quarta-feira, julho 12, 2017

O falso discurso da modernidade e o estímulo ao individualismo são as marcas das alterações na legislação trabalhista

Interessante observar que o discurso da modernidade, ou do progresso, sirva contraditoriamente - ou desavergonhadamente - à redução de direitos a que os trabalhadores terão que submeter e aceitar, para conseguir trabalho no mundo contemporâneo.

Avança-se na escolaridade e "flexibilidade" para reduzir as garantias e assim cumprir o que a hierarquia determinar, sob o discurso do moderno.

Neste processo, a origem etimológica da palavra trabalho - tripalium - (instrumento de tortura feito de três paus), talvez volte a nos lembrar os significados simbólicos esquecidos.

Assim, avança-se na modernidade e simultaneamente nos distanciamos da civilidade, numa vida em sociedade, mas não de comunhão e de solidariedade.

Votou-se ontem, mais que uma desregulação do trabalho, o estímulo ao individualismo e o desincentivo ao coletivo. 

Reforçou-se o individualismo pós-moderno na linha tatcheriana-liberal de que não existe sociedade e sim indivíduos. 

Pessoas como ilhas, num estímulo daquela ótica de que você se faz ou se desafaz por si próprio, como se o processo histórico, a humanidade e as civilizações anteriores, não tivessem existido. 

Parece que isto é menos ideologia e mais falta de conhecimento.

Nenhum comentário: