domingo, março 05, 2017

Contratos de sondas de petróleo no Brasil caem de 92 em 2012, para apenas 15, em 2017

Ao realizar uma pesquisa sobre alguns indicadores desta fase de colapso do ciclo do petróleo no Brasil - que está duplamente impactado, pelo preço do barril no mercado mundial e pelos desdobramentos da Operação Lava Jato -, eu cheguei a um dado que espanta. Mesmo sabendo da redução das atividades, desde o segundo semestre de 2014.

Os dados são do Departamento de Portos e Costas do Ministério da Marinha, atualizado em 23 de fevereiro de 2016 e divulgado na última sexta-feira (03/03/2017). Eles fazem parte das declarações de conformidades que constam do Relatório das Plataformas, Navios Sonda, FPSO e FSO em atuação no Brasil.

As sondas são embarcações que realizam perfurações e preparação de poços de petróleo para a produção que a seguir será feita com interligação de equipamentos desde a cabeça dos poços às plataformas de produção.

Encontram-se no país um total de 200 unidades chamadas genericamente e todas de plataformas. Porém, apenas 161 estão em operação. As outras 39 não estão em atividade. Deste total, apenas 15 são navios-sonda em 23/02/2017.

Em 2012, este número de sondas em atuação no Brasil chegou a 92 e hoje caiu para a sexta-parte disto com a informação do Ministério da Marinha de que apenas 6 navios-sondas estão vistoriados e com a declaração de conformidade válido.

É uma redução muito significativa, apesar de ser praxe no mundo, a redução de investimentos na fase de colapso do ciclo petro-econômico em atividades de exploração/perfuração. A redução dos contratos de sonda se reduziu em todo o mundo, sejam os navios para perfuração offshore, ou no continente.

É bom lembrar que isto faz com que que as reservas sejam reduzidas, o que ajudará a valorizar as reservas e levar a uma nova fase de expansão dos preços, em novo ciclo petro-econômico.

Dos 15 navios-sonda, apenas dois não são fretados pela Petrobras que afreta 13 destas sondas. Uma pela Total e outro pela Oceanpart. O fato reforça a ideia que a procura por novas reservas é quase sempre feita pelas petroleiras estatais que no mundo possuem cerca de 90% das reservas.

Um total de 10 corporações são as donas destes 15 navios-sonda. A Odebrech Drilling possui três fretadas sendo duas para a Petrobras e uma para a francesa Total. A Transocean; Seadril; ODN GMBH e Queiroz Galvão possuem cada um duas sondas fretadas. As outras cinco proprietárias de navios-sonda operando no Brasil são: Caroline Marine; Etesco; Drilling Hydra; Drilling Skopelose Schain Engenharia.

No período de boom da exploração de petróleo no mundo o custo médio de afretamento deste navios-sondas custavam em torno de US$ 500 mil por dia. Na fase de baixa do ciclo do petróleo com a baixa do valor do barril, o custo médio de afretamento caiu pela metade, entre US$ 250 mil/US$ 300 mil.

Se considerarmos o custo médio de US$ 250 mil de aluguel das sondas, só a Petrobras deve estar pagando diariamente US$ 3,25 milhões por dia, ou US$ 97,5 milhões mensais, equivalentes a R$ 302 milhões mensais, só com o aluguel das sondas, sem considerar as plataformas e as centenas de embarcações de apoio.

São valores extraordinários e ajudam a comprovar que o setor petróleo exige investimentos muito alto em diferentes pontos da cadeia, desde a exploração/produção, a circulação, o refino e a distribuição para consumo.

PS.: Atualizado às 23:44 e 23:54: para acrescentar o penúltimo parágrafo e corrigir a concordância verbal do título da postagem.

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