quarta-feira, maio 04, 2016

Quinta Frota dos EUA conclui exercício militar no Mar do Oriente Médio: o que isto tem a ver com o Brasil?

Terminou na terça-feira, (26/04) da semana passada, depois de três semanas, o maior exercício naval já realizado no mundo.

A Marinha dos EUA, através do Centro de Comando da Quinta Esquadra (V Frota), com sede em Manama, no Bahrein, realizou diversos exercícios. Entre eles ações de defesa contra minas marítimas, operações de mergulho, operações de veículos subaquáticos não tripulados e operações de desminagem de portos na região do Oriente Médio (O.M.).

Os exercícios teriam contado com a participação de cerca de 30 países, através da International Mine Countermeasures Exercise (IMCMEX) que é organizada e liderada pela Marinha americana.

Mapa localizando o ponto do exercício militar da 5ª Frota dos EUA
Os organizadores informaram, como ocorre em exercícios similares, que uma das principais finalidades da movimentação teria sido o de proteger o comércio marítimo, em especial o de petróleo que circula por aquela região de Ormuz, Bab-el-Mandeb e o Canal de Suez.

Os EUA considera que o Oriente Médio é a região mais vulnerável do Globo, pelo fato de ser responsável por 31,5% da produção mundial de petróleo e de pouco mais de 17% da de gás natural. Além disso, cerca de um terço das exportações mundiais de GNL (Gás Natural Liquefeito) que crescem a cada dia, partem do Catar, também localizado no Golfo Pérsico.

Os organizadores do exercício militar dizem que o petróleo que passa por aquela região tem como seus principais destinos, os mercados da Ásia, Europa e América do Norte, que corresponderia, hoje, a cerca de 20% do comércio diário mundial de petróleo.

Não é preciso relembrar que a IV Frota dos EUA também realizou exercícios em nosso litoral, logo após a confirmação da descoberta das reservas do Pré-sal. Depois realizaram as escutas telefônicas e de mensagens na internet da presidente do Brasil e de autoridades da área de petróleo, fartamente denunciadas pelo Edward Snowden.

Agora vivemos a chamada “GNC” (Guerra Não Convencional) ou "Guerra Híbrida", sem armas, em que as vulnerabilidades do econômicas e políticas são exploradas, conforme os interesses geopolíticos que estão em jogo, mais uma vez tendo as relações internacionais e o petróleo (energia) como elemento indispensável e estratégico.

Com o golpe e a dependência negociada pelo trio Temer-Cunha-Serra, a IV Frota não precisará mais vasculhar o litoral do nosso pré-sal.

PS.: Atualizado às 01:52 de 05/05/2016: Algumas pessoas me indagaram "in-box" a origem da informação divulgada pelo blog sobre os exercícios da V Frota dos EUA no Mar do Oriente Médio. Eu repondo: "Boletim Geocorrente", ISSN: 2446-7014 • Número 32, Rio de Janeiro, 18 de abril de 2016. Trata-se de uma publicação quinzenal vinculada ao Núcleo de Avaliação da Conjuntura (NAC), do Centro de Estudos Político-Estratégicos (CEPE) da Escola de Guerra Naval (EGN). O NAC possui o objetivo de acompanhar a Conjuntura Internacional sob o olhar teórico da Geopolítica.

Um comentário:

claudio disse...

Poucos brasileiros tem consciência da importância estratégica do petróleo, e não conseguem compreender a complexidade das ações de vários países que tem interesse somente, em controlar essa matriz energética.