domingo, fevereiro 14, 2016

A vida na urbe adensada: o caso da Pelinca em Campos é pequeno diante do descaso nos demais bairros e ditritos

Mais dois endereços, no caso, uma residência, já em início de demolição, na Rua Manoel Teodoro, na Pelinca, em Campos.

Em apenas um pequeno quarteirão, a rua, que possui as maiores calçadas na área urbana, dos dois lados, tem entre terrenos vazios e casas vazias sendo comercializadas, um total de quatorze.

Era um processo previsível. Levantei em 2001 a questão da verticalização e do adensamento da Pelinca em pesquisa e artigos. Era previsível o processo que não cessa nem com a redução das atividades econômicas da região, neste período de royalties escassos.

Os problemas de administração da urbe vai certamente muito para além da Pelinca e de sua verticalização. Os problemas de saneamento, urbanização e mobilidade nos demais bairros são cada vez mais intensos.

A gestão urbana agora com muito menos recursos será um desafio que precisará ser enfrentado com coragem e determinação.

Para isso é necessário entender os problemas e os interesses em jogo e saber para quem, prioritariamente, se governa.

Infelizmente, outras exigências que estavam nas propostas originais do Plano Diretor foram suprimidas no legislativo, em favor de menos obrigações, que deveriam constar para novas edificações em local já adensado. O mesmo ocorre, em bem maior garu, com relação a exigências e contrapartidas dos incorporadores em outros bairros mais distantes do centro.

Há que se lamentar a tendência geral da sociedade em compreender apenas o interesse do proprietário ou construtor, deixando de lado a preocupação com os impactos de vizinhança e a vida em comunidade. 

Insisto, novamente, no "bem viver" na pólis. A cidade é o local do encontro, da vida, do compartilhamento que deve estar acima dos outros interesses, como os puramente econômicos e direitos de propriedade. Isto não é exigir demais. É direito.

PS.: Sobre o caso da rua Manoel Teodoro, pelo menos agora, os vizinhos poderão se ver livres da água da piscina (veja foto) que há meses o colocam em risco. Como na vida não há bônus sem ônus, esperem as obras do novo prédio.

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