segunda-feira, julho 04, 2016

Para além dos ti-ti-tis eleitorais

Mais uma vez o perfil do blog no Facebook me recorda de uma postagem feita há um ano e que ainda parece atual, considerando que estamos a menos de três meses das eleições dos representantes políticos em nossos municípios:

"Para além dos ti-ti-tis eleitorais"

São compreensivos os "ti-ti-tis" pré-eleitorais sobre candidaturas, troca de partidos, disputa entre "criadores e criaturas", debates entre lideranças, etc.

Porém, no caso específico dos municípios de nossa região, causa espécie, não identificar nenhum debate mais sério sobre intenções para o futuro, sobre ideias e planos, num momento em que falar do mau uso dos recursos do orçamento, é muito pouco.

Sabe-se que as finanças dos municípios terão que conviver com orçamentos bem menores, seja pelo preço do barril do petróleo que tende a se manter próximo dos patamares atuais (fato mais real ao se observar a curva dos preços nas últimas quatro décadas) por mais dois ou três anos.

Sabe-se que a situação tende ainda a ser agravada, com a possível decisão do STF, sobre a liminar que sustenta o critério de rateio atual entre os municípios brasileiros.

Porém, é preciso ir adiante das denúncias do mau uso, de condenar o endividamento baseado em receitas discutíveis para o futuro. Ficar nestes pontos parece muito pouco, diante do desafio.

Para além dos "ti-ti-tis" que interessam às lideranças políticas, a população quer saber o que as lideranças, os partidos pretendem fazer.

A população quer ouvir posições destas lideranças sobre a forma de gerir e de como fará a transição de um modelo (que perpassou as administrações de criadores e criaturas) de "gestão da abundância", para a realidade de uma necessária gestão participativa, com foco na eficiência, na prioridade a quem mais precisa dos governos e na administração em que se tem menos recursos e muito mais demandas.

Neste caso, o cidadão (eleitor) quer saber quais serão as prioridades. Quais garantias e confiança as lideranças estarão oferecendo. Isto não tem como ser feito em dois ou três meses de campanha.

Chega de acordo entre as elites. Seja ela econômica, política ou de ambos. O acordo agora, mais que nunca, tem que ser com o povo, que além de não querer só comida, também não quer só votar.

Mas, a esperança é sempre maior que o lamento com a direção dos acontecimentos. Quem sabe faz a hora e não espera acontecer.

Nenhum comentário: