quarta-feira, julho 13, 2016

Tensão cresce em vários pontos do mundo

Na Europa, além do Brexit do Reino Unido e das reações americanas sobre o episódio Rússia x Ucrânia, há a recente preocupação até da então tranquila Noruega com o espaço do Mar Ártico, menos congelado e mais usado por russos e chineses, que seguem cada vez mais próximos. A Noruega por pressões da OTAN (e EUA) cria bases de seu exército na região da FinnMark, na fronteira com a Rússia.

O acordo EUA-Polônia alinhavado semana passada parece tentar ampliar as bases do conflito Ucrânia x Rússia. O caso dos imigrantes continua sendo constrangedor à todo o mundo sob o ponto de vista civilizatório e humanista. Se esses problemas na Europa, já não fossem o bastante, a estagnação econômica e os juros negativos, em diversas nações daquele continente ampliam as preocupações, onde a política e a plutocracia tem acabado com o que ainda resta do Estado de Bem Estar Social, do pós Segunda Guerra.

A Índia e o Paquistão também se aproximam da China. Na Ásia a decisão de hoje, do Tribunal Internacional de Haia sobre a disputa com a Filipinas, no mar do sul da China, a respeito de direitos de uso e controle é mais um capítulo das várias disputas naquele oceano.

O caso ainda renderá porque a China não aceita nem reconhece a decisão da Corte Permanente de Arbitragem. Ainda por conta desta decisão o governo da China anunciou ontem, a encomenda do seu 4º destroyer (Yinchuam) de mísseis guiados para instalar e garantir uma zona de defesa aérea e anti-submarino, no sul do Mar da China (área de conflitos). O destroyer se tornará a embarcação mais sofisticada da China (Veja aqui).

Os problemas com navios pesqueiros não são apenas da China com a Filipinas, mas também com a Indonésia e Japão, onde o embate é maior por conta da ilha Senkaku Diaoyu que este nacionalizou em 2012.

Em todos estes casos, os EUA estão por trás do enfrentamento à China. O mesmo se dá no caso recente em que a Coreia do Sul aceitou instalar em seu território um sistema de radar americano, com capacidade de penetrar e controlar parte do território chinês. Em reação a China já estaria ameaçando suspender o amplo comércio e a certa dependência da Coreia do Sul tem de seu mercado. Os EUA alegam que precisam desta base para se prevenir contra a Coreia do Norte, num argumento que relembra a Guerra Fria.

A região do Oriente Médio nunca esteve menos tensa. Os conflitos dentro dos países produtores de petróleo são grandes por conta da perda de receitas, com cortes de subsídios e programas de políticas públicas devido ao baixo preço desta mercadoria no comércio internacional. A Arábia Saudita maior produtora de petróleo do mundo, cada vez mira mais o Irã que após a suspensão das sanções dos EUA voltou a disputar o mercado comprador de petróleo. O caso da Síria e do Estado Islâmico (EI) continua embrulhando ainda mais aquela região.

Na América do Sul, a Argentina fez acordo com os EUA para receber base militar americana. Diversos países do continente se consideram vulnerabilizados por políticas americanas, segundo as seguidas divulgações do Wikileaks de documentos dos EUA.

Em todas estas tensões movimentos e dinâmicas geopolíticas são as bases para decisões que indicam para conflitos e disputas por hegemonia. Os entendidos em geopolítica dizem que se pode simplificar o tema, sem risco de perder seu conteúdo principal, ao considerá-lo, como o desejo de um ou mais país em controlar outras nações.

Diante de tal realidade não há como não vislumbrar os riscos e a tentação pela tal “destruição criadora” e ajustes de contas das pressões e contrapressões.

Nenhum comentário: