Este blogueiro como faz com frequência, desde 2005, esteve na última sexta-feira, na região do Açu. Mais uma vez, as observações sobre as mudanças, sobre o ritmo das obras, sobre os impactos no entorno das obras, sobre a geração de empregos, etc.
Há muitas observações a serem relatadas, mas, o blog vai fazer isto aos poucos. Primeiro, o blog vai tratar ainda do tema da água naquela região.
Sobre os riscos da salinização já havíamos comentado aqui, em nota do dia 12 de setembro e avançamos hoje, aqui, com comentários sobre os resultados das coletas de água feita por pesquisadores da Uenf.
Na última sexta-feira, pela primeira vez, pudemos ver (fotos acima e ao lado) a colocação das tubulações para a adutora que levará água ao porto do Açu. No caminho, logo depois do acesso de Cajueiro ao porto, o ramal principal, se divide em dois, que leva água ao DISJB e ao estaleiro da OSX.
Pois bem, o blogueiro de posse desta informação foi aos seus arquivos e lembrou da nota publicada aqui em 27 de julho de 2011, informando sobre a captação e distribuição de água prevista para o Complexo do Açu. A quantidade de água que está prevista para o Clipa é equivalente ao de um consumo para 2,8 milhões de pessoas.
No dia 21 de dezembro o blog postou outra nota aqui mostrando detalhes da captação da água no Rio Paraíba do Sul, a uma vazão de 10 m³ por segundo e posterior distribuição prevista para o Clipa no Açu. 50 quilômetros de linhas de distribuição (cujas instalações podem ser vistas nas fotos acima) com previsão de estações de bombeamento para o fornecimento de água bruta para fins industriais e água tratada para usos mais nobres.
Agora, observem a contradição: enquanto o Complexo Logístico-Industrial do Porto do Açu (CliPa) recebe água do Rio Paraíba do Sul, numa linha de mais 50 quilômetros, a população de toda aquela região do Açu, sofre com a água retirada de poço, atingida pela salinidade gerada pelo aterro hidráulico e pela construção do terminal TX-2 que passou a permitir a entrada de água do mar no continente, seccionando a Lagoa (Canal) do Veiga, na localidade que empresta nome ao empreendimento.
O desenvolvimento da região é desejada, mas, apenas o crescimento econômico, com geração de problemas ambientais e sociais, sem nenhuma regulação, isto não pode ser tolerado.
É evidente que os Estudos e Relatórios de Impactos Ambientais (EIAs/Rimas) usados para o licenciamento ambiental falavam de mitigações, compensações e outras ações que impedissem que o entorno do empreendimento pudesse ser tão sacrificado.
Hoje, se vê que aquelas belas imagens e gráficos mais uma vez, parecem miragens, em meio ao deserto de areia, que levantando a área de empreendimento, em quase 5 metros (na extensão dos falados 90 km²), com areia do fundo do mar, dragada para a construção do canal de atracação dos dois terminais do Porto do Açu, com consequências graves e ainda a serem mensuradas para aquelas comunidades.
O que ainda poderá ser feito? Quem poderá se manifestar sobre o assunto? É bom que a população possa conhecer e se manifestar sobre o assunto. O blog, como sempre faz, abre espaço para que os empreendedores, gestores públicos e os órgãos que tem responsabilidade sobre a fiscalização e a regulação da implantação deste empreendimento possam se manifestar.
PS.: Atualizado às 17:10: A postagem original que ainda estava sendo rascunhada foi involuntariamente publicada, mas, agora está sendo complementada com links, imagens e novas informações.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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20 comentários:
Bem, diante de tudo apresentado, está claro que há pouca ou nenhuma regulação por parte do estado nesse empreendimento. Vão aparecer pessoas que dirão que para se fazer um omelete tem que se quebrar os ovos, eu diria: Como fazer omelete se estão tirando a alimentação da galinha e já puseram a mesma na canja???
Tudo tem um limite e dimensão, acredito que caberia ao MPE e ao MPF, assim como o IBAMA, além é claro do INEA ter um posicionamento e acompanhar todos os impactos desse empreendimento e cobrar dos empreendedores, não se pode admitir tanta omissão dos poderes públicos! Parabéns Roberto por trazer a tona esses problemas!!!
