segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Mercadocracia como mais uma etapa do esgarçamento do capitalismo!

Há quem rejeite os neologismos porque eles poderiam esconder o essencial com a distração de supérfluos prefixos.

Freudianamente, eu penso que pode ser o inverso. Olhar os detalhes para chegar no essencial.

Assim, eu tenho me debruçado em alguns estudos e análises para entender para onde levaram aquilo que um dia foi chamado de democracia com a direção da maioria.

O sistema e o tempo parece terem empurrado aquilo que dependia da maioria, para o que hoje é a vontade do que tem mais poder. O econômico.

É estranho que a maioria se acomode a isto que seria uma ruptura de paradigma da vida coletiva das comunidades.

Temos visto esta realidade se tornar um novo normal banalizado com ares de consensualização.

A mercadocracia com uma nova lógica que rompe o chamado Estado Democrático de Direito cresce no discurso da moralidade como erva daninha dos espaços do convívio, em que a exceção vira regra.

Este movimento acaba por nos remeter à uma utopia de algo que não chegou a existir por completo até ser implodido.

Como chegamos até aqui em meio à mais intensa internacionalização com fluxos materiais e imateriais da história da civilização?

Que relação tudo isto tem?

A distopia parece ter se instalado em meio aos brinquedinhos da distração, daquilo que um dia foi conhecido como celular, um produto que está no mercado.

O mundo contemporâneo nos traz mais perguntas do que respostas, especialmente quando pensamos em amplos períodos e ciclos longos.

As indagações são muito mais numerosas do que a capacidade de produzir respostas.

Ainda assim, talvez seja possível interpretar que o sistema instituído está esgarçando em seus limites.

Desta forma, talvez, seja possível intuir que o estado pós-democrático viverá por dentro uma implosão, que leve à transferência do prefixo pós para o pós-capitalismo.

Que ao contrário do que muitos possam imaginar, não será o éden, o jardim do paraíso, mas uma nova etapa de conflitos, só que em novas direções.

Nenhum comentário: