sábado, setembro 19, 2009

Bombeio multifásico

Ouvi isto a primeira vez quando em 1993/1994 desenvolvia minha dissertação de mestrado em Engenharia de Produção. O assunto me foi apresentado como sendo uma pesquisa sofisticada que a Petrobras participava, junto com outras grandes companhias petrolíferas do mundo, que permitiria que o petróleo explorado no mar ou em terra, pudesse ser bombeado do jeito que é extraído, com o óleo misturado com areia, água, gás, etc. A grande vantagem da possibilidade de transporte deste fluido misturado seria, especialmente no mar, pois ele dispensaria grande parte do processamento (separação em grandes separadores) feito nas plataformas, que acaba demandando outras atividades como geração de energia elétrica, produção de vapor, tratamento de água, etc. que é feito em alto mar. Na prática, a tecnologia permitira eliminar muitas das plataformas hoje existentes, ficando apenas algumas que serviriam de base para as atividades em alto mar. A pesquisa era comentada como algo distante de acontecer. Pois bem, passados 15 anos, li nos noticiários online de ontem e nas reportagens dos jornais de hoje: “A Petrobras e a empresa norueguesa Framo Engineering (Framo) firmaram acordo de cooperação tecnológica, na noite de quinta-feira, para instalar na Bacia de Campos um sistema de bombeio multifásico submarino, inédito no país. Em nota, a estatal destaca o aumento da produção de óleo entre os benefícios. Jon Arve Svaeren, diretor comercial da Framo, e Solange Guedes, gerente executiva de Engenharia da estatal, assinaram o documento. A nova técnica também contribuirá para viabilização da produção de poços distantes das plataformas de produção, eventual eliminação de plataformas de produção e o possível aumento do fator de recuperação (o quanto se pode extrair de óleo) do reservatório. O equipamento será instalado no segundo semestre de 2011. Segundo a Petrobras, a instalação será no campo de Barracuda, em um poço satélite da plataforma P-48. A profundidade d´água na região é de 1.040 metros. O anúncio é feito uma semana depois da assinatura de outro acordo voltado para a área do pré-sal, com a empresa franco-americana Schlumberger”. Não tenham dúvidas, sobre a importância deste anúncio, pois a partir do funcionamento desta tecnologia em nossa Bacia, a forma de produção, inclusive na camada de pré-sal, passará a ser completamente diferente do que é hoje, tanto em termos de redução do número de plataformas, quanto de demanda de pessoal para a operação das mesmas. Acompanhem de perto tudo isso, porque isso, de alguma forma mudará as coisas pela nossa região.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é o governo Lula!!! Trabalhando pelo povo, investindo nas empresas do povo!!! Se os governos investissem nas empresas estatais os resultados apareceriam, como é caso da Petrbrás.