Dúvidas, aliás, neste universo do mundo X tudo parece meio turvo:
A concessionária não seria a CEDAE, que é quem detém esta outorga em SJB?
Bom, e se for do consórcio Águas ou da CEDAE, fica a pergunta: a agência nacional de águas deu parecer.
O consórcio intermunicipal dos municípios do paraíba do sul foram ouvidos.
há estudo de impacto ambiental para a empreitada de captação?
houve licenciamento específico para este item ou ele entra no "guarda-chuva" do Carlos Minc/INEA?
em se tratando de rio que corta estados não requer licença ambiental de órgão federal?
dúvidas, dúvidas e mais dúvidas...
As pessoas da região ,além de terem suas águas salinizadas ,sofrem com a ação do pó fino e brilhante soprando em sua direção( do litoral para o interior). As casas estão constantemente sujas ,e o Posto de Saúde de Mato Escuro já detectou um alarmante aumento de doenças respiratórias ,principalmente entre idosos e crianças.Viva o Progresso Chinês!
Coca cola na India... Depois dizem que não somos mais a Belíndia.
http://www.indiaresource.org/campaigns/coke/2009/cokedestroivilarejos.html
Não estaria tal "fenômeno" indicando que o mar está avançando a nível subterrâneo via lençol freático ?
Possivelmente isso não indicaria uma grande mudança, uma possível mudança na foz do Paraíba do Sul, mudança esta que talvez esteja ocorrendo a uma velocidade muito lenta, porém, que indicaria uma relativa preocupação ?
Caso seja real esta constatação, quais seriam os impactos ambientais sociais e econômicos à região ?
Como disse o Douglas em seu blog, quando há guerra, a primeiro coisa sacrificada é a verdade.
Nesta guerra de informações sinto falta de estudos verdadeiramente sérios. Principalmente por parte do ClipA.
Ditos assim, do ponto de vista do observador, parece um descalabro. Mas até onde vai a culpa pela salinização? A seca prolongada não influencia? A salinidade não é histórica na região? Está m que medida? Ela não tem vindo pelo rio até Barcelos em tempos de seca? E as perguntas do Douglas?
Sobram perguntas e faltam respostas.
O empreendedor erra ao não mitigar de imediato o problema do quinto distrito. Que seja distribuir carros pipas.
Uma coisa é certa e triste: quem morou lá e foi feliz terá que se conformar com o fato de a região já não é mais a mesma.
Desculpe professor Roberto, mas eu não lí a postagem "A salinização das águas e das terras no Açu".
A mesma responde as minhas indagações feitas aqui.
Obrigado.
Professor Roberto, um dia desses estive conversando com um funcionário do grupo no ônibus e o mesmo disse a seguinte frase : Olha o pessoal dessa região hoje estão pedindo um valor muito absurdo nos imóveis ,mas chegará um momento que irão implorar para saírem de lá. Será que todos esses acontecimentos e a conivência dos órgãos públicos não seria uma forma de depreciar os valores e tornar as coisas ainda mais fácil para o grupo? Já fizeram diversas pesquisas no Açu perguntando se as pessoas desejariam sair de lá.
Professor Roberto, um dia desses estive conversando com um funcionário do grupo no ônibus e o mesmo disse a seguinte frase : Olha o pessoal dessa região hoje estão pedindo um valor muito absurdo nos imóveis ,mas chegará um momento que irão implorar para saírem de lá. Será que todos esses acontecimentos e a conivência dos órgãos públicos não seria uma forma de depreciar os valores e tornar as coisas ainda mais fácil para o grupo? Já fizeram diversas pesquisas no Açu perguntando se as pessoas desejariam sair de lá.
Caro Isaac,
Até onde sei, este fenômeno existe, mas, em velocidade infinitamente menor do que os últimos acontecimentos.
A professora Marina Suzuki da Uenf, especialista em Liminologia, monitora há anos, as águas das lagoas e córregos da região e, até onde sei, só recentemente estes dados da salinização passaram a ser significativos.
