sexta-feira, dezembro 03, 2004

Coronel Ponciano

Enquanto aguarda finalização de seu filme, o Coronel parace ter tomado gosto pela escrita, e mandou nova missiva, fazendo deste blogueiro, mais uma vez, o seu portador. Veja aqui o conteúdo da mesma publicada hoje na Folha da Manhã.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prof. Joanes Corrêa da Silva,
Campos, 06 de dezembro de 2004.


Olá, Ilustre mestre Roberto Moraes Pessanha.

Muito lúcida a segunda carta do Coronel Ponciano de Azevedo Furtado. Nesta carta, você, politicamente, demonstra maturidade ideológica e de "práxis" política. Comparando com um passado não muito distante, verifica-se o quanto você evoluiu e quanto você desenvolveu as habilidades para ser um homem público sério, competente e confiável.
Pelos conhecimentos que tenho das suas ações como cidadão e homem comprometido com as causas públicas justas e perfeitas, acredito que você jamais colocará em prática qualquer atitude política "ponciônica", que pela condição de coronel, obviamente, não era um democrata.
Quanto à eleição para a escolha do nosso prefeito, gostei da sua decisão de reconhecer como eleito o nosso ilustre cidadão CARLOS ALBERTO CAMPISTA.
Você sabe muito bem que não votei em Carlos Alberto Campista e os motivos desta atitude não estão relacionados com o cidadão CARLOS ALBERTO CAMPISTA, mas com as forças que o apoiaram e que certamente devem estar cobrando os "favores" prestados ao mesmo. Por conhecer CARLOS ALBERTO CAMPISTA, desde quando ele foi candidato a Vice-prefeito na chapa do Dr. Jorge Renato Pereira Pinto, pelo PMDB, tive a oportunidade de conhecê-lo e observar seus ideais e suas práticas políticas. Tenho certeza que ele saberá resistir às pressões e atuará com seus nobres ideais e experiências adquiridas, em favor de Campos.
Neste mesmo período tive a oportunidade de conhecer também, com uma breve convivência política, seu irmão e também homem de bem, Dr. Sebastião Campista, já falecido. Se o digno cidadão CARLOS ALBERTO CAMPISTA colocar em prática todo seu ideal de homem público e administrador comprometido com o progresso da cidade e melhoria de qualidade de vida da maior parte dos cidadãos, certamente teremos uma administração que ficará marcada na nossa história como uma das mais honradas.
Quanto ao processo eleitoral que elegeu CARLOS ALBERTO CAMPISTA, considerado o mais tumultuado da nossa história eleitoral e com práticas para a conquista do poder que feriram todos os princípios éticos estabelecidos com o progresso das relações humanas nesta seara, sou de opinião, apesar de acreditar num processo totalmente imune aos acontecimentos aqui presenciados, que dentro de um contexto político regido pelas leis da política e não das relações ético-comportamentais, tudo que foi feito e tudo o que aconteceu, obedeceu à máxima "os meios justificam os fins", que afirmam ser de Nicolau Maquiavel, que segundo um pensador "não era maquiavélico, era lúcido".
Não podemos deixar de reconhecer que o processo eleitoral brasileiro evoluiu de forma marcante e os desvios comportamentais dos candidatos e partidos, migraram da eleição e apuração, para as ações ou meios de convencimento dos eleitores, em sua maioria carentes sociais, que ficam reféns dos "caridosos" candidatos.
Considerando-se o nosso desejo e a nossa luta por uma prática de conquista do poder adequada a um novo tempo, considerada por muitos companheiros como uma postura ideológica ingênua, tola e utópica, rota de conduta estabelecida que não devemos interromper ou desviá-la arar caminhos inadequados.
Considero que a luta pelo poder induzirá os competidores a praticarem todas as atitudes consideradas por nós, éticos e comprometidos com a justiça neste processo, como práticas indecorosas, para alcançar seus objetivos levando a justiça eleitoral a propor mudanças profundas na legislação para evitar os abusos econômicos dos partidos e candidatos .
