terça-feira, junho 26, 2012

Diretor do HEAA fala sobre a questão da pediatria

O blog recebeu do Dr. Jair Araújo, um relato sobre a posição do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA) a respeito da situação do atendimento hospitalar pediátrico em Campos, e no hospital vinculado à Fundação Benedito Pereira Nunes que também mantém a Faculdade de Medicina de Campos.

Desta forma, o blog realça o importante papel de contribuir para um produtivo e qualificado debate sobre políticas públicas, independente das opiniões e posições de técnicos, gestores e/ou instituições:

"Caro Prof. Roberto
Agradeço a oportunidade em tentar minimamente restabelecer a forma adquada como foi deflagrado, construído e desenvolvido, o processo de reestruturação das internações do Serviço/Disciplina de Pediatria do HEAA/FMC e nova destinação do espaço para internações no Serviço/Disicplina de Clínica Médica de adultos do HEAA.


Fui responsável,nos anos 90, juntamente com o falecido Prof. Renato Moretto, pelo convencimento do então Diretor do HEAA, da importância em se criar um Serviço de Pediatria, com internações no HEAA. Naquela época existiam internações no HPC, Beneficência e Santa Casa, porém existia uma demanda por mais internações e por formação especializada (Residência). Assim foi feito e foram criadas duas residências em Pediatria - HEAA e HPC -,o que somou ao atendimento ja existente, mais espaço para o ensino.



Ocorre que a Pediatria foi a especialidade médica que mais investiu em promover cuidados preventivos e de atenção básica à saúde da criança que teriam como consequencia uma menor necessidade de internação. São exemplos a vacinação, a terapia de rehidratação oral e o aleitamento materno, entre outras. Assim, progressivamente foi se internado menos crianças e conseguida maior resolutividade no trataemnto das não internadas, sendo as internações reservadas para os casos mais graves.


Diante desse quadro foram sendo desativadas progressivamente as internações no HPC (mantida e ampliada a neonatalogia) e na Beneficência Portuguesa e sendo ativadas, pelo seu perfil de Hospital de urgência, as internações no H. Ferreira Machado. Mantiveram as internções a Santa Casa e o HEAA, sendo que a ocupação dos seus leitos vem decaindo progressivamente, sendo que nos dois últimos anos o HEAA contou com uma ocupação média menor que 50% do 24 leitos disponíveis para a Pediatria. Situação semelhante ocorre na Santa Casa.


É sabido que em leitos pediátricos vazios não podemos internar adultos e a superlotação do Hospital Ferreira Machado e do HGG, com pacientes clínicos adultos, que necessitam continuar coms seu tratamento na rede contratualizada é evidente, chamando a atenção não somente da imprensa com do MPE-RJ e do Conselho Muncipal de Saúde, que chamou a si a discussão sobre a necessidade em manter o bom atendimento pediátrico proporcionado pelo Serviço Escola e a necessidade do Sistema em internar os adultos e idosos, que padessem de moléstias clínicas.


Foi realizada uma ampla discussão, acompanhada de levantamento das possibilidades que redundou em um pacto entre a Secretaria Municipal de Saúde, a FMC, o HEAA e o HPC, promovido e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, com as seguintes definições:


a) O HPC reabrirá os seus leitos para internação em Pediatria, em número suficiente para a demanda, através do seu Serviço de Pediatria que é de excelência na área pré-natal, assumindo progressivamente a principal e plena referência em Pediatria da Cidade.


b) O HEAA disponibilizará o espaço, até então ocupado pela Pediatria, para ampliar as internações de Clínica Médica, minimizando a extrema carência por vagas, que a cada momento aflige a central municipal de regulação e a todos.


c) A FMC verá garantida a qualidade do seu ensino graduado, retornado ao HPC, onde foram formados, desde os anos 70, a maior parte do Pediatras em atividade na nossa Cidade.


d) A Secretaria Muncipal de Saúde/Superintendência de Controle e Avaliação proverão a regulação das internações, cuidando para que não faltem para as crianças e sejam ampliadas para os adultos, além de estabelecer os aditivos contratuais necessários à nova situação, do HPC, propiciando inclusive a ampliação do banco de leite e outras providências, ampliando progressivamente o perfil de Hospital amigo da Criança.


