quarta-feira, dezembro 26, 2018

O preço da gasolina não tem relação com o barril de petróleo, a US$ 51 e nem com custo de produção. É que o mercado desregulado já aceitou pagar 5 reais

Já tratei desse assunto aqui várias vezes, desculpe, mas vou continuar insistindo.

Em 2008, antes da crise (golpe) dos bancos americanos (sub-prime), o barril de petróleo chegou a aproximadamente US$ 150, dependendo do tipo se WTI (EUA) ou Brent (Europa), eles variavam de US$ 145 a US$ 165.

Nessa época a gasolina no Brasil estava em torno de R$ 2,80.

Hoje, o barril do petróleo está variando entre US$ 48 e US$ 51.

Portanto, na média, o preço do barril no mercado internacional é três vezes menor que em 2008 e a nossa gasolina não sai de próximo a R$ 5, ou quase o dobro de antes.

Na verdade, acabei de encher o tanque pagando R$ 4,84 no dinheiro.

Os "iluminados" do mercado dizem que agora o preço da gasolina varia conforme o preço do barril no mercado internacional.

É ainda há quem acredite nas justificativas desse tal mercado, onde o preço do barril do petróleo só vale para aumentar o preço da gasolina e nunca para reduzir. 

As coisas passaram a ser assim não de forma natural, mas após, a entrada do governo mercadista, pós-golpe e com promessa de continuar.

Dentro da lei de mercado é isso. 

O produto vale quanto o consumidor está disposto a pagar, e parece que o brasileiro em defesa do mercado aceitou bem esse novo patamar do litro a R$ 5.

Se é assim, eu só me pergunto como vão reagir quando o preço do barril de petróleo voltar a ficar acima de U$ 100 (possivelmente no meio da próxima década).

Pela lógica atual, o preço do litro da gasolina passará para o patamar de R$ 10.

Se o barril chegar aos US$ 150, como há uma década, o litro alcançará R$ 15.

E não adiantará colocar a culpa nos árabes e em quer que seja, na medida em que produzimos petróleo aqui e poderíamos ter capacidade de refino equivalente ao consumo nacional.

Porém, os tempos são mesmo estranhos e parece que a maioria ainda não quer entender essa realidade, aceitando pagar mais pelo combustível e desejar menos estado, menos regulação, nessa época do sujeito que se faz por si próprio.

Isso me faz lembrar aquele filme do sujeito que virou suco.

Parodiando talvez, seja o caso de pensar no sujeito que se fez por si próprio e virou gasolina, onde, às avessas a criatura consome a criador.

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