Neste aspecto não podemos ignorar que as leis da política não são praticadas com o coração e sim com a razão. Qualquer sentimentalismo ou escrúpulo nesta realidade eleitoral que vivenciamos e vivenciaremos, ainda por muito tempo, para conquistar o poder, certamente não levará o interessado a obter êxito nesse objetivo. É preciso que haja evolução político-cultural, com maior conscientização do eleitor e da sociedade civil organizada quanto à importância de uma eleição para a vida de uma comunidade.
A ferramenta principal e poderosa para a conquista do poder, na nossa realidade eleitoral é o poder econômico, único capaz de servir de indução atrativa aos que são mantidos carentes sociais e serem usados como massa de manobra, como comunidade inconsciente da própria realidade e que aceitam qualquer "oferta", que venha momentaneamente aliviar seus problemas. O que significaria em um dia,por exemplo, uma oferta de R$100,00, para quem recebe mensalmente um salário mínimo ("maioria")? Neste momento, o diabo manifesta-se travestido poderosamente de anjo e consegue seus objetivos.
Entendo a atitude do candidato Geraldo Pudim ocupando os espaços que ficaram para ele, isto é justo, mas sabemos perfeitamente que a Justiça Eleitoral, mesmo diante de provas documentais das "irregularidades" durante a campanha, jamais terá condições de atuar juridicamente para retirada dos direitos políticos de qualquer candidato, pois os fatos, os acontecimentos, as ações praticadas foram de natureza meramente política.
A Justiça Eleitoral fez o que tinha que fazer. A eleição propriamente dita, foi lícita e uma das mais eficientes.
Agora, é só dar tempo ao tempo para que as pressões se esvaziem e o ambiente volte à normalidade democrática. A Justiça Eleitoral jamais tomará uma decisão política mas é do conhecimento de todos que, com a federalização do processo eleitoral em Campos, foram criados alguns impasses de natureza política, com profundidade repercussão nacional, envolvendo a alta cúpula do Governo Federal e do Governo do nosso Estado do Rio de Janeiro.
Qualquer decisão jurídica eleitoral, mesmo tendo a certeza da imparcialidade do poder judiciário, os impasses políticos direcionam os acontecimentos para o respeito à decisão mais importante que é a dos eleitores.
Se houvesse qualquer decisão para punição de algum setor pela prática indevida durante o processo eleitoral, isto indicaria uma injustiça, pois neste processo há dois lados: o que induz à comercialização, ou a "compra" do poder(voto) e a daqueles que concordaram com esta ação, com os meios empregados para a conquista do poder. Logo, como processar, por exemplo, os milhares de beneficiados com um meio empregado para se conseguir o voto e que concordaram com isso, ou seja, que apoiaram e se tornaram coniventes?

Acredito que o grupo de Geraldo Pudim tem um papel importantíssimo a desempenhar em favor de Campos acompanhando e fiscalizando as aplicações dos recursos do público, representando seus eleitores e a sociedade como um todo, cobrando do poder municipal o uso útil, verdadeiro e bom dos recursos, em favor de uma melhor qualidade de vida da comunidade do nosso município, sem radicalismos ou sentimentos revanchistas, mas contribuindo com uma crítica responsável e politicamente correta.

Ao Dr. CARLOS ALBERTO CAMPISTA, desejo do fundo do meu coração, paz e harmonia, para tomar as decisões acertadas em favor de uma cidade feliz e progressista e como cristão, procurarei sempre tê-lo em minhas orações, pedindo, dentro do meu humilde prestígio com Deus, que ele coloque sempre à frente dos seus interesses pessoais os interesses coletivos.

À CAMPISTA O QUE É DE CAMPISTA.

Joanes Corrêa da Silva
Professor de Eletricidade do CEFETCAMPOS
silvajoanes@uol.com.br
jcorrea@cefetcampos.br

Roberto Moraes disse...

Olá Prof. Joanes,

Mais uma vez valeu pelos comentários e vale também a reflexão.
Sds,
Roberto Moraes