sábado, setembro 17, 2016

As concessões do governo Temerário: um golpe sobre o cidadão!

Dando uma rápida observada no programa de concessões públicas do governo Temerário se vê o tamanho do estrago que estão fazendo.

Há que diga que era o mesmo que a Dilma estava empreendendo. Não é verdade. Ou que são apenas PPPs (Parcerias Público Privadas) para agilizar o setor de logística. Também mentira.

Antes dentro do PIL (Programa de Investimentos em Logística) a demora se dava por conta de um cabo de guerra com os interessados.

Os “mercados” queriam margens absurdas de lucro ou retorno, em negócios que têm significativas demandas já contabilizadas, e em muitos casos são monopólios.

Agora quem está fazendo as regras para o “Moreirão” anunciar é o próprio mercado e os operadores que vencerão os editais de “licitação”.

Assim, já ampliaram as margens de “retorno” (pra quem?). Já mexeram no principal critério dos editais. Antes levava a concessão quem oferecia as menores tarifas aos usuários. Agora vão já partir de altas tarifas, critérios de correção generosos e “negociáveis” (novamente ao estilo Moreirão e Padilha).

Mais, já garantiram que o BNDES vai financiar tudo – ou quase (70%) a juros baixinhos para os “amigos do rei” (ou do golpe). 

Em pouco tempo isto significará tarifas e pedágios caríssimos, ao estilo do PSDB em SP.

Para dar um exemplo. No mês passado, eu publiquei aqui no blog um artigo extenso sobre o caso da concessão da BR-101 no ERJ. FHC tentou fazer neste esquema de concessão.

Aliás, não por coincidência o ministro dos Transportes à época, já era o Eliseu Padilha (de boa rima). Na Justiça Federal uma mobilização da sociedade conseguiu impedir a concessão do FHC.

Pois bem, se a BR-101 tivesse sido concedida em 2001, no governo FHC, o pedágio hoje seria de R$ 11,77 e a duplicação que seria de apenas 55 km e não na íntegra não teria ainda se iniciado. Só para comparar, hoje o pedágio é cerca de 2,5 vezes menor: hoje está em R$ 4,50.

É esse o cenário no caso das concessões em logística. No caso dos portos e aeroportos a situação não é diferente. Assim, na prática o BNDES vai “dar” o dinheiro que voltará ao próprio governo que fará festa, chamará a mídia-parceira da trapaça, para dizer que recebeu bilhões (seu mesmo, do BNDES) com a outorga da concessão. E as tarifas ficarão serão postas em nossa conta.

Adiante estas altas tarifas vão jogar pra cima a inflação. Aí eles vão querer reduzir ainda mais os salários e vão conceder mais subsídios, para estas próprias empresas concessionárias reduzirem as tarifas, que agora eles avalizam nos editais.

Certames elaborados nos escritórios de consultorias (e advocacia) do mercado, permitindo assim que deste “jeitinho”, dourado com o velho discurso da eficiência retornar aos “amigos do rei”, ou do “golpe”.

Adiante, o apoio recíproco se transformará em “financiamento” de campanha e outros esquemas que o Temer sabe como faz há tempo, desde que não se desgrudava – junto com Cunha – dos esquemas do Porto de Santos.

Quer moleza maior? Sem um único centavo você ganha uma concessão e começa a faturar encima do povo. Assim, o caso é muito pior que a simples concessão ou privatização.

Enquanto isso, você fica ouvindo Sardemberg, Leitão e cia. ltda, dourando a pílula deste escândalo, como se fosse a oitava maravilha da modernidade.

Me desculpe, mas sabendo disto (de forma aqui resumida), ou você é desinformado, ou mal intencionado.

3 comentários:

douglas da mata disse...

Como uma provocação:

Caro amigo, tenho sentido sua ausência nas análises sobre o certame eleitoral campista...

Roberto Moraes disse...

É uma boa provocação.

Tenho mantido - não sei por quanto tempo - o espaço do blog mais voltados para as questões mais macro e nacionais, talvez mais motivado pelas relações que passei a estabelecer nestas em outras esferas de debates.É fato também que o debate local tem sido pouco estimulante, mais uma vez.

Sei que não gosta e não usa, mas tenho feito alguns comentários gerais e explicitei manifestação de apoio a uma candidatura a vereador também lá naquele espaço.

Tenho estado muito concentrado em concluir, entre o final deste ano/início do próximo, o trabalho a que me dediquei nestes quase 5 anos. Gosto do processo, mas o produto não tem o mesmo prazer, por conta das exigências, regras, etc.


Abs.

Roberto Moraes disse...

Acabei não falando que me referia ao espaço virtual do Facebook.