quinta-feira, novembro 07, 2013

Fundo canadense OTPP questiona LLX

A matéria abaixo é do Valor Online. Ela deve ser observada com atenção.

O Fundo de Pensão dos professores canadenses da província de Ontário "Ontário Teacher´s Pension Plan" (OTPP) foi um dos primeiros fundo de investimentos a aportar recursos ainda no grupo, na época que o projeto do Açu era tocado de forma embrionária, antes do início das construções do Porto do Açu, pelas empresa de Eike já constituídas, a MPX e depois a MPX. A constituição da LLX e depois a formalização da holding EBX, com o lançamento da empresa de petróleo OGX, trouxe junto o fundo OTPP.

Foi com a divulgação da entrada deste fundo (OTPP) em seus negócios que o empre´sario Eike Batista começou a vender dentro do Brasil a viabilidade do seu projeto.

Assim, a LLX foi constituída, depois o projeto de exportação do minério foi separado como projeto Minas-Rio e vendida por US$ 6 bilhões para a corporação especializada em mineração, a anglo-sulfricana, Anglo-American.

É oportuno ainda recordar para além do que está na reportagem abaixo que quando o governo do estado em 1999 gastou R$ 1 milhão de recursos do estado para realizar os estudos de viabilidade técnico-econômico para a instalação de um "terminal oceânico no Açu", visando dar apoio logístico às atividades de exploração offshore de petróleo, o empresário Eike Batista, ainda estava no Canadá, onde era CEO (presidente) de uma empresa de mineração de ouro, que era controlada por este fundo de pensão canadense OTPP.

Daí originaram as relações que facilitaram o aporte de recursos financeiros deste fundo no projeto do Porto do Açu. O aporte inicial foi seguido de outros dois e um terceiro aporte chegou a ser ventilado antes da entrada do fundo de investidores americano EIG.

Agora, o fundo canadense reclama na Comissão de Valores Mobiliários) CVM da Bovespa a forma como isto foi feito. Todo este processo mostra como o setor financeiro internacional (numa concorrência inter-fundos) se articula em busca de ganhos, não necessariamente, no aporte de capital fixo no território para a produção e implantação de logística de produção e serviços, mas, nas negociações financeiras naquilo que é conhecido como capital fictício ou "riqueza fictícia" diferente da real.

Todas estas questões que envolvem o grupo EBX estão carecendo de uma análise mais ampla e aprofundada diante da realidade econômica brasileira, da questão dos portos e da exploração de petróleo no pós e no pré-sal.

Estou com pouco tempo para fazer isto de forma integrada e não solta em notas como esta, mas, prometo, adiante aprofundar o assunto.

Confiram abaixo a matéria do Valor que suscitou estas explicações:

Fundo canadense questiona a LLX

Por Ana Paula Ragazzi | Do Rio
O conselho do Ontario Teacher's Pension Plan (OTPP) fez consulta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) referente à LLX, empresa de logística do grupo EBX. Conforme o site da autarquia, o processo foi aberto em 30 de outubro e não há detalhes sobre o teor da discussão ou o tema referente à empresa.
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, a consulta está relacionada com a operação envolvendo um aumento de capital privado na LLX, conduzido pela EIG Management Company, anunciado formalmente em 16 de setembro. No dia seguinte, a CVM abriu processo para analisar o aumento de capital, aparentemente dentro de sua rotina. Essa é apenas uma etapa de análise da autarquia, que tanto pode ser arquivada como pode evoluir para processo sancionador.
Procurada, a LLX informou que o conselho do fundo realizou uma consulta para esclarecimento, sem afirmar qual o teor. A empresa disse ainda que prestou o devido esclarecimento e afirma que não antevê nenhuma repercussão no processo [de aumento de capital] em razão desse questionamento.
Como autor da consulta, aparece o OTPP "Board" através do escritório brasileiro Tozzini Freire Advogados. O site do fundo de pensão canadense destaca que seu conselho é " forte e independente" e que defende a responsabilidade e a consciência do risco dos investimentos. O OTPP é investidor da LLX desde o início da empresa em 2007 e hoje possui uma fatia de 17,88% da companhia.
Na operação de aumento de capital que motivou a consulta, a EIG vai injetar até R$ 1,3 bilhão na LLX, por meio de uma subscrição privada. Eike Batista cedeu seu direito de preferência para acompanhar o aumento de capital e terá sua fatia na empresa diluída.
O grupo EIG se comprometeu a comprar todas as ações que poderão ser subscritas também pelos acionistas minoritários, pelo exercício do mesmo direito de preferência. Entre esses minoritários, o OTPP é o mais relevante - se o fundo de pensão canadense não injetar dinheiro novo na LLX, portanto, terá sua fatia na empresa bastante reduzida.
As informações disponíveis sobre o processo aberto na CVM não revelam se ele questiona a operação ou se tem alguma outra dúvida de menor relevância para a concretização desse negócio.
O acordo fechado por EIG e Eike prevê que cada ação será emitida a R$ 1,20 - o fato relevante não relata a partir de qual cálculo se chegou ao valor, acima da cotação de mercado à época da divulgação, mas transformou-se numa espécie de patamar para as cotações desde então. Como resultado dessa operação, Eike deixará o controle da LLX, e sua participação deverá cair de 53% para perto de 21%.
O poder de controle deverá ser exercido pela EIG, mas a fatia vai depender de como será o acompanhamento dos minoritários ao aumento de capital. O valor mínimo a ser subscrito pela EIG é de R$ 695 milhões, se todos os outros acionistas acompanharem o processo; nesse caso, o grupo ficaria com 33% do capital da LLX. Se a EIG tiver de garantir sozinha o aumento de capital, aportando R$ 1,3 bilhão, a sua fatia alcançará 61%. Pelo fato de a mudança de controle se dar via um aumento privado de capital, não cade a discussão sobre tag along (prêmio de controle)
Eike e OTPP aparentemente sempre tiveram bom relacionamento. Em julho do ano passado, por exemplo, lançaram, juntos, uma oferta para o fechamento de capital da LLX. Na época, ofereceram aos minoritários R$ 3,13 por ação, valor que incluía prêmio de 25% sobre uma média das cotações. A operação não foi levada adiante por discordância sobre o preço com os minoritários. Procurados, CVM, Tozzini Freire e OTPP não deram entrevista.

Um comentário:

Jací Borrow disse...

Esse Eike tá achando que o pessoal do Conselho de Ontario é tudo "Otário".

Abre o olho Eike e pede pra sair!

O estrago já foi grande por aqui com a sua presença e lá fora, o estrago é visível também.

Pede pra sair Eike!