
Este é o motivo que decidi resumir alguns pontos principais deste artigo neste espaço. Ele, em síntese expõe e critica a ideia de que o nacionalismo de algumas regiões da Europa esteja associado ao racismo, à xenofobia, ao populismo de extrema direita e ao que o autor chama de um conjunto incoerente de estereótipos e noções preconceituosas.
Wieviorka diz que a experiência da Escócia desmente a maior parte destes elementos e não consideram o que chama de “nacionalismo contemporâneo” na Europa. Para ele, o caso da independência da Escócia é resultado que a população que se situa à esquerda do que resta do Reino unido que é a favor da manutenção do Estado de bem-estar e redistribuição e que recusa as tendências liberais e neoliberais implementados pela política de Margaret Thatcher.
O professor Wieviorka dia ainda que é a crise econômica é que é a principal fonte de argumentos das forças que defendem a idéia de nação. Ainda segundo ele, este não é o caso dos países ricos como a Suíça e da Noruega onde os partidos nacionalistas querem manter a crise à distância e proteger suas comunidades nacionais.
Wieviorka argumenta ainda que os atores mobilizados pela independência da Escócia não são antieuropeus, ao contrário e que o “nacionalismo contemporâneo” não é racista, anti-imigrante e islamofóbico e em geral não estão do lado da violência, como o grupo Basco d´Eta e defende uma ação democrática e respeito ao processo eleitoral.
O sociólogo Wieviorka diz ainda que os nacionalismos na Europa não formam uma família homogênea, mas, afirma que o movimento escocês se aproxima mais do movimento catalão e operam o estabelecimento de uma sociedade mais aberta, democrática, emancipadora e ansiosas de por um fim a um situação de subordinação. Para ele, a experiência escocesa aforma que é possível seguir democrática, aberta, progressista, tolerante, preocupada com a justiça social e que integre estas dimensões a um projeto nacional.
Enfim, percebe-se, que embora complexa a situação, estes movimentos separatistas se ancoram na resistência à pressão pela eliminação de um estado social. Vendo aqui a qualidade das escolas, universidades e saúde públicas mantidas pelo Estado e agora ameaçadas de todas as formas, se tem uma outra visão do que chama separatismo. Defendem o estado de bem-estar-social, a participação política e democracia e, parece ser nesta linha que se agrupam, em meio a outras divergências e interesses. Pensando bem, é sempre muito mais complicado não ter quase nada do Estado a já ter possuído e ter que abrir mão do que foi usufruído por quase duas gerações desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Enfim, é sempre interessante, e por isto estas postagens para dividir com nossos leitores e colaboradores a impressão sobre o que anda ocorrendo no mundo, para, em torno disto, refletir com um pouco mais de propriedade o país e a civilização que desejamos, para o nosso Brasil e nosso continente latino-americano.
Diante de tudo isto não há como não reafirmar o desejo de uma sociedade menos desigual, mais solidária e um Estado que atenda e propicie bem-estar a todos e não a quem não depende dos governos e pretendem mantê-los aprisionados para os seus interesses permanente de mais e mais acumulação.
PS.: Atualização às 14:03: Vi agora que a versão online do "La Vanguardia" está em espanhol, e para que usa o navegador Chrome pode também já ler a tradução em português.
Nenhum comentário:
Postar um comentário