quarta-feira, abril 30, 2014

Estratégia de Dilma no ERJ e a campanha estadual

Até aqui o quadro eleitoral no estado do Rio de Janeiro parece o mesmo desde o final do ano passado, embora o Pezão não seja mais um vice candidato ao governo estadual, mas, um governador candidato à reeleição.

A presidenta Dilma com apoio de quatro pré-candidatos a governador (maior ou menor, mais ou menos confiável) - Lindbergh; Pezão; Crivella e Garotinho - através da sua coordenação de campanha à reeleição traçou como objetivo a busca de apoio dos prefeitos das principais cidades que já escolheram qualquer um destes quatro candidatos ao governo estadual.

Esta estratégia de Dilma se relaciona à ideia de relacionar os investimentos que fez em muitos destes municípios à campanha eleitoral, evitando que os prefeitos possam bandear para as candidaturas de Aécio ou Campos. Estes estão hoje restritos às campanhas de Miro Teixeira (Pros) ou Cesar Maia (DEM) ao governo estadual.

A ideia dos coordenadores da campanha de Dilma é ainda estimular que estes quatro candidatos façam suas campanhas eleitorais de maneira desvinculada, mas pedindo votos para sua reeleição.

É difícil imaginar como isto poderá funcionar ou se vai funcionar, porém é melhor assim do que ter os quatro candidatos contra, mesmo que alguns mais ou menos.

Se por um lado há incômodo entre os quatro postulantes ao governo estadual com este quadro, de outro, as oposições tentam colocar uma cunha, como é o caso de Aécio Neves reunido por mais de uma vez com bases de apoio de Pezão, já tendo fechado acordo com Picciani, Eduardo Cunha e alguns dirigentes do PSD que no plano nacional estão fechados com Dilma.

De outro lado, Lindbergh fechou o apoio de Jandira Feghali do PCdoB que também se colocava como pré-candidata. Cesar Maia tem dado sinais que pode também desistir da disputa, depois que Aécio passou a buscar outros apoios que não o seu no eleitorado fluminense. Hoje, a candidatura do Cesar Maia pode apenas tentar ajudar Garotinho, na hipótese deste conseguir chegar ao segundo turno.

Os quatro candidatos ao governo estadual torcem para que haja segundo turno na eleição presidencial, porque na hipótese da presidenta Dilma vencer no primeiro turno, ela não teria motivos para escolher um deles para apoiar.

Há expectativas de que até o final do mês de maio, mudanças de posições neste xadrez possam ocorrer. Porém, há quem garantisse estas alterações logo após a virada do ano, só que quatro meses passaram e o quadro continua praticamente o mesmo. Enfim, é bom continuar observando.

Um comentário:

Anônimo disse...

Professor, não se refere ao tema do texto, mas apenas aproveitando o espaço para uma sugestão... Aproveitando que foi, finalmente, liberado o edital para a disputa das empresas que desejem operar o sistema de transporte público, não seria interessa realizar uma análise do sistema proposto? Mesmo sem entrar nos méritos técnicos e legais, me refiro às linhas, parâmetros de oferta etc. Olhei com algum cuidado o edital (o postado aqui no blog) e me saltou aos olhos principalmente o fato de que, das cerca de 110 linhas a serem criadas, apenas 7 terão regularidade de 15 mints em horario de pico e 30 mints fora desses horários. Parece meio absurdo! por exemplo, quase a totalidade (não digo a totalidade, pois posso estar equivocado) das linhas de Guarus teriam essa regularidade de 30-60mints. Caso preocupante - ainda que haja várias linhas em Guarus, o que pode ser um atenuante. Todavia, outros bairros (como Alphaville, Imperial, Pelinca etc) que apenas possuem uma linha tb teriam esse padrão (ou aproximado: 30-40mints). Para se ter ideia do absurdo: a "famosa" (e congestionada) linha PenhaxPecuária teria regularidade 30mints (para horário de pico!!!) e 40 mints (fora do pico). Parece que pouca coisa irá mudar..