domingo, outubro 30, 2005

Recortes – Negri & Saramago

O caderno "Prosa & Verso" de O Globo, a exemplo do seu irmão, antes mais rico e agora mais pobre do JB, Idéias, traz sempre boas matérias, indicações literárias e principalmente entrevistas com gente de letras.
Nos dois últimos sábados o Prosa & Verso ouviu gente inteligente falando de coisas interessantes.
Na semana passada foi a vez do filósofo Antônio Negri.
Algumas passagens de sua entrevista: “O amor é uma força de cooperação, de solidariedade. A grande força humana que constrói civilização. E a civilização não é a força da violência, mas sobretudo do amor e da solidariedade.” “Quem denuncia Lula ou é utopista, e eu não gosto dos utopistas, ou é oportunista, empenhado em construir um poder direitista, com base em soberanias e nacionalidades, como ocorre na mídia”. “Agora na Europa há uma história absurda com a gripe aviária: é impressionante a pressão que a mídia põe nessas coisas. Há sempre a inserção da morte, do medo no cotidiano, como afirmação e possibilidade”. Por coincidência, ontem, foi a vez do mesmo caderno ouvir o escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura de 1998, falando do tema do seu novo livro lançado mundialmente no Brasil. O argumento trata exatamente da morte e suas relações. “As intermitências da morte” é a construção de uma história baseada na imortalidade da raça humana e as terríveis conseqüências que advém ao seres que vivem nesta condição que sempre permeou o imaginário das pessoas. Pela entrevista torna-se irresistível o apelo pela sua leitura.
Ao falar da morte, contraditoriamente Saramago descreve a vida. Escolhi uma destas passagens para postar aqui:
“O respeito humano, a idéia de responsabilidade em resolver os problemas humanos e em defender o interesse de um maior número de pessoas, enfim, eram coisas que faziam parte da nossa armadura moral. Para algumas pessoas isto já não tem qualquer sentido”.
Quem quiser ler outras matérias do caderno clique aqui.
Para quem gosta de literatura não deixe de ler aqui um excelente conto da série "Contos do Rio", intitulado "Fugaz devaneio" que é consequência de um concurso do caderno citado.

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