segunda-feira, maio 01, 2017

Cenário do setor petróleo no país em 2030: avanço das petroleiras privadas e uma drástica redução dos royalties para Campos e região

Os consultores do mercado de petróleo e o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) - que apesar da sigla representa o interesse das petroleiras estrangeiras - fazem estimativa de que por volta de 2030, portanto daqui a 13 anos, a participação das petroleiras privadas na produção de petróleo subirá dos atuais 6% para algo em torno de 30%, podendo chegar daqui a 15 anos, a até 40% da produção total de óleo e gás no Brasil.

Essa expansão se dará especialmente a partir da Bacia de Santos, que hoje produz em torno de 40% da produção total (óleo + gás), enquanto a produção declinante da Bacia de Campos agora só responde 49,1%. Entre o final deste ano e início de 2018, a Bacia de Santos - com pós-sal e pré-sal – ultrapassará a produção da Bacia de Campos.

Se a exploração de pré-sal na Bacia de Campos não acontecer e a produção se mantiver quase exclusivamente no pós-sal, ela será ainda mais declinante e num prazo de apenas uma década, os royalties do petróleo, a ser recebido pelo município de Campos cairá para menos de R$ 100 milhões por ano.

Vale recordar que o município de Campos é ainda hoje, o que mais recebe royalties do petróleo no país. Até que se invertesse a fase do que chamo de ciclo petro-econômico a partir do 2º semestre de 2014 - com a redução drástica do preço do barril de petróleo e do metro cúbico de gás - os royalties (incluindo as participações especiais) recebidos anualmente por Campos chegaram a valores que variaram de R$ R$ 1,1 bilhão a R$ 1,5 bilhão por ano entre 2008 e 2013.

O quadro do setor petróleo em todo o país pode ser alterado conforme a direção da política nacional a partir das eleições de 2018. Já quanto aos royalties do petróleo para a região as chances de alterações deste prognóstico são insignificativas. A conferir!

2 comentários:

Márcio disse...

O foco atual é a bacia de Santos. O projeto que lá se executa hoje já estava planejado.
Acredito que se houver algo novo para Bacia de Campos, só será executado depois de Santos.

Roberto Moraes disse...

Esta é a tendência, até pela contenção nos investimentos. O que está sendo feito hoje e está previsto par aos dois próximos anos, ainda é o que ficou planejado na época anterior.

Os baixos custos de produção (surpreendentes até para os geólogos mais experientes) e a enorme produtividade dos poços do pré-sal na Bacia de Santos já fazem com que todo o direcionamento seja para lá. Isto pode levar até mais de uma década, para se voltar a pensar na exploração do pré-sal na Bacia de Campos.