sexta-feira, junho 14, 2019

Ambiente atual na política brasileira indica ameaças de endurecimento de regime num governo já autoritário e truculento

Por uma conjugação enorme de fatores, o ambiente que marca a greve de hoje no Brasil (mesmo que parcial, mas inequivocamente expressiva), guarda muitas similaridades com o aquele que o Brasil viveu no entrono do ano de 1968.

Manifestação 14-J na avenida
Presidente Vargas no Rio de Janeiro.
É um protesto contra as mudanças da Previdência, contra as privatizações, já num ambiente fortemente autoritário, truculento nas ruas e de ameaças de endurecimento.

A conflito considerado híbrido e de confrontação de posições tá se acirrando de forma muito acelerada, em direção à uma forma ditatorial sem escamoteamentos. 

A narrativa que levou ao golpe institucional e às várias interferências nas eleições do ano passado, está se diluindo, quando vemos a forma como está sendo despido o manto que encobria a verdade daquilo que era essencial do processo político do país, nesse mais recente período.

Instituições se deixaram usar, sem o mínimo cuidado com a República e com as consequências para além dos interesses imediatos que existem em qualquer sociedade e nação.

Há blocos de poder se engalfinhando no meio de um desgoverno. O desmonte é claro e tem metas definidas que vão além do ultraliberalismo.

As instituições estão todas, uma a uma, perdendo a legitimidade e a capacidade para intermediar soluções

De outro lado, é preciso ir além da resistência. Estamos saindo de um atordoamento mas ainda no meio de muita confusão e sem direções e estratégias definidas. 

O projeto de Nação carece de coerência para ultrapassar essa complexa fase.

Os riscos crescem. E as saídas precisam ser construídas.

PS.: Atualizado às 21:18 para breve acréscimo no texto.

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