No caso da Lagoa de Iquipari, a água mais próxima ao mar, está menos salgada do que a parte mais interna, mais dentro do continente.
Este dado aliado a outros identifica ações recentes como as causas maiores do problema.
Sds
parabéns roberto por trazer à tona esse assunto tão sério, que não vemos nos jornais de Campos. Alguns até têm a cara de pau de mostrar o porto como se fosse a 8ª maravilha do mundo. o que mais me assusta é saber que o dono do porto ainda quer mais terras. outro dia estava na sessão na câmara de sjb e o presidente falou que o executivo já tem em mãos uma mudança no plano diretor, que deixará só 3% pra agricultura. Quero acreditar que ele se atrapalhou, que em vez de 3 é 30, pq se for 3% mesmo.. meu Deus! o pior é q hoje a câmara tem a maioria dos vereadores do lado da prefeitura e isso pode virar realidade mesmo, infelizmente.
Roberto, eu tô achando que os orgãos ambientais estão todos comprados mesmo porque não é possível que tanta coisa absurda esteja acontecendo. Só Deus
Professor, respeito seu ponto de vista, mas muitas bobagens andam sendo ditas em defesa de uma área que ja era bastante degradada.
Primeiro: as fotos não mostram dutos de água sendo instalados, e sim os dutos que levam a areia que está sendo dragada em terra para a abertura do canal de acesso as áreas de deposito/aterro hidraulico.
No mais, a empresa é obrigada via licenciamento a monitorar constantemente as lagoas, monitoramento este, com todo respeito aos professores da Uenf, feito por empresas idoneas e com muito mais background que estes. E em nenhum momento foi encontrado essa "grande mudança na salinização das lagoas";
Mas, vamos supor que ocorreu. A atitude de culpar tal salinização das águas devido ao uso da areia do mar cai por terra, no momento que todas as áreas mostradas nas fotos utilizam areia que se encontrava onshore. Ou seja, para entendimento de um leigo, pegaram a areia de um local e colocaram em outro.
Acho válido o levantamento de algumas questões, mas também acho que existe hoje muita má vontade dos pesquisadores locais em relação ao complexo. Principalmente de alguns pesquisadores sociais da uenf, que criticam tanto o complexo mas são incapazes de darem soluções pras proprias desigualdades sociais existentes no entorno da Uenf.
Ao comentário das 7:16 PM
O engraçado é ver a empresa com alguns funcionários "bem" informados.
1 - Seria interessante a empresa publicar essas análises mensalmente, se caso constatarem o que os pesquisadores da UENF constataram, qual será a atitude da empresa?
2 - Não só o uso da areia, que vem misturada em uma porcentagem bem grande de água salgada que está no canal do estaleiro, uma vez que esse encontra-se ligado permanentemente no mar, assim como a infiltração dessa água contaminando todos os lençóis freáticos ao redor.
3 - As imagens são reveladoras e tenho informações que têm gravações de água correndo direto ao Canal do Quitiguta por meio de uma passagem natural das águas que estava sendo contaminado pela água salgada do aterro.
4 - Se a água deveria voltar para o mar e/ou canal, esses canais não deveriam está impermeabilizados, uma vez que a área é de areia que facilmente absorve a água em sua superfície, principalmente em época e seca.
Tem coisas que não da para entender, mas outras temos alguns palpites, mas isso não vem ao caso, o que há é uma alteração de alto impacto ambiental e irreversível que não está sendo feito com os devidos cuidados. A empresa até agora não soltou uma nota si quer a respeito dessas denúncias, assim como os órgãos ambientais que deveriam ter tomado alguma atitude, todos se calam diante das provas, quando se "inocentes" fossem caberia mostrar as contra-provas. Vamos aguardar, mas as "OTORIDADES" NEM SEMPRE COMPETENTES, DEVEM SE POSICIONAR!
