terça-feira, outubro 11, 2005

Aumento de demanda por produtos petroquímicos garante nova unidade

O horizonte de crescimento da demanda por petroquímicos, especialmente as resinas, têm como objetivos centrais o rompimento com a dependência externa de importação de matérias-primas e produtos acabados para o setor de plásticos. Projeta-se que num prazo de cinco que coincide com a virada da década, a oferta de resinas plásticas teria de dobrar, caso contrário, as importações rondariam os US$ 4 bilhões anuais em polipropileno e até US$ 10 bilhões em aromáticos e PVC (policloreto de vinila, plástico rígido muito usado em tubos para encanamento em construção civil e saneamento). Além destes fantásticos números, outro fator contribui para a decisão da estatal do setor petróleo e dos grandes grupos nacionais já atuantes no setor de investir num grande empreendimento no estado do Rio de Janeiro: “A pedra de toque para o entusiasmo da diretoria da Petrobrás com a iniciativa, contudo, foi a constatação das perdas crescentes com a venda em bruto do petróleo de Marlim. Pesado para os padrões das refinarias brasileiras, com 21 ° API (American Petroleum Institute), o óleo deste campo tem um rendimento menor em diesel e gasolina, os derivados de maior retorno. Para vender o excedente, a Petrobrás tem de oferecer descontos de US$ 12 a US$ 19 por barril. Como a maioria das novas descobertas de óleo no país segue padrão semelhante, a manutenção da estrutura de refino sem tecnologias que permitam novos aproveitamentos levará a uma transferência anual de US$ 2 bilhões para o exterior. Muito dinheiro para um país com problemas crônicos no balanço de pagamentos”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto,
Faz tempo, talvez uns 6 meses ou mais, que li no caderno de economia do Globo que ficaria muito difícil construir um pólo petroquímico em Iataguaí em função das perspectivas de instalação ali de dois grandes complexos siderúrgicos. Um já está definido que é o empreendimento da Vale com o grupo Thyssen. O outro seria uma siderúrgica da CSN em parceria com japoneses, que têm uma economia de exportação altamente dependente do aço e que têm, ainda, um território limitado em recursos minerais e naturais, além da decisão de construir indústrias poluidoras em outros quintais.
Só resta ressuscitar o saudoso Rubem Braga pra escrever: "Ai de ti Lagoa Feia".
Não quero condenar a idéia à priori, mas vejo muitos problemas futuros numa decisão destas. Gostaria, se pudesse, de participar ativamente da avaliação de impactos ambientais neste caso. Por outro lado acho que um pólo petroquímico é mais longevo que o simples processo de exploração do petróleo. Acho também que por agregar valor, com a indústria de polímeros, irá conferir maior competitividade à economia local.
Outro aspecto a considerar é que se é uma necessidade inexorável ao país por que manter essa postura egoísta e mesquinha que ficou conhecida como o ambientalismo NIMBY (not in my back yard - não no meu quintal)?
A solução seria mudarmos os rumos desenvolvimentistas civilizatórios. Mas quem seria "o primeiro a abaixar pra pegar esse sabonetes"?
O início desta discussão, em escala global, talvez seja o protocolo de Quioto. Mas isso é uma outra história...

Anônimo disse...

Helinho,

Este é um bom debate. O que fazer, se assim de repente, se ganha um pólo petroquímico?

Bom que pelo menos o Cons. Mun. Meio Ambiente tenha avançado para elaborar de forma ampla um novo Plano Diretor que poderá ajudar neste possível novo cenário.

Interessante a abordagem do NIMBY (not in my back yard - não no meu quintal)nunca tinha ouvido falar, mais do que nunca o debate vai retornar entre desenvolvimentistas e conservacionistas,

Enfim,

Sds,
Roberto Moraes