domingo, setembro 12, 2004

Ato falho?

Recebi e-mail de um leitor do blog, que pediu para não ser citado, encaminhando um trecho da entrevista do candidato Makoul ao programa Folha no Ar da Rádio Continental, publicada no dia 1 de setembro de 2004 na Folha da Manhã. O trecho destacado se dá a partir de uma pergunta do Kapi: "Kapi – Artes plásticas, Bienal do Livro e coisas desse tipo. Então está uma colocação aqui no jornal que eu li... está no jornal "coisas desse tipo". O senhor coloca assim, é importante que o conselho exista para fiscalizar os porralocas. Quer dizer, tá aqui no jornal, nós partimos da entrevista. Makhoul – Mas meu amigo, parece que é petista, pinça uma palavra e vai fazer uma discussão em cima dela. Kapi – E o senhor não é petista? Makhoul – Parece até um petista daqueles utópicos, que buscam uma palavra... Kapi – Eu tô pegando num contexto. “Por isso que os Conselho de Cultura, de saúde, de esportes, em todos os setores, é importante para fiscalizar os porraloucas”. Esse foi o termo que o senhor usou. Makhoul – Sim, e usarei de novo quantas vezes precisar." O leitor do blog pediu que eu interpretasse o que o Makoul quis dizer dos petistas. Eu repasso este pedido a outros leitores deste blog.

4 comentários:

Vitor Menezes disse...

Ai, Roberto, e você acha que tem algum leitor seu com saco para ficar interpretando o que o Makhoul diz? Agora, daí a apoiar Feijó no primeiro turno, sem ter sido possível uma aliança formal, vai uma distância... Para mim, essa conversa de ameaça Pudim é firula, até por que, eleitoralmente, esse apoio ao Feijó não significa nada. No máximo, é uma tentativa de inclinar o partido rumo ao segundo turno, mas acho que os efeitos colaterais são piores que os benefícios. Se pudesse ter participado da conversa sobre esta decisão, acho que diria não (digo acho porque, claro, poderia ter mudado de opinião diante de outros argumentos de vocês). E tem mais, se eu fosse um marciano e tivesse assistido ao debate da Candido, teria que dizer que Pudim teve o melhor desempenho. Feijó é uma lástima! Sua resposta sobre royalties foi de dar dó! Não me venha com essa história de que todos temos que estar contra o demônio Garotinho. Não há santos nessa história.

Roberto Moraes disse...

Vítor,
Acho que tem gente atenta sim. São poucos, melhor, são raros, mas há. Até porque numa hora destas o que não falta é gente para se colocar acima do bem e do mal. Os pontos de vistas diferenciados são sempre bem-vindos, pelo menos da parte de quem preza a democracia como bem maior a ser, não só preservado, mas evidenciado. Quanto aos problemas do PT em Campos acho que você os conhece tanto como eu. A meu ver, esta será apenas mais uma fratura a ser equacionada, ou não, quando houver disposição para tal fora dos períodos eleitorais. Minha opinião sobre o apoio a Feijó já foi exposta tanto no artigo quanto no último post. Quanto aos resultados produzidos por ela, não seria pretencioso em nome dos que tiveram coragem de assumir esta posição neste momento de tormenta, em julgá-la sequer significativa, mas importante para entre outras coisas colocar em debate aberto o que estava velado e restrito a guetos. Subestimar esta posição por considerá-la uma simples negação ao império do bolinha, é querer negar o fato de que em eleições majoritárias a escolha se dá por opcção ou pela negação. Gosto deste debate, julgo-o saudável. Aprendi com o tempo, que certos momentos é preferível a exposição a opções honestamente assumidas à hesitação ou omissão por puro "bom-mocismo" (não sei se existe esta palavra?).
Um grande abraço.

Vitor Menezes disse...

Caro Roberto,
Eleição não é momento de tormenta. É algo que deve ser incorporado ao processo democratico e institucionalmente naturalizado. Nós, na nossa tradição de esquerda, é que consideramos sempre o momento "de fundamental importância" e a nossa presença sempre indispensável. Bobagem. Isso não significa, por oposição, que não seria bom que participássemos, mas que também é assegurado o direito de não participar. Sobre bom-mocismo, não é menos bom-mocismo colocar-se junto aos "homens de bem" contra um demônio idealizado. Continuo achando este movimento pró Feijó, NESTE MOMENTO, açodado e, sobretudo, algo que abre um precedente danoso para o partido.

Roberto Moraes disse...

Olá Vítor e Fátima, depois de 2 dias no Rio de Janeiro estou de volta. Valeu os comentários. A vida partidária assim como a vida de uma maneira geral é complexa. Ontem estava num hotel no Rio de Janeiro num intervalo de um Congresso que participava e assisti a uma interessante mesa-aredonda sobre marketing, pesquisa e eleições na excelente TV SENAC. Um dos participantes que não me lembro o nome encerrou sua participação com uma citação de um autor que também não me lembro:
"A vida é curta, a ciência é longa, a ocasião é fulgás, a experiência é enganadora e a conclusão é difícil".