Sobre o comentário das 07:16:
Antes de repetir o comentário-resposta que este blogueiro fez em nota semelhante abaixo, vamos a dois pontos sobre este comentário:
1) "Professor, respeito seu ponto de vista, mas muitas bobagens andam sendo ditas em defesa de uma área que já era bastante degradada":
Blog: Ora, isto quer dizer que já que era no seu conceito degradada, embora, sem projetos como este, agora vale tudo? Ou, nada se pode questionar? Os produtores ruaria reclamam que antes não podiam cortar um galho de árvore a agora elas estão sendo cortadas, sob o argumento de que estes manejos foram autorizados. Como saber? A forma de se referir a quem tem opinião diferente mostra a truculência que não pressupõe respeito e tolerância, mesmo, que a equívocos e eventuais erros de análise, frutos da falta de informação.
2) "empresa é obrigada via licenciamento a monitorar constantemente as lagoas, monitoramento este, com todo respeito aos professores da Uenf, feito por empresas idôneas e com muito mais background que estes. E em nenhum momento foi encontrado essa "grande mudança na salinização das lagoas"
Blog: De novo a truculência, a prepotência. Idôneas por que? Por que acreditar na análise de uma empresa contratada e paga com o dinheiro do contratante e não de laboratórios independentes, ou de quem tem a função outorgada pelo estado de fiscalizar? Este blogueiro não precisa defender os técnicos e pesquisadores da Uenf, mas, respeita o seu longo trabalho de pesquisa e de análise das lagoas da região. Não há porque desacreditar de um em detrimento de outro. No mínimo. Sobre os problemas das areias do TX-2 e TX-1 o blog já falou no outro comentário e vai replicar abaixo.
3) "Acho válido o levantamento de algumas questões, mas também acho que existe hoje muita má vontade dos pesquisadores locais em relação ao complexo. Principalmente de alguns pesquisadores sociais da uenf, que criticam tanto o complexo mas são incapazes de darem soluções pras proprias desigualdades sociais existentes no entorno da Uenf."
Blog: Mais uma vez, o blog não precisa defender a Uenf e seus pesquisadores. Eles certamente farão isto. Além disto, insisto, que a prepotência, a intolerância e a truculência tem que ser deixada de lado, se a pretensão for algum tipo de conversa, que é o que o blog propõe e desenvolve há oito anos. Se a sua intervenção tivesse o mínimo de preocupação de diálogo e de respeito, por exemplo, se lembraria que a UENF, a UFF, ou o IFF, não são instituições únicas, como donos e com posições únicas, seja, nos aspectos técnicos, seja nos sociais e mesmo nos políticos. O embate de ideias, de opiniões faz parte do debate acadêmico e da construção e aprofundamento do conhecimento, diverso da autoridade absoluta dos donos dos negócios privados. Sendo assim, há diferentes opiniões nestas instituições sobre diversos temas que envolve o projeto, os licenciamentos, a implantação e relação entre os poderes e a comunidade por parte dos empreendedores. Os que se propõem implantar o Fórum de GIT, em nome dos empreendedores sabem disto.
Todas estas questões e a forma truculenta e intolerante, me faz, compreender ainda mais, a forma com que produtores foram tratados pelo grupo.
Imaginem, se publicamente, neste espaço e com pessoas com um pouco maior capacidade de expor opiniões e querer debater agem , assim imagine com os pequenos, pressionados e isolados agricultores?
Sinceramente, o blog espera que estas duas intervenções aqui no blog tenha sido apenas um desabafo de um preposto. Aceitaria este argumento para que tivéssemos uma conversa mais proveitosa e acesso a informações. Rejeitarei sim, o argumento que não se trata de preposto, porque o registro do comentário está registrado.
Abaixo em outro comentário, por conta do espaço, o blog reproduzirá a resposta que deu em comentário semelhante, mas diverso deste das 07:16 respondido acima. Um feito às 20:14 e outro às 20:17.
Continua...
... continua...
Sobre o comentário das 07:23 do comentário em outra nota:
Bom que a empresa pudesse se manifestar nominalmente e não desta forma.
São legítimas as defesas e necessárias as explicações por parte do empreendedor e seus prepostos, quaisquer que sejam eles.
