domingo, março 24, 2019

Os bolsonarianos se consideram e se portam como "ungidos": obscurantismo amplia riscos de mais autoritarismo e fundamentalismo

Há uma explicação para essa briga de todos contra todos dentro do "governo" Bolsonaro e sua "base".

Todos se consideram "ungidos" por méritos próprios.

Não reconhecem o contexto e nem a conjuntura que os levaram ao poder.

Cada um de um jeito, se considera com méritos para estar onde a conjuntura e a superestrutura permitiram.

Não sabem o que é isso e não se interessam por compreender o processo histórico e as intercorrências dos quais se originaram.

Ao se considerarem "ungidos" cada um deseja a sua parte no botim. Quase como um "direito divino".

Isso é relativamente comum na vida individual, mas não costuma terminar bem em processos coletivos e que exigem mediação política, que é quase impossível diante de quem se considera "ungido" e, portanto, merecedor de tratamento diferenciado.

Iludem-se os que imaginam ver no caso um embate entre liberalismo e nacional-desenvolvimentismo.
Não é isso. Há um obscurantismo nesse processo. 

Em termos de povo, nação e civilização tudo isso poderá ainda ser superado após essa intercorrência política. 

Ou intensificado num regime mais autoritário e fundamentalista misturando religião, força militar ideia higienista e ultraliberal.

No meio desse processo ainda veremos mais brigas entre "ungidos". Muitas mais e não mais e apenas no twitter.

De outro lado, só uma ampla coalização reverte esse processo, já em curso, acelerado.

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