terça-feira, março 14, 2017

Atualizando algumas informações sobre o Porto do Açu

Depois de um tempo mais concentrado em questões mais macro da relação "petróleo-porto", o blog volta o seu olhar sobre os acontecimentos que envolvem o Porto do Açu:

1) Continua quente a disputa entre os acionistas minoritários e o Fundo EIG que controla a holding Prumo Logística Global. Os minoritários estão se organizando para solicitar à BMF&Bovespa e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma câmara de arbitragem. Eles questionam mais um laudo de avaliação da companhia através do qual a Prumo pretende arrematar, os 25% que não são de sua propriedade. A questão é o valor a ser pago pelas ações. Fala-se numa diferença de até R$ 14 reais no valor da ação, que seria um valor bem maior do que os R$ 11 que a ação já chegou a ser avaliada. Os minoritários agora também questionam o fundo árabe de Abu Dhabi, Mubadala que apesar de possuir 6,9% da Prumo, está  estranhamente tomando posição ao lado do fundo americano EIG o controlador que possui 74,7% das ações. Por conta desta disputa pode haver explicação para Prumo estar transferindo para a empresa subsidiária Porto do Açu a maioria dos seus funcionários que até aqui estava registrada na holding, Prumo. Também pode estar vinculado a esta disputa, o fato da Prumo praticamente estar calada sobre tudo que acontece no porto nestes últimos meses.

2) Segundo informações obtidas pelo blog, a Prumo (Porto do Açu) recebeu 3 carregamentos de coque, vindos dos EUA. Eles teriam como clientes, cimenteiras do ERJ e ES (que seriam a Votorantim e a Gerdau). A Prumo está tendo muita dificuldades para movimentar este tipo de carga no terminal TMult sem a utilização de esteiras. Consta que a Prumo estaria tentando trazer esta carga que até então era recebida por um terminal portuário do Espírito Santo, ao oferecer menores tarifas. Assim, a movimentação das cargas está sendo feita de forma quase artesanal, com o uso de caminhões para curtas movimentações.

3) Na última semana, um navio panamenho de nome, Fairchem, com tripulação indiana, chegou dos EUA carregado de diesel marítimo e ficou atracado durante uma semana no Terminal NFX que é um empreendimento entre a BP Marine e a Prumo. Até aqui, a NFX estava comprando diesel da Ultracargo no Porto de Santos. O carregamento teria sido suficiente para completar todo o reservatório da Brasil Port (Edison Chouest), onde por ora, a NFX está estocando o diesel marítimo, tudo junto ao T2 no Porto do Açu. O diesel que foi importado foram para os tanques da Brasil Port.
O terminal da Brasil Port (Edison Chouest) com os tanques
 A embarcação Bram Buzios tem feito movimentação de combustíveis da NFX entre os reservatórios da da BrasilPort e algumas embarcações. Nesta semana, duas plataformas da empresa Bambu Petróleo que estão já há algum tempo nas águas abrigadas do canal do T2, Pantanal e Amazonas estão sendo abastecidas. Ainda sobre o tema, o empreendimento da NFX prevê o início, ainda este ano, da construção de 14 tanques para estocagem e abastecimento de embarcações que usam o porto ou passam pela região. O licenciamento para a implantação dos reservatórios da NFX já foi obtida.

4) A Receita Federal instalou uma base de alfândega junto ao terminal 2 (T2) do Porto do Açu, onde acompanha e fiscaliza as importações e as exportações de cargas que passam pelo Porto do Açu.

5) Uma última informação que carece de ser confirmada, mas já corre a região do Açu, no entorno do porto. Tratam-se de problemas da Prumo (ex-LLX) com a posse e os direitos dos antigos proprietários da Fazenda Palacete que pertencia à Usina Barcelos (Grupo Othon), onde foi feito o assentamento pela LLX que ganhou a denominação de Vila da Terra. No local foi realizado a construção de casas que atendeu a 53 pequenos agricultores que tiveram suas terras desapropriadas, para ceder espaço ao empreendimento do porto e do distrito industrial. Os agricultores estão inquietos porque até hoje, eles não possuem documentos de posse destas áreas. A Prumo até hoje não se manifesta sobre o termo de posse para estes pequenos agricultores que já fizeram benfeitorias nas casas e fizeram plantações. É ainda oportuno relembrar que as desapropriações das terras que atenderam ao DISJB feitas através da Codin já começaram a ser questionadas por conta das apurações de facilidades concedidas por Sérgio Cabral ao empreendedor na época Eike Batista.

Retornaremos adiante aprofundando estes assuntos e trazendo ainda outras questões.

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