sexta-feira, novembro 08, 2019

Greve dos trabalhadores que atuam na obra da Termoelétrica da GNA no Porto do Açu, continua pelo 3º dia consecutivo

Greve dos trabalhadores das empresas Andrade Gutierrez e Acciona que atuam na obra da Termoelétrica da GNA, no Porto do Açu, continua pelo terceiro dia consecutivo.

Ontem e hoje pela manhã, em enormes assembleias com quase todos os trabalhadores destas duas empresas, as lideranças têm conseguido manter a mobilização e a paralisação que busca atendimento às reivindicações.

Os trabalhadores questionam as seguidas demissões sem razão com enorme rodízio de trabalhadores, o não pagamento de plano de saúde, assim como o pagamento de folgas aos sábados de descansos alternados.

Há também muitas reclamações dos trabalhadores quanto à pressão por produtividade, fato que gera ameaças e muitas das demissões. A maioria destes trabalhadores são de fora da região e ficam alojados em Campos.

As empresas estariam ainda questionando a atuação do Sindicato de Trabalhadores de Montagens em nome dos trabalhadores que atuam nas obras da UTE, que segundo eles dizem estão adiantadas, em relação ao cronograma.

As obras da Usina Termelétrica (UTE-1) é da empresa Gás Natural Açu que é um consórcio entre a holding Prumo (proprietária do Porto do Açu), a BP e a Siemens. O projeto prevê outra unidade.

A Construtora Andrade Gutirrez foi contratada para fazer as obras de terraplanagem, construção e montagem da termelétrica. Já a espanhola Acciona que atuou na construção do terminal 2 (onshore) do Porto do Açu, realiza a construção e montagem do Terminal de Regaseificação, onde será recebido o gás natural para atender à UTE.

As obras de implantação da UTE da GNA são financiadas com créditos de R$ 1,76 bilhão do BNDES e garantia do banco alemão KfW. A engenharia financeira decorreu de uma análise de riscos que começou feita há dois anos pelo IFC, um braço do Banco Mundial que esteve na região avaliando os riscos que envolvem, inclusive as áreas desapropriadas no Açu. 

Esses recursos se destinam à implantação da UTE-1 que tem capacidade de geração de 1.700 MW e um custo total planejado de R$ 4,5 bilhões com previsão de conclusão e entrada em operação em janeiro de 2021.

A articulação de todo esse projeto saiu da Prumo Logística Global que é controlada pelo fundo financeiro americano EIG. 

Mais informações sobre esse empreendimento com uma análise dos significados da expansão do porto e questionamento sobre ausência de real responsabilidade comunitária e social dos empreendedores que no Açu foi feita aqui em postagem deste blog em 21 de dezembro de 2018 com o título: "UTE do Porto do Açu capta R$ 1,76 bilhão com o BNDES e garantia do banco alemão KfW".

PS.: Atualizado às 10:58: Para inclusão da segunda foto que mostra a mobilização e assembleia desta sexta-feira (08/11/2019).

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