Pois bem, no mesmo dia, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou o seu plano decenal de energia 2015-2014. A despeito também dos problemas econômicos-políticos, a EPE fez previsão de investimentos para a próxima década 11% maiores do que o projetado no planejamento energético anterior.
A EPE faz previsão de investimentos para geração de energia elétrica por tipo, de transmissão de energia elétrica e também para a indústria de óleo e gás, que segundo a empresa concentra 70,6% dos dos aportes em energia no Brasil.
Só para o setor de óleo e gás, entre 2015-2014, são estimados R$ 993 bilhões de investimentos. É bom lembrar que os investimentos não se referem apenas à Petrobras. O destaque será novamente na área de exploração e produção.
O plano estima a entrada em operação de 51 novas plataformas, entre 2015 e 2014, número bem maior que as 22 unidades previstas no plano de negócios da Petrobras.
A previsão da EPE é que a produção no Brasil chegue a 4 milhões de barris diários em 2020 e 5,1 milhões de barris/dia, em 2024. Agora em julho a produção total (óleo + gás) em barris equivalentes (boe/dia) já estava próximo dos 3 milhões.
Os dados do plano da EPE, mesmo que reajustados, por conta da crise internacional e seu rebatimento no Brasil, mostram que seguem a tendência do que já foi visto no cenário internacional. As áreas de exploração no Brasil são as que constam do mapa abaixo que faz parte do plano decenal.
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Plano Decenal de Expansão de Energia 2015-2024 - EPE - P. 240. |
É conhecido o interesse estrangeiro na exploração das reservas petrolíferas no Brasil. Ele segue intenso e vai para além da expansão da Shell que no início deste ano, comprou a petrolífera britânica BG, especialmente, pelos ativos que esta possuía na área do pré-sal brasileiro. Sobre isto, merece ser relembrada a previsão da Shell (Valor, 08/04/2015) que estimou a sua produção já junto da BG, em 550 mil barris por dia em 2020. (Veja aqui)
Evidente que o clima que se criou na mídia comercial do Brasil, que disputa o poder político no país, este assunto, quando muito merece pé de página e muito desdém. Fato é que outros negócios estão sendo estruturados e serão anunciados em breve envolvendo parcerias da Petrobras e também investimentos de petroleiras estrangeiras já instaladas no Brasil.
Fica também fácil de identificar que esta previsão tende a impactar o estado do Rio de Janeiro que hoje possui, segundo autoridades do governo, 33% do seu PIB, ligado à cadeia produtiva do setor.
Isto porém, não deve inibir as ações de busca de uma diversificação econômica para o estado. Mais ainda, os municípios que vivem das petrorrendas (royalties) e não, propriamente da economia do petróleo.
O momento atual de redução destas receitas por conta da redução do preço do barril do petróleo no mercado internacional gerou a crise dos municípios e também um forte movimento, em todo o mundo de redução de custos das petroleiras. Porém, os números de investimentos previstos para o setor de óleo & Gás, tanto a nível internacional, quanto este da EPE sobre o Brasil, demonstram que as empresas do setor observam a conjuntura atual de uma forma diversa, comparado aos governos e a muitos consultores.
O Ministério de Minas e Energia - MME colocou em Consulta Pública, até 7 de outubro, este Plano Decenal de Energia 2024 (PDE 2024), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE. Ele é bastante detalhado em análises de cenários.
O documento de 466 páginas traz um nível grande detalhamento, não apenas sobre exploração e produção, mas também estimativas de produção e consumo de combustíveis. Entre eles, o blog posta abaixo, o gráfico previsão de produção x demanda de petróleo par ao Brasil até 2024 (P.265):
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