domingo, novembro 15, 2015

Banco alemão precificou prejuízo com acidente da Samarco: US$ 2 bilhões – US$ 1 bi para cada um dos sócios

Segundo matéria do jornal inglês Times, analistas do banco alemão, Deutsche Bank, já precificou o prejuízo para as duas empresas (a australiana BHP Billiton e a Vale) controladoras da Samarco: US$ 1 bilhão para cada uma delas. Este seria o custo estimado com a crise decorrente da tragédia produzida pela Samarco na cidade mineira de Mariana.

Esse valor para a BHP seria a conta dos passivos de limpeza do meio ambiente, indenizações a parentes dos mortos e às pessoas atingidas pelo rompimento. Além de todo o prejuízo causado às cidades por onde os resíduos irão chegar.


O Deutsche Bank também avaliou que a mineradora Samarco só terá condições de operar em 2019, segundo o analista de investimentos do Deutsche Bank, Paul Young, à Bloomberg. Ele afirmou ainda que: "se eles fossem reiniciar, eles teriam que reconstruir uma barragem de rejeitos e eu acho que para fazer isso o licenciamento levaria mais de um ano. O prédio também levaria mais de um ano."

Impactos e destruição de vidas e ambientes são apenas valor e dinheiro estimados pelos fundos e bancos de investimentos que operam e controlam as corporações globais, em diferentes (e indiferentes) territórios pelo mundo. Nada de novo no front!

PS.: Um outro detalhe sobre a repercussão da tragédia que se relaciona com a disputa da opinião da população. Se você for ao Google e digitar "tragédia de Mariana" vai verificar que aparece um dobro de resultados, do que se você digitar "tragédia da Samarco". Isto não se dá por acaso, assim como a ocorrência do desmanche das gigantes barragens de rejeitos, também não tem nada de natural. Ambas as situações foram produzidas e causadas.

PS.: Atualizado às 21:42: Em outra avaliação do banco Credit Suisse sobre de um eventual fechamento da Samarco custaria US$ 3 bilhões, ou 1,5 bilhão para cada uma das sócias da empresa, a brasileira Vale e a australiana BHP Billiton. O analista de mineração do banco na Austrália, Paul McTaggart, teria chegado a este valor ao verificar que a dívida liquida da empresa está em US$ 2,93 bilhões.

Sobre a origem da Samarco
A origem enquanto empresa se dá em 1971 através da empresa Samitri da Belgo Mineira, conhecida mineradora no estado de Minas Gerais.

Em 1977 é que se dá a fusão com o grupo americano Marcona Corporation. Da junção das iniciais (Samitri e Marcona) se cria a denominação Samarco.

Exatamente em 1977 a Samarco ela entra em operação com exportação do minério mais fino (pellet feed) com movimentação de 5 milhões de toneladas anuais, embora o sistema tivesse capacidade para transportar 12 milhões de toneladas.

A inauguração teve a presença do presidente Geisel que considerou um avanço o beneficiamento para a forma de pellet, em relação ao itabirito (minério) bruto. A entrada da Vale e da australiana BHP Billiton se deu no ano de 1984 através de uma sociedade (joint-venture). Em 1996, FHC isentou de ICMS as exportações de minério.

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