segunda-feira, setembro 28, 2009

Carta de um agropecuarista saojoanense sobre as desapropriações no Açu

O blog recebeu por e-mail esta carta no dia 22, última terca-feira. Porém, por conta dos inúmeros e-mails recebidos e da semana difícil, ele acabou ficando no arquivo e só agora foi resgatado para divulgação: "Caro Roberto Moraes, Estou lendo seu blog e as notícias com relação a desapropriação das terras de São João da Barra e me vem alguns questionamentos: 1) O que pode fazer o povo, agricultores que vivem da terra que passa de geração em geração mediante a falcatrua que a prefeita fez com o povo, assinando este decreto no dia 31/12. 2) O porto é um empreendimento privado e na verdade a desapropriação está sendo feita para o bem público; 3) Será que a prefeita acredita que vai conseguir toda essa malandragem com a população e não espera nenhuma reação do povo? 4) As terras estão sendo desapropriadas para que sejam instaladas empresas chinesas. Quem garante a geração de empregos para a população de São João da Barra e região, pois todos sabemos que a mão-de-obra Chinesa é muito mais barata e não tem os encargos que a Brasileira tem, sendo este um dos fatores que faz a China está na entre os 4 países em Desenvolvimento. Acredito que para a nossa região só sobrará a desapropriação e não os tão sonhados empregos; 5) Os vereadores da região estão fazendo uma campanha em prol dos Agricultores encabeçada pelo Presidente da Câmara Alexandre Rosa, o qual já surgem notícias de que estaria passando para o lado da prefeita. 6) Será que o pobre coitado do Sr Eike Batista, empresário tão bem sucedido não imaginava que o preço das terras iam subir? 7) De que lado está a prefeita e o Governador, do lado de seus eleitores ou do pobre coitado empresário Eike Batista. 8) Ninguém acredita em indenização por desapropriação, uma vez que foi feita uma para passar a estrada até o porto e até hoje ninguém recebeu nada e nem vai receber, pois agora, com essa desapropriação das terras, vamos recorrer a quem? 9) O Eike é a prova de que o dinheiro manda em tudo e que cada pessoa tem um preço, doa a quem doer, e que ser honesto e trabalhador está deixando de valer a pena. O é melhor ser esperto, malandro e não ficar servindo de otário para qualquer um. É um trabalho de geração em geração. 10) Assim até eu fico rico, fácil... O pior é que não encontro saída ao rolo compressor que estão querendo passar no povo. ë melhor meter uma arma na mão e ir a luta, pois trabalhando honesto com essa pilantragem que está na política. Esquece... A própria MMX já comprou terras quando não havia nenhuma construção ainda e pagou 70 mil por alqueire. Os terrenos na Praia do Açu a um ano atrás não valiam mais que R$ 2 mil e hoje valem R$ 20 mil. Sou agropecuarista da Região e estou interessado na venda da minha propriedade, nem sequer ser expulso da forma que estou sendo. Essas atitudes da prefeita Carla Machado vão gerar uma guerra no município, pois com todos os agricultores que converso, falam que só saem da terra morto, mas acredito que a prefeita não está se importando com a situação, uma vez que colocou tropa de choque e cachorros para proteger a prefeitura na última manifestação feita pelos agricultores. Se eu fosse a prefeita eu colocaria a cabeça no travesseiro para refletir sobre minhas ações e as reação causadas por ela, pois essa é uma lei da Física, mas que serve para a vida... Acredito que essa situação somente será resolvida ao custo de nossas vidas, pois se perdermos tudo para o Eike temos só duas opções. 1) É melhor morrer mesmo, para não ver e lembrar de tal situação; 2) Ou sermos presos, pois teremos alimentação por conta do governo, o que não teremos se perdemos nossas terras, que é de onde tirarmos nossos sustentos. Se perdermos mesmo a terra, o que vier é lucro......Vamos empunhar as armas e vamos a luta, doa a quem doer, pois é a malandragem que vale a pena..... Atenciosamente; Agropecuarista Saojoanense".

2 comentários:

Anônimo disse...

Q coisa seria e triste...o pior de tudo eh a impotencia diante dos fatos...lamentavel essa situacao!

Anônimo disse...

Os agropecuaristas já pensaram em impetrar uma ação junto ao ministério público? Penso que esse seja um caminho possível em se tratando de teros legais.