terça-feira, janeiro 05, 2016

Novas encomendas de grandes navios faz avançar o gigantismo portuário

Três grandes empresas de rotas marítimas fizeram em 2015 várias encomendas de grandes navios visando ampliar ainda mais as chamadas economias de escala, que permite reduzir custos e ampliar a competitividade com os seus concorrentes.

O fato tem também levado a um maior tempo de parada, assim como contenciosos com trabalhadores portuários e novos projetos de automação na movimentação de cargas portuárias.

Veja abaixo a lista de encomendas de navios em 2015 em três empresas asiáticas que atuam no setor:

1 - OOCL - Orient Overseas Container Line - de Hong Kong, quebrou todos os recordes de pedidos de navio com a decisão de compra de 6 navios de 21.000 TEU à coreana Samsung Heavy Industries que deverão ser os maiores porta-contêineres em serviço. Até então o recorde era do grupo do MSC de quatro navios, com capacidade para 19.224 TEUs.

A sigla TEU (Twenty Foot Equivalent Unit) se refere à Unidade Equivalente de Transporte. Esta unidade de transporte possui um tamanho padrão de contêiner intermodal de 20 pés. Um contêiner de 20 pés é um contêiner de 1 TEU enquanto 1 contêiner de 40 pés é um contêiner de 2 TEUs. Equivale a um contêiner padrão de 6.10m (comprimento) x 2.44m (largura) x 2.59m (altura), ou aproximadamente 39 m³.

2 - CSCL - China Shipping Container Lines Companny, que faz linhas (rotas) marítimas fez pedido de 10 navios de 20.000 TEUs. A companhia chinesa está em fase de fusão com a outra gigantes chinesa Cosco. Neste processo de fusão a CSCL estaria repassando o negócio de operações e transporte de contêineres para a outra empresa chinesa Cosco.

3 - COSCO Container Lines é uma das empresa do Grupo (holding) chinês Cosco. A Cosco fez pedido para 9 meganavios de 20.000 TEUs, com opção de adicionar mais quatro navios até a entrega dos pedidos.

Só nestas três grandes corporações se vê pedidos de 25 meganavios com capacidade superior a 20 mil TEUs. Observem que não estão incluídos aí, os pedidos da gigante dinamarquesa Maersk Line.

Este movimento que já chamamos aqui no blog de gigantismo naval remete ao gigantismo portuário que exige terminais com cais maiores e canais de atracação mais profundos.

Estes meganavios tendem a fazer navegações intercontinentais o que leva a uma hierarquização dos portos, porque transportam grandes volumes de cargas que depois são redistribuídas destes hub-ports (portos de distribuição) para outros terminais por navegação de cabotagem.

Para se ter uma noção do que significa o gigantismo naval, a ampliação do Canal do Panamá (que será inaugurada em maio próximo), por onde circula cerca de 5% do transporte marítimo internacional, mesmo com suas novas eclusas, de comportar os meganavios, porque mesmo maior, só comportam navios conteineros de até 14.000 TEUs.

Este movimento trará reflexos na movimentação de cargas portuárias que hoje tem no Porto de Santos o maior volume. Há no Porto de Santos dificuldades para aumento do canal de atracação, por conta das dragagens contínuas, que elas demandam e que geram impactos ambientais.

Mapa de rotas marítimas mundiais
Além disso, nos últimos anos, outros portos no litoral Sul e Nordeste, além dos estabelecidos no Sudeste ampliaram suas capacidades de carga, por conta de maior movimentação econômica regional e da inclusão social.

No geral, é interessante observar que estes fatos relacionados à circulação de mercadorias, ligando a produção ao consumo, reduz os custos de logísticas e se relacionam com a reestruturação produtiva da economia global.

Quanto mais mobilidade e acordos comerciais entre as nações, maiores são as inter-relações e dependência entre as nações. Neste sentido, os portos vão intensificando a suas condições de espinha dorsal da economia global.

PS.: Atualizado às 11:58 de 06/01/16 para correção de uma concordância verbal.

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