sábado, maio 06, 2017

Sobre o vazamento de óleo em operação de transbordo no Porto do Açu

Infelizmente vazamentos de óleo nestas atividades de transbordo entre navios petroleiros é relativamente comum. Não é por outro motivo que o município de Angra dos Reis resistiu tanto para aceitar renovar o licenciamento ambiental desta atividade depois de seguidos acidente há dois anos atrás (2015) naquele município.

O transbordo de óleo no Açu no terminal TOil instalado no T1 é feito para atendimento da petrolífera BG que foi comprada pela Shell em 2016 e foi licenciado para movimentar até 1,2 milhão de barris de petróleo por dia e seria feita obrigatoriamente já com as barreiras de contenção em volta dos navios.

Segundo a Prumo, controladora do Porto do Açu, o vazamento aconteceu às 23 horas de quinta-feira 04/05) durante a transferência do óleo entre os navios Windsor Knutsen e Seacross, que faziam uma operação de transbordo de petróleo no terminal. A empresa também acrescentou que uma fissura foi detectada em um dos mangotes que era utilizado na operação, o que denotaria um problema razoavelmente simples de ser detectado em inspeções e check-lists prévios, normalmente obrigatórios.

Terminal de transbordo do óleo (TOil) no T1 do Porto do Açu local do vazamento
O blog ainda não identificou a informação sobre a quantidade de óleo que foi derramado. Ele identificará a extensão da mancha no mar que tende a ampliar conforme o vento, as correntes matinhas e instalação da barreiras de contenção.

O caso do vazamento do óleo no Açu tende a ser diferente de Angra. No Açu o terminal T1 é em mar aberto, enquanto no terminal Tebig da Transpetro, em Angra dos Reis se dá em águas mais abrigadas.

A multa decorrente deste acidente com consequências para o meio ambiente é responsabilidade do Inea. No último acidente deste tipo em Angra dos Reis para um vazamento de apenas 560 litros de óleo, a Transpetro mobilizou um total de 18 embarcações próprias e quatro alugadas e mais de 1.560 metros de barreiras de contenção e 1.900 metros de barreiras absorventes, além de dois recolhedores de óleo para fazer a limpeza do local atingido.

No Açu, ainda não se tem conhecimento sobre estes detalhes do plano de contingência adotado, que foi muito propalado durante a audiência pública de licenciamento desta atividade no Porto do Açu, no qual os empreendedores garantiam a absoluta segurança para as operações.

O blog voltará ao assunto.

PS.: Atualizado às 08:54: Apesar do licenciamento do TOil (terminal de petróleo) no Porto do Açu ter sido feito para uma capacidade até 1,2 milhão de barris de petróleo por dia, o contrato entre a Prumo Logística Global S.A. e a BG previa que fosse movimentado um volume médio de até 200 mil barris por dia para uma utilização por 20 anos.

Atualizado às 11:34: A operação de transbordo de petróleo realizado no terminal (TOil) no Porto do Açu para atender à petroleira BG (de propriedade da Shell desde 2016) visa movimentar o petróleo extraído dos campos da Bacia de Santos operada pela BG. O TOil é um terminal instalado no Porto do Açu pela empresa Açu Petróleo S.A. que tem na sua composição acionária com 20% do capital, a empresa alemã, Oiltanking e os outros 80% são da Prumo. Entre agosto de 2016 e fevereiro de 2017, um total de 13 operações de transbordo foram realizadas no TOil.

A operação conhecida como "ship to ship" (navio para navio) no qual se transfere petróleo de navios aliviadores com posicionamento dinâmico para navios petroleiros de maior porte e portanto com economia em valores de fretes geram economias de US$ 7 por barril de petróleo, na medida em que permite que um petroleiro de maior porte leve o petróleo aqui produzido para compradores na Ásia.

A Oiltanking é uma empresa do grupo alemão Marquard & Bahls, sediado em Hamburg que atua nos segmentos de abastecimento de energia, trading e logística, detém e opera um total de 73 terminais em vários países do mundo.

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