segunda-feira, setembro 30, 2013

Justiça quebra sigilo fiscal de André Matarazzo, ex-secretário de Serra e ex-ministro de FHC

Do blog Viomundo do jornalista Luiz Carlos Azenha:

CORRUPÇÃO NO METRÔ de SP
Justiça Federal quebra sigilo bancário e fiscal de Andrea Matarazzo
Atual vereador paulistano, tucano ocupou cargos de primeiro escalão em governos do PSDB e teria se beneficiado de esquema de propina envolvendo empresas multinacionais.

São Paulo – A Justiça Federal quebrou o sigilo bancário e fiscal de 11 pessoas investigadas no esquema de cartel, propinas e corrupção envolvendo o Metrô de São Paulo, a Companhia Paulista de Trens Urbanos (CPTM) e sucessivos governos tucanos no estado. As informações são dos sites Estadão e G1.

Entre os atingidos pela decisão judicial está Andrea Matarazzo (PSDB), que desde o fim dos anos 1990 tem 
ocupado cargos de primeiro escalão nos três níveis de governo.

No estado de São Paulo, Matarazzo foi secretário de Energia e presidente da Companhia Energética de São Paulo (CESP) e do Metrô.

No governo federal, foi ministro de Fernando Henrique Cardoso na Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Na cidade de São Paulo, foi considerado o homem forte das gestões José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), ocupando as secretarias de Serviços, de Cultura e de Coordenação das Subprefeituras.

Em reportagem de 2008, chegou a ser chamado pela revista Veja de “O xerife da cidade”. Hoje Matarazzo é vereador paulistano pelo PSDB.

As denúncias, produzidas pelo Ministério Publico Federal (MPF) a partir de investigações da Polícia Federal, envolvem negociações suspeitas com a multinacional Alstom a partir de 1998, quando o e governador de São Paulo era Mário Covas, do PSDB.
A quebra de sigilo foi pedida pelo MPF em 27 de agosto e aceita pela Justiça oito dias depois.

Abrange o período entre 1997 a 2000. Os pagamentos de propina teriam ocorrido nas áreas de transportes, energia e abastecimento.
Também foi determinada a quebra fiscal das empresas vinculadas aos investigados, inclusive sobre eventuais contas no exterior.

Além de Matarazzo, tiveram os sigilos quebrados Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto.
A justiça pede ainda informações sobre dois suspeitos de comandar o pagamento de propinas pelo grupo Alstom: Phillippe Jaffré e Pierre Chazot.

Crédito milionário
Um dos contratos suspeitos foi firmado com a então estatal de energia do estado, a EPTE, quando Matarazzo presidia o conselho da empresa. A PF descobriu que a companhia obteve um crédito milionário no banco francês Société Générale, de R$ 72,7 milhões, sem licitação. O dinheiro serviu para a empresa adquirir equipamentos da Alstom.

De acordo com o G1, citando o relatório da PF, empresas no exterior recebiam recursos do grupo Alstom “para depois repassá-los aos beneficiários finais, servidores públicos do governo do Estado de São Paulo, no primeiro semestre de 1998″.

Uma das contas era de Jorge Fagali Neto, ex-diretor financeiro dos Correios e ex-presidente do Metrô. Sobre Fagali, a PF diz que, “embora fosse diretor financeiro dos Correios, há evidências de que ele tinha livre trânsito por todas as secretarias de estado”.

Para a Polícia Federal, Andrea Matarazzo, como secretário de energia e presidente do conselho administrativo da EPTE, tinha conhecimento de tudo e que tanto ele como seu partido, o PSDB, se beneficiaram do esquema – motivo pelo qual pede seu indiciamento por corrupção passiva.

PS do Viomundo: Andrea Matarazzo também é citado no relatório final da Operação Castelo de Areia, aquela investigação sobre a construtora Camargo Corrêa que foi anulada pelo STJ com o argumento de que teve origem numa denúncia anônima."

PS.: Atualizado às 23:44: Clique aqui e leia mais sobre o esquema na administração paulista do PSDB.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Roberto,

Seria importante informar também que o chefe do CADE foi funcionário do deputado do PT que fez as denuncias.
Denuncias que ainda carecem de confirmação uma vez que só agora o MP recebeu todos os documentos do CADE e esta investigando propriamente.
Logo, é muito parcial condenar uma pessoa sem a própria investigação e direito de defesa. Uma situação semelhante ocorreu com o Palocci, ele foi crucificado pela mídia quando descobriu que teve um enriquecimento incrível apos a eleição da Dilma, mas a justiça provou que não houve nada ilegal.

Roberto Moraes disse...

O blog informou que a Justiça federal quebrou o sigilo.

Nos dos outros é sempre fácil.

O trensalão do metrô paulista é extenso, tem duas décadas e um bocado de coisas para apurar, assim como o mensalão mineiro do Azeredo.

Bom que se dê a todos o mesmo tratamento e enfrentemos a reforma política e a discussão do financiamento de campanha, pois, todos aprenderam a fórmula de se buscar recursos, apenas alguns se acham mais espertos que os outros, julgando que não serão pegos nas suas espertezas.

Outros mais bobos defendem que só o adversário faz e deve ser punido.

Agora no sufoco lembram até do Palocci.

A Justiça Federal é quem quebrou o sigilo.

Pela reforma política.