sexta-feira, março 09, 2018

Produção do pré-sal por campo de petróleo nas bacias de Santos, Campos e ES explica os interesses das petroleiras americanas

Há sempre muita confusão entre as pessoas que não acompanham em detalhes o setor de petróleo, sobre a reserva do pré-sal julgando que ela está presente apenas na Bacia de Santos, sem saber que sua extensão engloba a parte mais profunda das bacias de Campos e Espírito Santo.

Outra confusão comum é confundir a bacia petrolífera com os limites territoriais do litoral dos estados. A Bacia de Campos se estende desde o litoral na altura de Arraial do Cabo até o litoral na direção do município de Vitória no ES numa área de aproximadamente 100 mil km². Enquanto a Bacia de Santos, a maior em extensão se situa ao sul desde o litoral de Arraial do Cabo até a direção do município de Florianópolis, SC, numa área de aproximadamente 350 mil km². Já a Bacia do Espírito Santo se estende da direção do município de Vitória até o limite territorial do estado na divisa com a Bahia.

O mapa acima facilita esta compreensão, onde a linha tracejada em vermelho mostra os limites da bacias petrolíferas e também mostra como os campos em exploração do pós-sal (áreas em vermelho) são vizinhas da imensa área da faixa do pré-sal que se estende, segundo estimativas geológicas atuais, do litoral do Espírito Santo até Santa Catarina.

Avançando na compreensão sobre a produção do pré-sal nestas três bacias, o infográfico abaixo com mapa e quadro publicado pela revista TN Petróleo (P. 18) oferece uma boa visão e interpretação do avanço na produção destas reservas mais profundas por campo de petróleo. Os dados são de dezembro de 2017 e informam também a produção do pós-sal nestes mesmos campos.

O quadro abaixo mostra ainda o potencial de muitas áreas que a Petrobras está repassando para outras petroleiras. Além disso, também reforça aqueles comentários dos petroleiros mais antigos - e de alguns geólogos - que conhecem a exploração offshore no país, de que na verdade, os primeiros poços e campos produtores em lâmina d´água menores, pertenciam na verdade à reserva maior e abaixo em maior profundidade da área do pré-sal que vazava o selante de sal entre elas.

Observando o mapa e o potencial da Bacia de Campos também no Pré-sal, onde se tem maior base operacional já instalada, não é difícil compreender os interesses de médio prazo da petroleira americana Esso sobre os campos desta bacia, em especial, no entorno dos campos de Marlim, Albacora, Roncador e Caratinga. Além disso, a outra petroleira americana Chevron está de olho nas áreas de Tartaruga e Parque das Baleias.

Porém, não pode falar destas reservas sem relembrar a capacidade dos técnicos da estatal Petrobras que conseguiram viabilizar tecnologias e equipamentos para, em curto espaço de tempo, viabilizar a produção a baixo custo no pré-sal. Este é um feito que precisa ser sempre realçado. Muitos duvidavam disso no Brasil e também fora. Agora todos querem colocar as mãos sobre estas colossais reservas.

O quadro abaixo foi montado em ordem por volume de produção de petróleo, gás natural e total em barris de óleo equivalentes por dia. Como se pode ver só o campo com maior produção é o de Lula no Pré-sal da Bacia de Santos. Só esse campo produz mais de 1 milhão de barris de óleo equivalentes por dia. Depois vem o campo de Sapinhoá também no Pré-sal da Bacia de Santos.

No quadro abaixo é também possível identificar a produção de petróleo nas reservas do pré-sal em campos da Bacia de Campos como Marlim, Barracuda, Pampo e Caratinga no ERJ, além dos campos desta mesma bacia localizadas no litoral sul do estado do Espírito Santo, como Jubarte, Baleia Azul e Baleia Franca. Para ver a imagem do infográfico em tamanho maior clique sobre ela.

Ainda sobre o assunto, para melhor interpretação do que aqui se expõe, sugiro a leitura das duas últimas postagens do blog. Em 7 mar. 2018, sobre o descomissionamento da plataforma P-33 no campo de Marlim (clique aqui). E outra, ontem, 8 mar. 2018, sobre como a Esso planeja duplicar seus lucros no mundo em sete anos - até 2025 - contando com a exploração das reservas no Brasil em seu portfólio (clique aqui).

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