quarta-feira, janeiro 10, 2007

Ações pós-acidente em Miraí

A empresa Rio Pomba Mineração Ltda. foi interditada pelo governo mineiro no início desta tarde e a empresa de saneamento de Minas Gerais, Copasa (a Cedae mineira) mandou carros-pipa para a cidade fluminense de Laje do Muriaé. Os caminhões farão o abastecimento da população com água potável, em substituição a água do rio Muriaé que sofre as conseqüências do vazamento do reservatório da água de lavagem de bauxita da empresa localizada na cidade mineira de Miraí. A dúvida permanece: afinal, a lama despejada no rio Muriaé é ou não tóxica? Se não é por que precisava de um reservatório? Por que os carros-pipa para abastecer as cidades imediatamente atingidas? A única certeza até o momento é que o acidente representa, mais um grande dano ambiental produzido, por uma empresa mineira com consequências para o estado do Rio de Janeiro.

2 comentários:

Anônimo disse...

1)a lama despejada no rio Muriaé é ou não tóxica?
R: A principio trata-se de um efluente inerte, derivado da lavagem do minério da bauxita, formado por minerais como silicatos, óxidos de ferro e hidróxidos de alumínio, com baixa reatividade (inerte).
2) Se não é por que precisava de um reservatório?
R: Um material não precisa ser tóxico para causar dano ambiental. Por exemplo, a areia carreada aos rios pela erosão dos solos provoca o assoreamento dos rios. Rios não podem ser tratados como receptadores naturais de lixo. Tanto os efluentes domésticos quanto os industriais devem sofrer tratamento adequado antes de serem lançados nos ecossistemas aquáticos
3)Por que os carros-pipa para abastecer as cidades imediatamente atingidas?
R: Provavelmente por precaução. Acho que nem Minas nem o Rio tem mapeado/cadastrado todas as indústrias que lançam efluentes no rio Paraíba do Sul. A fiscalização também é precária, o que impede a garantia da qualidade dos dejetos que foram lançados no rio. Por isso deverão ser feitas análises preliminares no material para a certificação da ausência de riscos.
Outra provável razão é que esse material é formado por argilas com o tamanho das partículas muito pequeno. A água no rio Muriaé deve estar muito enriquecida dessas partículas, o que provavelmente dificulta o processo convencional de tratamento da água para o abastecimento.
4)"... mais um grande dano ambiental produzido, por uma empresa mineira com conseqüências para o estado do Rio de Janeiro."
Comentário meu: A situação dos órgãos ambientais do RJ não devem diferir muito da dos mineiros. A FEEMA pelo que sei nuca fez um concurso publico para contratação de pessoal especializado.

Gostaria de saber onde está o Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul. A região nossa não tem representante neste colegiado. O comitê é que decide onde serão alocados os recursos gerados pela cobrança do uso da água. Sem um assento neste comitê vai ser difícil eles olharem pela região inferior da bacia!

Um abraço, Marcos Salomão

Anônimo disse...

Nova nota do O Globo especula que o rejeito pode conter cromo e que a quantidade de efluente é cinco vezes maior que no acidente passado. A essa altura o órgão de meio ambiente de Minas deve estar analisando a composição do efluente. Devemos ter precaução sem alarmismos, mas devemos também cobrar como cidadãos mais seriedade dos responsáveis pelo gerenciamento ambiental. Devemos ser capazes de cobrar uma responsabilidade ambiental a todo o momento e não somente nos momentos de crise. É assim que eu penso!
E aproveitando a visita mando um parabéns pela cobertura da enchente feita pelo blog!

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2007/01/10/287368643.asp