Há aterro hidráulico sendo feito com areia da região do TX-2 e há outro sendo feito, segundo informações, com areia do canal de atracação para o TX-1 e TX-2.
A diferença na coloração e na granulometria de areia dá para perceber a diferença.
Os primeiros aterros hidráulicos, quando não existia, ainda, a construção do canal que corta o Veiga era deste tipo.
Quanto ao questionamento sobre s informações sobre a macrodrenagem, creio, que chegamos ao ponto essencial, da questão.
Mesmo que os requisitos técnicos tenham sido cumpridos para o(s) licenciamento(s), nem todas as informações são disponibilizadas e acessíveis aos leigos e mesmo, aos técnicos e pesquisadores.
O caso da macrodrenagem é uma delas.
Se há a informação e ela está disponível porque não repassar, porque não disponibilizar, se não há nada para ser escondido, nas páginas das empresas, como fazem com as propagandas e os releases destas sobre os empreendimentos?
É natural que os questionamentos sejam expostos para que as explicações fossem, oficialmente, divulgadas.
Não é isso o que se tem.
Este professor e blogueiro serve de exemplo da falta e das dificuldades de acesso às informações.
Por diversas vezes fui contactado por pessoas da comunicação da holding (EBX)conversando sobre questões aqui levantadas.
Na oportunidade solicitei diversas informações e, elas são desprezadas.
É fato que não há um diálogo construtivo.
Aparentemente, percebe-se que há tentativas de cooptação e submissão, mas, não de diálogo construtivo.
Os moradores, para além dos proprietários que têm litígios e contenciosos, referentes às desapropriações e outros, têm cada dia mais reclamações.
Elas precisam ser ouvidas.
A relação com a população não deveria ser comprando espaços de propaganda na mídia corporativa, divulgando e fazendo marketing empresarial e sim, construindo canais de comunicação que permita a conversa bilateral.
Assim, os resultados poderiam ser menos desastrados.
Esta conversa aqui pelos comentários, com o blogueiro identificado e com o interesse de levantar, debater assuntos que considera relevantes para a comunidade e de outro lado, prepostos e/ou defensores do empreendimento se escondendo e desfazendo destes questionamentos, da forma como faz, não parece ir na direção que se apregoa.
O blog e o blogueiro, como sempre continuam abertos ao diálogo, mas, desde que haja espaço para uma interlocução que pressupõe, falar, mas ouvir, prestar informações, aceitar questionamentos e compreender que há a comunidade, dos mais humildes, aos mais escolarizados exigem respeito.
Nesta linha avanço na provocação: apresentem publicamente todos os documentos dos projetos de macrodrenagem e da proposta de reformulação do Plano Diretor do município.
E a seca gente? A seca não saliniza a terra em um local como esse?
Não irei entrar no mérito técnico da questão, uma vez que os dados apresentados pelos pesquisadores até o presente momento não foram questionados oficialmente pela empresa, acredito que eles já deveriam saber desses dados antes mesmo da divulgação, uma vez que monitoram e deveriam apresentar os dados próprios publicamente, tomando medidas preventivas e curativas depois de constatados os problemas.
A questão que quero colocar é a forma amadora pela qual as empresas do Grupo X vêm tratando não só este assunto, mas várias outras questões já levantadas, a empresa, em muitos casos quando indagadas de forma mais profunda a respeito de algumas questões simplesmente não responde, pegando e-mail e telefone para posterior resposta, coisa que não ocorre, eu mesmo e outros que conheço até hoje não tivemos nossas respostas posteriormente conforme combinado em reuniões/audiências.
São públicos e notórios que aceitam alguns questionamentos, em muitas vezes desdenhando das perguntas e quase sempre não respondendo, o fato de um ou outro funcionário participar de alguns fóruns (Blogs, portais e afins) colocando seu posicionamento contrário ao que foi dito, mas sem provas científicas e oficiais, em nada ajuda a empresa, pelo contrário, só mostra mais uma vez o despreparo de quem deveria ser responsável por apresenta as respostas certas. Essas questões não me surpreendem, afinal acompanho de perto praticamente todas as audiências e o diálogo com a sociedade é ineficaz e praticamente inexistente, quando existe é para tirar fotos e colher depoimentos que são manipulados conforme o gosto do empreendedor.