Tudo foi discutido, decidido e realizado de forma coletiva e responsável, nos fóruns adequados, vizando a segurança dos pacientes - crianças e adultos - nosso maior objetivo. As dificuldades, que certamente surgem, nas mudanças, serão sanadas e espero que haja uma busca por informação adequada, por aqueles que desejarem melhor se inteirar sobre o assunto.


Nesse sentido, estou ao dispor no HEAA e acredito que também estarão, todos os demais responsáveis por esse processo. Solicito não atribuir a esse texto, o papel de resposta ao "ANÔNIMO", que elencou uma série de afirmativas e acusações inverídicas. Não irei debater nesse nível embora até considere a insegurança que a própria incosistência das suas afirmativas possam provocar no "ANÔNIMO".


Esperando ter contribuido com os esclarecimentos necessários aos que me distiguirem com sua leitura.
Atenciosamente
Jair Araujo Junior-Diretor do HEAA."



PS.: Atualizado às 08:15.

4 comentários:

Anônimo disse...

Isso tudo vai refletir no aumento de vagas de internações,ou seja vai diminuir ou acabar com pacientes internandos no HFM e HGG.Agora a pergunta que não quer calar,em 3 meses o Dr. Geraldo Venância já vem mostrando a que veio,aumentando as vagas,começando a ter remédios com regularidade, PQ O DR. PAULO HIRANO COM SUA IMCOPETÊNCIA DUROU ESSE TEMPO TODO?Agora a sáude de Campos avança!

Anônimo disse...

"Ocorre que a Pediatria foi a especialidade médica que mais investiu em promover cuidados preventivos e de atenção básica à saúde da criança que teriam como consequencia uma menor necessidade de internação." (sic)
"Assim, progressivamente foi se internado menos crianças e conseguida maior resolutividade no trataemnto das não internadas, sendo as internações reservadas para os casos mais graves." (sic)

Pelo que entendi, não há grande demanda de internação de crianças em Campos.

Está bom então.

Anônimo disse...

Dr. Jair,aplausível a sua explicação para uma mesa de debates com a participação de uma elite privilegiada, porém, gostaria que o senhor explicasse isto, para um pai desesperado ,necessitando de uma internação de urgência.Como se fecha um serviço desta importancia, sem ter terminado o novo? Pelo visto que o senhor nos repassa,mostra que a medicina pediátrica, ou melhor a de qualidade de vida,de alimentação equilibrada, de educação séria, de saneamento básico de primeiro mundo,isto nos mostra o resultado de " leitos vazios", acredito que nossa cidade é a única que atingiu a plenitude de saúde infantil europeia,com um denominador comum:- Está erradicada na cidade de Campos,qualquer manifestação de desordem do equilibrio hérgico infantil,portanto teremos um pequeno espaço de tempo,para que o mesmo atinja a população adulta do municipio,diminuindo tambem os leitos de internação dos hospitais...Ora deixa de conversa para bovino ressonar!

Anônimo disse...

Atentem as entrelinhas, os próximos leitos pediátricos a serem fechados, serão os da Santa Casa. Seria bem interessante realmente ter o HPC como um centro de referência e qualidade no atendimento pediátrico. Mas gostaria MUITO que isso fosse feito de forma realmente planejada. Gostaria muito de ver os estudos tão bem elaborados que demonstram como uma redução de leitos pediátricos será tão salutar para a saúde da região. Em um país em que faltam dados estatísticos, esse estudo é um exemplo a ser seguido. Mas deixando o sarcasmo, infelizmente, hoje, o HPC é um hospital deficiente. Não possui sequer uma ambulância para um transporte adequado de pacientes em estado mais grave. Que possui uma deficiência crônica de profissionais na neonatologia decorrente dos atrasos repetidos dos salários dos profissionais que ai atuam, sem ter sequer seus direitos trabalhistas assegurados através de carteira de trabalho. Não têm férias, décimo terceiro, licensa maternidade ou qualquer outro direito assegurado pela CLT. Quem, se submete a trabalhar em condições assim? Pois é para esse hospital com patologias graves e crônicas que está sendo dirigida a pediatria. Espero que esses problemas sejam resolvidos antes que consequências mais graves estourem.