. que guardassem o interesse da sociedade e não e apenas da concesionária. No caso de serviço público, não basta dizer que está trabalhando corretamente, a população tem o direito de saber e interferir mais, na prestação deste serviço que é publico. O mesmo já defendemos aqui para a concessão da BR-101. É evidente, que em se tratando de investidor privado, o lucro é conseqüência do risco do negócio. Não temos problemas com isso na sociedade capitalista em que vivemos. Porém, perguntamos: seria este o caso? Que riscos além das inadimplências sempre passíveis de negociações com parcelamentos, não difíceis de serem feitos com a atual estabilidade econômica. Os investimentos feitos na empresa já são amortizados nestas contabilidades, antes da apuração dos resultados destes lucros líquidos, e é bom lembrar, que foram em grande parte bancados com recursos do BNDES. O blog imagina que o órgão concedente, a Prefeitura de Campos considera que estes lucros são compatíveis com aquilo que a nossa comunidade espera deste trabalho de saneamento. Ainda assim, mesmo discordando de tal interpretação, mesmo reconhecendo alguns avanços, o blog indaga ainda se não caberia à sociedade se manifestar diretamente através de um Conselho de Usuários. Por que a PMCG não faz tal encaminhamento? PS.: Atualizado às 13:52: Resultado dos exercícios de 2006-2007 e 2008. Elaboração Dieese: *PS.: Atualização feita às 10:28 de 28-07-09: O blog corrige o equívoco de digitação na primeira linha da nota. O lucro em 2008 foi de R$ 5,4 milhões e não R$ 54 milhões, que não compromete toda a nota e confirma o equívoco apenas de digitação, pois o título fala em R$ 10 milhões na soma de 2007 e 2008, portanto a soma de R$ 5,4 milhões de lcro em 2008 com R$ 4,5 milhões em 2007. PS.: Para ver a imagem em tamanho maior clique sobre ela.