Por fim, participei da única tentativa de diálogo mais concreta que a empresa teve com a sociedade, quanto contratou uma empresa especializada (Territória) para iniciar uma conversa, porém não levou a diante, mesmo constatando a necessidade, será que parte da sociedade terá que levar alguns questionamentos judicialmente, como vem ocorrendo em alguns casos, para só ai a empresa responder? Acredito que já passou hora dos executivos/diretores ampliarem esse canal e se colocarem publicamente quando questionados, se não devem, o que temem? E se tem problemas as respostas precisam vim.
E quero aqui agradecer de público a alguns Blogs que vêm colocando alguns questionamentos pertinentes aos problemas reais de nossa região, não fazem isso por que são contra essa imagem de “desenvolvimento” vendida pela maioria, os fazem por entenderem que algo está errado e que precisa ser sanado enquanto é tempo, sendo assim, um obrigado especial ao Roberto Moraes por sua dedicação em apresentar temas relevantes e que deveriam ser tratados com mais respeito pelos empreendedores que aqui estão se instalando!
Att,
Denis F. Toledo
Do Rima do DISJB, página 18:
"Dado o grande volume de material requerido para constituição dos aterros necessários à implantação das infraestruturas do DISJB, aproximadamente 44 milhões de
metros cúbicos, a avaliação das alternativas tecnológicas
para a sua construção levou em consideração a obtenção de
volume de tal magnitude em áreas terrestres e marítimas.
Assim sendo, para o projeto do Distrito Industrial de São
João da Barra, a utilização do material escavado do canal da
Unidade de Construção Naval –UCN, cujo licenciamento encontra-se em curso, foi a alternativa considerada prioritária para obtenção de material para o aterro, tendo em vista que a construção desse canal implicará na escavação
de um volume de 65,2 milhões de metros cúbicos. Desta forma será evitada a importação de materiais de outras localidades, o que geraria novos impactos sociais e
ambientais, como interferências com o tráfego, riscos de acidentes ou pressões adicionais sobre jazidas. Ressalta-se que, se necessário, o aterro do Distrito poderá ser
complementado com material escavado do canal Campos-Açu e/ou material arenoso proveniente de dragagem marítima."
Roberto, louvo sua disposição e paciência, mas eu sempre digo:
Não se senta à mesa com canibais para discutir o menu.
Logo, a sociedade organizada, blogs, etc, não podiam sequer imaginar que este conglomerado tivesse disposição de debater alguma alternativa de minorar ou frear os impactos que geram com seus empreendimentos.
Se o fizeram, acreditaram no coelhinho da páscoa, me perdoe.
O chamado para os "debates" nada mais eram que um verniz de sociabilidade com os bugres locais.
Não fazem a mínima questão de considerar o que é dito ali.
Não fazem porque nunca fizeram(vide os problemas que a empresa enfrenta neste sentido em outros locais).
Não fazem porque não querem fazer.
Não fazem porque receberam dos governantes, que presentam o Estado(lato sensu)uma carta branca, um cheque assinado, enfim, uma permissão para fazerem o que querem.
Desde o inicio, eu falei, e falei que nada adiantava, porque em sua gênese, trata-se de uma percepção ideológica do capitalismo e de desenvolvimento.
O próximo passo deles é penetrar nas redes e começar a desqualificar os críticos e pesquisadores, como já começaram aqui.
Neste caso, só a força da lei e dos órgãos judiciais, se tiverem coragem para tanto, é claro.
Caro Douglas,
Disposição e paciência talvez sejam as poucas virtudes que tenha, ainda assim, como limites.
Sociedade organizada, blogs e outros instrumentos de articulação de ideias, debates, opiniões e propostas são cada vez mais complexos, mas, ainda assim, com os riscos de se transformar em alimentos, formas de buscar transformações.
A ausência do Estado através dos nossos representantes nos governos contribuem para que as políticas sejam menos púbicas e coletivas.
Ainda assim seguimos em frente!
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