sábado, abril 26, 2014

Tríade que explica as mudanças no espaço urbano carioca contemporâneo



















Graciano Lourenço Fernandes Junior explica num artigo científico, no campo da geografia, "Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na era dos Mega Eventos na Cidade do Rio de Janeiro", apresentado ano passado, no 14º Encontro de Geógrafos da América Latina, ocorrido no Peru a sua posição. O texto mesmo que científico é palatável ao grande público e destaca a relação biunívoca entre as três pontas da tríade auto-explicativa apresentada na figura acima. (Se desejar por acessar o texto na íntegra aqui)

O discurso da violência, a necessidade das UPPs, as remoções, a "limpeza" dos espaços do interesse imobiliário, o projeto de moradia popular "Minha Casa, Minha Vida" na periferia, os sistemas de transporte público rodoviários com os BRTs e BRS. As vias expressas como a Transoeste e a Transcarioca, a construção de torres de escritórios corporativos e moradias em novos prédios para a classe média alta nas áreas reurbanizadas. A especulação e valorização imobiliária, o discurso da nova urbanidade e do "sucesso do projeto governamental" comprado nos espaços de mídia, que também faturam mais com os novos lançamentos imobiliários vão assim constituindo a tríade, que ainda possuem no vértice superior o poder estatal local (prefeitura), articulado com as duas outras esferas de poder, operacionalizando a estratégia de ocupação do espaço urbano carioca a partir dos dois grandes eventos mundiais: Copa do Mundo de 2004 e Olimpíadas de 2016.

Desta forma, a "tríade urbana carioca contemporânea" expõe de forma clarividente os interesses das classes mais abastardas, no chamado "circuito superior da economia", que ao contrário do que apregoavam estão tornando a "cidade ainda mais partida", rompendo a hipocrisia da integração e do convívio interclasses que o espaço urbano carioca se caracterizava até então.

Reconhecer esta lamentável realidade, apesar de alguns esforços em sentido contrário, deveria ser o primeiro passo para retomar a luta por uma cidade justa e para todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Professsor Roberto,olhe este anúncio de venda de uma empresa de ônibus de Campos,no anúncio diz que o faturamento da empresa é de 700 mil(o lucro).É um absurdo essas empresas,faturam,não dão reajuste e colocam essas latas para rodar..

http://rj.bomnegocio.com/norte-do-estado-do-rio/industria-comercio-e-agro/empresa-com-20-000-m-61-onibus-e-12-micro-onibus-33443731